Vivemos tempos de digitalização e transformação tecnológica intensa das empresas. Mesmo neste momento, as pessoas devem ser o foco das ações e a razão pela qual adotamos novas tecnologias.
As contínuas e rápidas mudanças que estão
acontecendo no mundo, devido à evolução tecnológica, foram ainda mais
intensificadas pela pandemia. Elas estão modificando tudo que conhecemos sobre
o mercado e reformulando nossas formas de comprar e vender produtos e serviços.
Nesse contexto, a pandemia agilizou o processo,
forçando a digitalização das empresas para que pudessem seguir suas operações.
Ou se vende, compra e faz relacionamento com clientes e fornecedores de forma
online, ou a empresa não funciona. Essa digitalização abriu as portas para
oportunidades de surgimento de inovações. Trouxe um momento de antecipação de
novas tendências com uso de tecnologia intensiva.
A reformatação do mercado e suas consequências
Em um curto espaço de tempo o mercado se
reformatou, rompendo com modelos tradicionais em nossas vidas pessoais e
profissionais. Processos de trabalho, hábitos pessoais, layout de casas,
relacionamentos com familiares e amigos. Impactos gigantescos em curtíssimo
prazo.
Muitas empresas já haviam desaparecido antes da
pandemia, por causa de inovações e da revolução 4.0. Diante das novas
condições, muitas outras deixarão de existir nos próximos meses e anos: as que
não quiserem se adaptar à rápida digitalização.
Quer ver isso acontecendo em seu dia a dia?
Observe seu bairro e perceba que muitas lojas
tradicionais fecharam. Mas muitas ficaram ainda mais fortes e outras estão
nascendo.
Esses estabelecimentos trazem novos conceitos e
formas de se relacionar com o mercado e os clientes desde o início da pandemia.
São negócios que abriram as portas para a
digitalização, inovação e todas as mudanças que vêm a reboque. Uma premissa dos
novos tempos é a capacidade de adaptação. Quem não quiser ou não conseguir se
adaptar, vai sucumbir.
Como devemos nos comportar em um mercado incerto e
turbulento como esse?
Essa pergunta vem sendo feita por diversos
executivos, pois a resposta é a diferença entre o sucesso e o fracasso de
muitas empresas. Temos que considerar que a tecnologia muda intensivamente e
saber que ela existe para nos servir e agregar valor aos negócios.
A tecnologia não é um fim, mas, sim o valor que
entregamos a nossos clientes. Portanto, o que também precisa mudar são as
pessoas, não apenas as tecnologias. Os profissionais que escolhem as
ferramentas que serão usadas para inovar e as formas de inovar também são
essenciais.
Aí também está a diferença entre as empresas que
sobreviveram e as que fecharam as portas. Muitos negócios certamente escolheram
as mesmas ferramentas para, por exemplo, fazer entregas por delivery.
O uso das tecnologias de forma inteligente
Mas alguns usaram essas tecnologias de forma
inteligente, e outras não, pois não tiveram um direcionamento correto por parte
dos profissionais ou não souberam inovar.
Por exemplo, um restaurante bastante tradicional em
meu bairro passou a usar os garçons para atender seus clientes tradicionais e
fazer o delivery. Dessa forma, manteve-se a relação de atendimento aos clientes
e a proximidade com os garçons queridos, agora via WhatsApp. Outros negócios também
tentaram usar o WhatsApp, mas faliram, porque não conseguiram agregar valor ao
cliente apenas com a tecnologia.
Então, para tomar decisões assertivas, devemos
mudar nossos olhares, mirando nas pessoas que vão ser impactadas pelas
tecnologias.
Elas vão “patrocinar” as mudanças, pois serão
clientes e, indiretamente, gestores da mudança, definindo as direções do
sucesso do negócio.
As tecnologias devem ser utilizadas com foco nas
pessoas e buscando servi-las. A criatividade no uso da tecnologia é o diferencial,
e não sua mera adoção. Quanto mais avançamos na digitalização do mercado, mais
vamos embarcar em tecnologia em nossos processos. Dessa forma, a tecnologia
será “commoditizada”.
É preciso atender às expectativas do mercado.
Quanto mais trabalharmos com as pessoas, olharmos
para os nossos clientes e entendermos como eles desejam ser atendidos, usando
nossas tecnologias, é claro, mais atenderemos às suas expectativas e mais
digitais seremos. Este será o grande diferencial.
Mais barato do que criar novas ferramentas digitais
é aprender a usar as ferramentas já existentes de forma inovadora e centrada em
pessoas. Como vimos ao longo da pandemia, as empresas que nos surpreenderam não
necessariamente criaram tecnologias com inovações radicais, mas as que usaram
as tecnologias existentes de forma criativa.
O poder de mudança e adaptação dessa nova realidade
está nas pessoas que fazem parte de nossas equipes.
Elas conhecem o que vendemos e oferecemos, assim
como conhecem também os nossos clientes. Elas vivem o mesmo processo como
consumidores e podem usar suas experiências e conhecimento para nos ajudar a
inovar nesses momentos de mudança.
As nossas equipes são os nossos maiores recursos
para inovar e ter empresas digitais de forma criativa e de baixo custo.
Para crescer em tempos de disrupção, pandemia e
digitalização, temos que colocar as pessoas no centro. Não importa se são
colaboradores ou clientes.
Elas são o caminho para nos manter e crescer em tempos de incertezas.
Fernando Arbache - fundador da Arbache
Innovations, uma HR Tech brasileira premiada e enabler de Inovação no Brasil e
América Latina. Com vasta experiência acadêmica e mais de 4 livros publicados,
desenvolve pesquisas na área de mapeamento de competências comportamentais por
meio de gamificação com uso de Inteligência Artificial. Independent Education
Consultant Currently working with MIT Professional Education, Fernando atuou
como professor FGV, nas cadeiras de Logística, Estatística, Gestão de Riscos e
Sistemas de Informação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário