Psicóloga explica
que a insegurança e desconfiança geralmente surgem quando há uma ameaça real ou
fantasiosa de um terceiro que possa mudar a dinâmica da relação entre dois
Relacionamentos amorosos, familiares e amigáveis
englobam uma mistura de sentimentos. Inserido na convivência, é normal o
despertar de inseguranças e desconfianças gerando o ciúme e possíveis
desentendimentos.
Por conta disso, a psicóloga Jéssica Helena Vaz Malaquias,
professora doutora do curso de psicologia da Universidade
Cidade de São Paulo – UNICID, instituição pertencente a Cruzeiro do Sul
Educacional, explica que o ciúme se apresenta como um receio de que o parceiro
se envolva afetivamente com outras pessoas interpretadas como mais
gratificantes, interessantes e atraentes.
“Junto a essa emoção, o indivíduo ciumento
percebe-se muito mais envolvido no relacionamento em comparação ao seu par.
Paira sempre a desconfiança de que o outro não está tão conectado ao vínculo e que
assim poderia evadir mais facilmente da relação amorosa.”
Assim, o ciúme geralmente surge quando há uma
ameaça, real ou fantasiosa, de que um terceiro possa mudar a dinâmica da
relação entre dois. Daí o medo, a insegurança e a solidão podem tomar conta do
indivíduo. Além disso, Jéssica frisa que isso ocorre também devido a um
contexto cultural que reforça a ideia de posse ligada ao amor que se sente por
alguém.
“’Amo você e você é meu’ é uma ideia que parece
estar bem presente nos relacionamentos atuais. Se você realmente acha que o
outro é um objeto que pode estar sob seu domínio, já há algo bem delicado em
seu relacionamento que pode levar a conflitos internos. Entender suas
inseguranças e o que você acha que é estar em um relacionamento com alguém é
fundamental para que o ciúme não seja mote de crises e instabilidades”, indica
a especialista.
Entendendo a autonomia da
pessoa e a nossa
Jéssica afirma: é preciso aceitar que toda pessoa é
ativa na construção e no exercício de sua autonomia. Especialmente no que ela
intitula como sociedade de extrema vigilância: pelas redes sociais, há uma
falta de privacidade e excessos de compartilhamento, nas quais muita gente
participa e acompanha as rotinas, emoções e dificuldades quase em tempo real.
E, com isso, há uma percepção ilusória de que se perdeu a própria autonomia.
“Mas isso só acontece porque nós nos colocamos sob
esses olhares. Já vi situações cotidianas de casais que descobrem traição
porque o parceiro teria feito postagem na rede social e a parceira descobriu ao
acessar essa informação na rede. A maneira com que utilizamos essa grande rede
de informações sobre nós e os outros parece nos privar de autonomia e parece
dar espaço para cerceamos a autonomia do outro”, conta.
Relações passadas
A psicóloga indica que as pessoas podem e devem
aprender que o passado faz parte de nós e o carregamos conosco. O ponto que
pode ser incongruente é como a pessoa se relaciona com essas vivências
anteriores: há uma adoração maior que o próprio presente ou um rancor, mesmo
apegado?
“É preciso elaborar o que vivemos com outras
pessoas no passado, sabendo que elas marcam quem somos hoje também. Sobre
autonomia, o princípio é: todos somos autônomos, somos dotados de pleno domínio
sobre as nossas decisões e escolhas”, diz.
Trabalhando a confiança e
evitando o ciúme excessivo
“Acredito que o primeiro passo seria ter muito
claro que tipo de relacionamento o indivíduo deseja para si. É importante
pensar como você gostaria de amar e de ser amado; pensar em que tipo de parceiro/parceira
você é. Interessante também ter bem claro quais os modelos mais saudáveis de
relacionamento em que você acredita. Modelos que fazem um e outro crescerem e
se desenvolverem enquanto dupla. Se você realmente acredita que o outro existe
para fazer você feliz, comece a rever seus pressupostos. O outro existe para
que você possa ser feliz com junto com ele. Alinhe as expectativas que tem
sobre as outras pessoas. O outro não é obrigado a atender as nossas ilusões,
pois trata-se de uma pessoa cheia de histórias e contradições. O mais
importante dentro disso tudo é saber que em um relacionamento o outro é sujeito
autônomo, assim como você e, portanto, não deve ser tratado como objeto a ser
possuído”, diz a profissional.
Por fim, a docente do curso de Psicologia da UNICID
explica que a procura por ajuda é fundamental quando a angústia provocada pelo
ciúme e pela instabilidade no relacionamento se tornam insuportáveis ou mesmo
quando o sujeito de fato se vê sem saída e preso na dificuldade de encontrar alternativas
para si e para a relação.
Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br
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