Lutar contra silenciamento é fundamental no tratamento da dor crônica
Vítimas de
preconceito por sofrerem de uma doença invisível, portadores de dor crônica são
"forçados" a calarem sobre a própria condição, o que leva a
intensificação do seu sofrimento
Muitas pessoas agem diante de alguém com dor tal
qual São Tomé: só acreditam vendo. Na falta de um exame ou de uma evidência
física, como uma fratura exposta, que comprove a origem do sofrimento, não
titubeiam em tachar as lamúrias do indivíduo de “frescura”. Pacientes com dor
crônica, por exemplo, uma doença considerada invisível, são constantemente
questionados sobre a veracidade de seus quadros de saúde, por familiares,
amigos, colegas de trabalho e até mesmo por médicos, o que faz com que sejam
marginalizados, tornando-os mais suscetíveis a desenvolver problemas de ordem
física e psicológica.
Segundo a médica intervencionista em dor e autora
do livro “Existe vida além da dor”, dra. Amelie Falconi, pacientes com dor
crônica são frequentemente silenciados pelas pessoas ao seu redor. “Isso
acontece por uma grave falha da nossa sociedade em relação a uma maneira de
olhar diferente para o problema alheio e para os nossos problemas. Nós
reclamamos tanto da falta de empatia com as nossas dores, ao mesmo tempo
banalizamos constantemente as dores e o sofrimento alheio”, comenta.
De fato, ressalta dra. Amelie, uma das maiores
consequências da invisibilidade que caracteriza a dor crônica é a falta de
empatia e de apoio. Diante do que não conhecem direito e não conseguem
enxergar, as pessoas que circundam o paciente com dor crônica acabam por
desacreditá-lo, desmerecê-lo e julgá-lo. Não raramente, relata a médica
intervencionista em dor, portadores desta doença invisível tem seu sofrimento
comparado com o de alguém próximo que apresenta uma doença mais “palpável”.
Como consequência do preconceito, os portadores de
dor crônica optam por não falarem abertamente sobre sua situação em público. Os
olhares enviesados, os comentários maldosos e até mesmo as tentativas de ajuda,
que escondem dentro de si prejulgamentos, interditam o direito do paciente de
falar sobre sua dor. “E ao terem seu direito de falar sobre sua doença
reprimidos, esses portadores reprimem seus pensamentos e sentimentos sobre a
situação dolorosa, o que faz com que internalizem a dor, intensificando seu
sofrimento”, afirma dra. Amelie.
Pois o silenciamento, segundo a autora do livro “Existe
vida além da dor”, é uma forma de violência e como tal gera
vazio, tristeza e desamparo, contribuindo para o aumento da dor. “Por isso, ao
romper o silêncio imposto pela sociedade, o paciente, ao mesmo tempo que não
deixa os outros minimizarem sua dor, o seu sofrimento e a sua existência,
caminha a passos largos para se libertar da dor”, diz.
Mas para conseguir angariar forças para lutar
contra a pressão social e falar sobre a própria doença, o indivíduo necessita
empoderar-se. Para tanto ele precisa inteirar-se a respeito de sua própria
condição a fim de começar a vislumbrar a recuperação da sua vida. Diante do
preconceito sofrido, que leva ao silenciamento, é comum que muitos pacientes
sequer aceitem que são portadores de dor crônica, o que faz com que relutem em
procurar tratamento.
Dessa maneira, segundo a médica intervencionista em
dor, o primeiro passo para se livrar de qualquer doença crônica, após seu
diagnóstico, é a aceitação, entendida não como passividade ou resignação.
“Aceitar que se tem dor não é negligenciá-la, mas assumir a responsabilidade no
tratamento, que incluirá alguns desafios”, diz.
Conforme dra. Amelie, a aceitação da dor é o
caminho para o paciente conseguir viver plenamente apesar de sua doença
crônica. Trata-se de um comportamento que possibilita encarar a dor como parte
da vida e não como a própria vida, o que contribui para mudança do foco e da
direção dos esforços. “Quando aceita sua própria condição, o portador da dor
crônica abandona tudo que está alimentando suas dores, acolhendo sua capacidade
de mudá-las”, conclui.
Ficha Técnica
Livro: Existe Vida Além da Dor
Subtítulo: Descubra o caminho para uma vida com mais saúde e menos dor
Autora: Amelie Falconi
ISBN: 9786588523674
Formato: 16x23 cm
Páginas: 192
Preço de capa: R$ 59,90
Preço e-book: R$ 41,90
Lançamento: 10/05
Selo: Gente Autoridade
Gênero: Desenvolvimento pessoal
Dra. Amelie Falconi - Especialização em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. Título de Especialista em Dor pela AMB (Associação Médico Brasileira). Fellow Of International Pain Practice (FIPP) pelo World Institute of Pain (WIP). Fellowship de Intervenção em Dor - Clínica
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