A pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo em diversos aspectos da sociedade, incluindo o modo como as pessoas consomem. Com a necessidade de distanciamento social, os consumidores tiveram que adaptar seus comportamentos e meios de compra. Essa mudança repentina afetou o setor varejista de várias maneiras e, se bem gerenciada, pode trazer impactos positivos, mas, se for ignorada, grandes são as chances do impacto ser negativo.
Nesse período, muitas empresas aceleraram a
implementação do trabalho remoto como medida restritiva para reduzir a
propagação do vírus. Essa mudança resultou em um aumento significativo de vagas
de home office em 2022, registrando um crescimento de 496% em comparação com o
primeiro semestre de 2021, de acordo com um levantamento da Catho realizado em
agosto de 2022. Como consequência, houve um aumento na necessidade de
abastecimento das despensas domésticas, e o mercadinho de bairro se tornou o
aliado perfeito para realizar compras rápidas, precisas e convenientemente
próximas aos lares, sendo uma opção ainda relevante até hoje.
Anteriormente, as compras emergenciais eram
realizadas durante o deslocamento para o trabalho, no trajeto de ida e volta.
No entanto, devido à mudança para o trabalho remoto, essas compras agora são
feitas em mercados próximos às residências. Com o consumidor passando mais
tempo em casa, que também se tornou seu ambiente de trabalho, essa conveniência
se tornou ainda mais importante.
Como o varejo está constantemente atento às
mudanças de comportamento dos consumidores, é evidente que as grandes redes de
minimercados não deixariam essa oportunidade passar despercebida. De acordo com
uma pesquisa do Sebrae, entre 2020 e 2021, o número de minimercados no Brasil
registrou um aumento de 12%.
Diante desse cenário, essas redes e os mercados de
condomínio afetam diretamente os mercadinhos de bairro, também conhecidos como
"mercadinhos de proximidade", exigindo uma atenção especial em
relação à concorrência e investimentos em soluções tecnológicas. Portanto, é
essencial adotar uma abordagem estratégica para enfrentar esses desafios em um
mercado em constante evolução.
Por isso, é essencial que as empresas se mantenham
competitivas, adaptando-se às expectativas dos consumidores. Um exemplo disso é
a oferta de serviços de entrega (delivery). Essa estratégia proporciona maior
conveniência e valor aos clientes, pois permite que eles recebam os produtos
diretamente em suas residências. Esse benefício é especialmente significativo
quando os clientes têm compromissos importantes ou enfrentam restrições de
mobilidade urbana. Além de ser lembrado como uma opção confiável em momentos de
necessidade, é fundamental que o estabelecimento comercial se torne a
preferência dos clientes, independentemente da situação.
Outro ponto importante é oferecer uma solução
omnichannel, em oposição à sugestão anterior, permitindo que os clientes façam
a compra pelo celular e retirem na loja. Além de agilizar o processo de compra,
o que proporciona uma comunicação mais direta entre o cliente e o fornecedor,
contribuindo para uma experiência mais eficiente e personalizada. Além disso,
para os mercados locais, a opção de compra pelo celular e retirada na loja é
uma forma de competir diretamente (ou quase) com grandes redes presentes no
comércio eletrônico.
Ou seja, para ser bem avaliado, é essencial
proporcionar aos consumidores uma experiência que proporcione agilidade,
conveniência, atendimento personalizado e interatividade local, acompanhando de
perto as evoluções digitais e sociais. A expressão "servir bem para servir
sempre" reflete a importância de pesquisar e acompanhar constantemente as
mudanças no público-alvo, visando oferecer um serviço de excelência de maneira
contínua e otimizada. Dessa forma, é possível garantir um atendimento de
qualidade, sempre buscando a melhor forma de servir.
Samuel
Carvalho - diretor da vertical de Mercado de Proximidade e Conveniência da Linx
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