Psicóloga explica o impacto positivo do tratamento psicológico nas crianças como prevenção a situações de caos
A saúde mental tem recebido cada vez mais atenção
nos últimos anos, e a necessidade de cuidar do bem-estar psicológico das
crianças é um tema importante. Na busca por uma vida saudável e equilibrada, é
fundamental que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos como um
todo e reconheçam a importância de tratar da saúde mental desde cedo. A
infância é uma fase crucial do desenvolvimento humano, e investir no cuidado
com a saúde mental nessa etapa pode prevenir uma série de problemas futuros. Ao
oferecer um ambiente emocionalmente seguro, proporcionar apoio emocional e
ensinar habilidades de regulação emocional, as crianças aprendem a lidar com as
adversidades, desenvolvendo resiliência e fortalecendo sua saúde mental.
No Brasil, apesar de poucos dados concretos,
estima-se que a incidência de transtornos mentais varie entre 7 e 20% na
população infantil, ou seja, ao menos 7 a cada 100 crianças sofrem de algum
sofrimento mental o suficiente para causar vários problemas e desafios para os
pais. O tema é relevante, pois, sem o tratamento adequado, o desenvolvimento
saudável da criança pode ser afetado, e por consequência, a sua vida adulta.
A psicóloga Talita Padovan explica que o bem-estar
psicológico está diretamente ligado ao desempenho acadêmico e ao desenvolvimento
cognitivo das crianças. “Quando as crianças estão emocionalmente
equilibradas, são capazes de se concentrar melhor nas tarefas, assimilar novos
conhecimentos e ter um desempenho mais satisfatório na escola. Além disso, um
bom estado emocional também facilita a socialização saudável e o
estabelecimento de relacionamentos interpessoais positivos”, pontua.
Segundo a Psicóloga, muitos transtornos mentais têm
suas raízes na infância e na adolescência. “Investir no cuidado com a saúde mental nessa fase
da vida pode contribuir significativamente para a prevenção dessas condições. A
detecção precoce de sinais de ansiedade, depressão e outros problemas
emocionais possibilita uma intervenção adequada e o encaminhamento para
profissionais especializados, quando necessário”, alerta.
Com uma abordagem baseada na aceitação, a Terapia
Comportamental Dialética (DBT) é uma terapia focada nas emoções e em um tipo de
treinamento e psicoterapia que incorpora estratégias de mudança. Existem quatro
componentes do DBT: atenção plena, regulação emocional , tolerância ao
sofrimento, efetividade e eficácia interpessoal. O principal objetivo da
terapia é ensinar às crianças habilidades que lhes permitam lidar com emoções
difíceis ou perturbadoras, reduzindo o conflito em seus relacionamentos, além
de ajudá-las a entender e aceitar os seus próprios sentimentos.
A terapia comportamental dialética para crianças
pode ser útil para a prevenção de jovens e adultos que sofrem de depressão,
ansiedade, TDAH, transtorno bipolar, transtornos alimentares e até abuso de
drogas. A terapia comportamental dialética para crianças cria um repertório
capaz de auxiliar em vários contextos da vida.
“A eficácia interpessoal ensina as crianças a
estabelecer limites , defender suas próprias necessidades e respeitar a si
mesmas. Por exemplo, aprender a dizer “não” é uma habilidade essencial de
eficácia interpessoal que as crianças podem usar para mostrar a outras pessoas
o que elas realmente querem enquanto cuidam de si mesmas”, explica
a especialista.
Além disso, a DBT ensina mindfulness às crianças -
uma técnica de atenção plena capaz de aumentar a consciência da experiência de
forma consciente e intencional, gerando maior concentração e atenção ao momento
presente de cada um. As crianças também aprendem tolerância ao sofrimento,
aumentando a capacidade de conviver com situações difíceis enquanto abraçam a
realidade para responder às indagações com mais habilidade. “A terapia
pode começar aos 7 anos de idade e é uma terapia que pode ser realizada durante
a adolescência e a idade adulta”, conclui a psicóloga.
É fundamental, portanto, os pais estarem atentos
aos filhos como uma forma de prevenir e remediar possíveis complicações no
futuro. Por serem mais adaptativas ao aprendizado, as crianças podem, com a
ajuda da terapia comportamental dialética, desenvolver capacidades para
enfrentar os desafios da vida com equilíbrio e bem estar.
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