O mês de março é dedicado a conscientizar a população geral sobre esta doença
O mês de março é marcado pela campanha de
conscientização da endometriose, onde profissionais da saúde se disponibilizam
para esclarecer e alertar a população sobre a doença que acomete de 10% a 15%
das mulheres que menstruam no mundo.
Ainda muito desconhecida por milhares de pessoas, a
doença ganhou destaque nos noticiários de todo o Brasil após a cantora Anitta
compartilhar seu diagnóstico de endometriose, em julho de 2022. Após a grande
repercussão, o termo "endometriose Anitta" teve um aumento de mais de
4.000% nas buscas do Google, segundo informações do Google Trends.
Segundo o Dr. Marcos Tcherniakovsky, Ginecologista
e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), a
doença é caracterizada pela saída do tecido endometrial para fora do útero
através das tubas, e que pode se implantar em órgãos da região pélvica e causar
um processo inflamatório. “Embora a endometriose não apresente ainda causas
claras, o histórico familiar, a menarca precoce e fluxos menstruais abundantes,
de longa duração ou de maior frequência, são considerados fatores de risco para
o seu desenvolvimento”, relata o médico.
Conheça a seguir os três exames mais importantes
para o correto diagnóstico da endometriose.
1 - Exame físico: quando há suspeita da doença, o médico realiza um exame físico de toque
vaginal, com o objetivo de verificar se o útero está fixo, se houve aumento dos
ovários e possíveis alterações que confirmem a suspeita. Antes, o médico avalia
a história clínica da paciente, ouvindo com cuidado todos os sintomas e queixas
e sem pressa, também para tranquilizá-la.
2 - Ressonância magnética da
pelve: é solicitada com preparo intestinal e é feita por
um profissional que conheça muito bem a doença. O exame possibilita uma avaliação
completa da pelve em múltiplos planos, com excelente resolução anatômica e
espacial.
3 - Ultrassom endovaginal: também é solicitado com preparo intestinal e é feito por profissionais
com alto conhecimento em endometriose. O exame consegue identificar a presença
da doença em qualquer local da região da pélvica, como ovários, tubas, bexiga e
intestino.
Ambos os exames são excelentes para diagnosticar a presença de endometriose profunda, aquela que tem mais de 5mm de profundidade e costuma dar mais sintomas, como dores abdominais e/ou pélvicas.
Através destes 3 exames podemos determinar a
necessidade de trabalharmos de forma multidisciplinar. Quando existe o
diagnóstico de endometriose intestinal, sempre solicitamos uma avaliação com o
proctologista ou cirurgião geral. O mesmo ocorre quando temos um provável
acometimento da bexiga e encaminhamos para o urologista, para que acompanhe em
conjunto com o ginecologista.
"Uma dica fundamental para o início do
tratamento é incentivar que a paciente busque algo que lhe traga relaxamento.
Se necessário, o acompanhamento psicológico também é recomendado. Assim, ela
terá suporte para lidar com toda a carga emocional que a endometriose gera na
vida de uma mulher”, finaliza Tcherniakovsky.
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra - Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável na Clínica Ginelife. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher
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