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quarta-feira, 22 de março de 2023

Você sabia que existe urticária ao frio e ao calor?

Especialista explica como diagnosticar e qual o tratamento

    Anafilaxia está entre as reações mais graves desse tipo de urticária

  

Urticárias ao frio e ao calor existem, mas são desconhecidas do público, na maioria das vezes. O diagnóstico é feito a partir da história clínica do paciente. A urticária ao frio é a mais comum, com relatos de após a exposição ao frio, - como ficar em ambiente com ar-condicionado e ingerir água gelada - aparecerem lesões nas mãos.

Não há dados específicos do Brasil, mas estudos internacionais mostram que a urticária ao frio atinge entre 5% a 30% de pessoas no mundo. É o 4º tipo de urticária mais frequente.

Dr. Régis Campos, membro do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que a urticária ao frio é considerada crônica e induzida, porque ela tende a demorar mais de seis semanas. Pode ser uma urticária adquirida ou familiar. “Ocorrem determinadas mutações que predispõem a sintomas de urticária ao frio, que além da urticária trarão outros sintomas como febre e dor nas articulações. Ela faz parte do grupo de doenças autoinflamatórias manifestada por sensibilidade ao frio.

“Tenho um paciente que achava que a urticária dele aparecia quando chegava ao trabalho, com lesões na pele que coçavam muito. Durante a consulta e pesquisa clínica, ele encostou o braço na mesa de vidro, que estava gelada por conta do ar-condicionado. Quando ele levantou, tinham placas vermelhas por todo o braço”, conta Dr. Régis Campos.

É possível fazer teste de provocação bem padronizados com estímulos ao frio e ao calor. Inclusive, é possível utilizar alguns outros aparelhos mais sofisticados, que conseguem determinar em qual temperatura o paciente vai desencadear a urticária.

Os sintomas de alergia ao frio e ao calor são bem parecidos: placas vermelhas que coçam bastante e pode ter o inchaço associado.

A urticária ao frio é mais prevalente que a urticária ao calor, e ocorre, geralmente, na fase adulta, a partir da segunda década de vida e com predominância em mulheres.

“Mesmo no calor, podemos ter pessoas com alergia ao frio, devido ao ar-condicionado, água fria do mar e piscina, por exemplo. Para estes casos, é muito importante saber diferenciar de outro tipo de urticária, a chamada aquagênica”, alerta o especialista.

Dr. Régis Campos conta que existe um teste muito simples para se fazer o diagnóstico: o teste do cubo de gelo. Realizado pelo especialista, o médico põe o cubo de gelo sobre a pele, protegido com um plástico para não ter contato direto com a pele, e depois de 5 minutos, se no local onde tirou ficar uma placa bem vermelha e com coceira, é um sinal de urticária ao frio.

“Em alguns casos, os sintomas podem ser mais graves. Caso o indivíduo mergulhe em uma água fria, a urticária pode se disseminar e causar uma reação mais grave, chamada anafilaxia ao frio”, relata o médico da ASBAI.

O tratamento vai depender do grau de urticária que cada paciente apresenta. “Se ele só desencadeia a urticaria diante de temperaturas muito baixas, dependendo da região onde ele mora, é possível ter o controle da doença apenas com orientação sobre exposição, ficar bem agasalhado e não se alimentar de coisas frias”, explica Dr. Campos.

Mas caso o paciente desencadeie a urticárias com temperaturas não tão frias, os sintomas podem ser mais constantes e será preciso analisar, além da região onde ele mora, o ambiente de trabalho e entrar com anti-histamínico e, para os casos mais graves, são receitados medicamentos mais abrangentes, como os imunobiológicos.

A urticária ao calor acontece de fora para dentro e é crônica e induzida, pode estar associada à urticária ao sol e ao banho quente. A diferença da urticária colinérgica é que essa é causada pelo aumento da temperatura interna como urticária ao exercício físico.
 


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