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domingo, 9 de julho de 2023

Mudanças climáticas geram a eco-ansiedade

Divulgação
Desastres naturais têm desencadeado fenômeno psicológico que afeta muitas pessoas e as empresas podem ter parte nisso


Tensão muscular, taquicardia ou palpitação, medo constante e enxergar perigo em tudo, insônia e alterações de sono. Esses são alguns dos sintomas comumente relacionados ao transtorno de ansiedade. Agora, eles podem também fazer parte de um novo tipo de ansiedade, ligada ao medo de desastres naturais. A Associação Americana de Psicologia (APA, em inglês), descreve a eco-ansiedade como “o medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das gerações futuras”. 

Para a APA, a interiorização dos problemas ambientais que afetam o planeta pode ter sequelas psicológicas, mais ou menos graves, em algumas pessoas. Ondas de calor e incêndios, ciclones e tufões, terremotos e maremotos, desmoronamentos pelo acúmulo de chuva, como o que afetou recentemente a Serra do Mar, aumento da poluição, acúmulo de lixo. "As informações estão cada vez mais disponíveis para todas as pessoas em diferentes veículos e formatos: filmes, redes sociais, rádio, TV. Há comunidades para todos os temas. As escolas estão tornando a conscientização sobre os problemas ambientais com mais ênfase. A ansiedade já é desafio de muitas crianças e jovens. Em muitos a compreensão sobre esses aspectos os torna mais engajados e comprometidos com as com as decisões sobre o que e como consumir, em outros, intensifica os níveis de ansiedade”, comenta Claudia Coser, professora, consultora e CEO da Plataforma Nobis.

Para Claudia, o fenômeno da eco-ansiedade está relacionado a maneira como esses públicos lidam com as decisões e ações da sociedade como um todo. De toda a forma, as empresas estão cada vez mais na vitrine desses públicos. “Esses públicos estão cada vez mais atentos ao que as empresas fazem. Hoje, crianças e adolescentes, apesar de não disporem de poder aquisitivo, influenciam, e em muitos casos, têm decisão de compra de produtos e serviços nas famílias, "cancelam" empresas e em poucos anos, decidirão em quais organizações desejam trabalhar."


Ativismo entre os jovens

Claudia acredita que as pessoas estão muito mais alertas e que as redes sociais abriram espaço para que as pessoas se manifestem a respeito de comportamentos empresariais que desagradam e podem. O ativismo ambiental não está limitado a especialistas ambientais, ou ativistas populares. Está no cotidiano, entre pessoas comuns, provocando mudanças nos modos de consumo. E isso tem um lado positivo, regenerativo. 

Mas é possível driblar a eco-ansiedade? Como patologia, é necessária intervenção terapêutica. Do ponto de vista de prevenção, a sociedade precisará encontrar novos caminhos. As empresas têm um papel muito importante neste sentido, especialmente se estiverem dispostas a buscarem transições para modelos de negócios, processos e operações cada vez mais sustentáveis, responsáveis. "Será preciso co-criar soluções, envolvendo cada vez mais os públicos com as inovações. Não basta comunicar, tem que fazer participar". 

Claudia reforça a importância do papel do consumidor no momento de compra e aposta também no diálogo entre as partes. “Se quiserem ser perenes, as empresas precisam estar atentas às demandas da sociedade por um mundo mais sustentável e socialmente justo. Os gestores dessas organizações podem dar um passo importante nesse sentido ao avaliarem os seus processos e produtos à luz do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança). Será preciso equilibrar a equação: cuidar da vida do planeta, das pessoas e da perenidade das organizações. 

 

Plataforma Nobis
https://esg.nobisapp.com.br/


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