Estudo da CVA Solutions aponta que embora o setor siga ganhando musculatura a cada ano, pontos fracos no serviço comprometem a percepção de valor por parte dos usuários
Aplicativos precisam investir forte na melhoria de desempenho em pontos como: verificação de identidade, detecção de perfis falsos e informações inconsistentes, proteção de dados/ segurança dos usuários e recomendação mais assertiva de parceiros.
Os
sites de namoro têm se multiplicado em opções e o número de usuários acompanha
a curva ascendente. Dados recentes apontam que o setor reúne pouco mais de 18 milhões de
brasileiros, sendo 4,4 milhões deles de assinantes de planos pagos. Um mercado
que já movimenta cerca de US$ 81 milhões/ano no país e, globalmente, deve
alcançar a marca dos US$ 11 bilhões em 2028.
No
Brasil, considerado um dos países de maior adesão a esse tipo de serviço, o
potencial de crescimento é muito alto, mas requer melhorias em várias
modalidades. Estudo realizado pela CVA Solutions com 1.200 pessoas das
cinco regiões do país e a partir de 21 anos apurou as fragilidades do setor e
comportamento dos usuários. "Entre os indicativos, um ponto chama
muito a atenção. O NPS (Net Promoter Score), que mede a recomendação líquida da
marca (% promoters - % detractors) é especialmente baixo - apenas 16,5%. O
setor tem a marca mais baixa apurada em todos os 50 segmentos que a consultoria
acompanha com regularidade", destaca Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA
Solutions.
A
partir de um questionário online, com homens e mulheres em busca de um
relacionamento amoroso, de quatro grupos etários e seis faixas de renda, das
cinco regiões do país, a pesquisa foi inspirada no livro Felicidade
Sustentável, escrito com base em dados apurados em 2016 e que elencava o
relacionamento amoroso estável como um dos pilares da felicidade. "Agora
em 2023, concentramos nossa atenção em entender os pontos relevantes para quem
busca um amor e o quanto os aplicativos contribuem nessa conexão", explica
Cimatti. Em parceria com as estudiosas do comportamento humano Patrícia Serra,
Managing Director da The Will2 Grow, e Heidi Virta, economista e
escritora, a CVA Solutions estruturou pontos de questionamento que demonstram
que os mais jovens, entre 21-30 anos, estão mais dispostos a um relacionamento
sério com perspectivas de casamento. O público mais sênior, com 50 anos ou mais
querem uma companhia de qualidade, um parceiro para compartilhar a vida, mas
que não implique morar junto, por exemplo.
Quando
se analisa o relacionamento mais importante na vida dessas pessoas, perto de
38% têm filhos. Questões como a perda da admiração pela parceira (33,4% dos
homens) e infidelidade do parceiro (34,5% das mulheres) foram os motivos mais
apontados como razão do término da relação. No geral, as mulheres manifestaram
maior incômodo com a desatenção do parceiro, enquanto os homens se queixam de
baixa disposição sexual em suas parceiras.
O
que as pessoas buscam
Cumplicidade,
comunicação aprofundada, química sexual e atenção com o parceiro lideram a
lista dos desejos de quem está em busca de novo relacionamento afetivo. No eixo
das obrigações, apoio nas questões dos filhos, finanças e saúde são atributos
importantes.
Ter um novo amor requer cuidado e
persistência. Em média, os usuários dos aplicativos de relacionamento levam 13
meses para encontrar um parceiro. Os mais jovens costumam ter retorno mais
rápido do que os que já passaram dos 50 anos. Enquanto as mulheres sentem
motivação por encontrar um companheiro para curtir junto os bons momentos da
vida, os homens estão mais preocupados em não ficarem sozinhos. A maior parte
dos homens busca um compromisso sério, sendo que 22% deles admitem preferir
relacionamento casual. As mulheres também buscam relacionamento sério, mas 28%
idealizam um cenário com cada um morando em sua própria casa. A faixa etária
21-30 tem mais disposição para relacionamento sério e casamento que a faixa
50+.
Tanto homens quanto mulheres
acreditam que a pouca vida social e as muitas exigências em relação ao
parceiro(a) sejam os principais motivos por ainda não terem encontrado um novo
amor. A pandemia, de certa forma, acentuou isso e o salto no número de sites de
namoro durante a crise na saúde traduz bem o quanto o digital despontou como
alternativa para conectar as pessoas.
Caminhos para encontrar a pessoa certa
O estudo aprofundou os dados nos
usuários dos aplicativos e constatou que
67% do público pesquisado já utilizaram algum site de relacionamento e 27% já utilizaram alguma versão paga. Muitos usuários(63,6%) investiriam em um serviço pago que pudesse ter maior assertividade, que tivesse alta performance na sugestão de parceiros com boa compatibilidade - o Match ideal.
São pilares importantes na busca de parceiros, itens como aparência, distância e veracidade das informações. Isso remete aos pontos sensíveis desses serviços, que precisam investir forte na melhoria de desempenho em pontos como: verificação de identidade, detecção de perfis falsos e informações inconsistentes, proteção de dados/ segurança dos usuários e maior assertividade na sugestão de parceiros.
"Apostar nesse caminho trará
um retorno positivo e ampliação da carteira de assinantes pagantes que, ao
perceberem valor na entrega, responderão à altura. O brasileiro é receptivo à
tecnologia e merece receber um serviço mais qualificado", avalia Cimatti.
Medimos quais são os apps de relacionamento
com maior Força da Marca (capacidade de atrair consumidores) e quais são
aqueles com maior NPS (maior recomendação líquida ou clientes mais
satisfeitos). Veja o Ranking Top 10 apps de relacionamento:
Força da Marca dos Top 10 apps:
1.Tinder, 2.Par Perfeito, 3.Happn, 4.Inner Circle, 5.Bumble, 6.Namoro 40,
7.Amor & Classe, 8.Be2, 9.Encontros locais, 10.Solteiros50.
NPS dos Top 10 apps:
1.Tinder, 2.Me Pega, 3.Solteiros50, 4.Amor & Classe, 5.Par Perfeito,
6.Inner Circle, 7.Encontros Locais, 8.Single Lovers, 9.Be2, 10. Grindr.
O app Badoo é grande e apresenta
muitos usuários, mas tem alta rejeição, estando fora do Ranking Top 10 de Força
da Marca e NPS.
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