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Para o próximo ano, a projeção para o avanço da economia foi mantida em 1%.
O Banco Central (BC) revisou a projeção de
crescimento da economia, neste ano, de 2,7% para 2,9%. A estimativa para o
Produto Interno Bruto (PIB) está no Relatório de Inflação, divulgado nesta
quinta-feira, 15/12. Para 2023, a projeção de crescimento do PIB continua em
1%.
De acordo com o relatório, a alta na projeção do
PIB refletiu a elevação na previsão para o setor de serviços, parcialmente
compensada por recuo nas estimativas para agropecuária e indústria.
“A projeção da agropecuária foi alterada de
estabilidade para recuo de 2%, refletindo, principalmente, o resultado do terceiro
trimestre”.
Na indústria, a projeção foi revista de 2,4% para
1,9%, com quedas nas previsões para todos os setores, com exceção da
construção.
Em serviços, a estimativa de crescimento em 2022
passou de 3,4% para 4,1%, influenciada pelo resultado do terceiro trimestre e
pela revisão da série histórica.
“O setor terciário tem mostrado resiliência,
voltando a crescer em ritmo robusto no terceiro trimestre. As altas no setor
foram disseminadas e de magnitudes elevadas, iguais ou superiores a 1%, exceto
pela atividade de comércio, afetada pelo arrefecimento do varejo e da produção
industrial”.
Para os próximos trimestres, acrescenta o BC,
“espera-se arrefecimento mais disseminado no setor, repercutindo a perspectiva
de desaceleração do consumo das famílias, em ambiente de taxas de juros mais
elevadas e de desaquecimento do mercado de trabalho”.
DEMANDA
A estimativa para a variação do consumo das
famílias passou de 3,9% para 4,2%, a do consumo do governo de 0,7% para 1,6% e
a da formação bruta de capital fixo (FBCF - investimentos) de -0,4% para 0,7%.
As exportações e as importações em 2022 devem
variar, na ordem, de 4% e estabilidade, ante projeções de 1,5% e -2,5%. Essas
estimativas refletem “altas maiores do que as esperadas no volume de
exportações e importações de bens e serviços”.
PARA 2023
Para 2023, a projeção de crescimento foi
influenciada pela “manutenção da perspectiva de arrefecimento na demanda
interna e nos componentes mais cíclicos da oferta”.
O relatório diz ainda que “discussões sobre o
orçamento de 2023 apontam para maior expansão dos gastos primários [gastos
relacionados aos serviços públicos, sem considerar pagamento de empréstimos] do
que a prevista na legislação atual, em especial os associados a transferências
às famílias [como o Bolsa Família]”.
O BC acrescenta que o aumento de gastos do governo
pode ajudar a sustentar a demanda por bens e serviços, principalmente no curto
prazo.
Por outro lado, “estímulos fiscais adicionais,
especialmente se impactarem a percepção de sustentabilidade da dívida pública,
podem prejudicar as condições financeiras e o crescimento econômico”.
“Portanto, o resultado final depende da combinação
da magnitude da expansão fiscal no curto prazo e da formulação exata do novo
arcabouço fiscal”.
OFERTA DE DEMANDA
Pelo lado da oferta, a manutenção da projeção
central para a variação do PIB em 2023 refletiu recuos nas previsões para
agropecuária e indústria, de, respectivamente, 7,5% e 0,4% para 7% e
estabilidade, e elevação na previsão para serviços, de 0,6% para 0,9%.
No âmbito da demanda interna, as projeções para o
consumo das famílias, consumo do governo e FBCF foram elevadas de,
respectivamente, 0,7%, 1,0% e -0,5% para 1,2%, 1,1% e 0,3%.
As estimativas para as variações das exportações e
importações ficaram praticamente inalteradas, passando, respectivamente, de 3%
para 2,8% e de 0,5% para 0,7%.
INFLAÇÃO
A estimativa do Banco Central para a inflação, em
2023, subiu de 4,6% para 5%. A previsão para 2022 passou de 5,8% para 6%.
Para 2024, a revisão foi de 2,8% para 3% e, para
2025, permanece em 2,8%.
META
A probabilidade de a inflação ultrapassar o limite
de tolerância da meta está próxima de 100%, neste ano, e 57%, em 2023.
A meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), para 2022, é 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual. Dessa forma, a inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), poderia ficar entre 2% e 5% neste ano.
Para 2023, o CMN estabeleceu meta de 3,25% para o
IPCA, também com 1,5 ponto percentual de tolerância. Dessa forma, o índice poderá
fechar o próximo ano entre 1,75% e 4,75%.
SELIC
No relatório, o BC diz que o Comitê de Política
Monetária (Copom) “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de
manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será
capaz de assegurar a convergência da inflação”.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central
para manter sob controle a inflação oficial.
“O Comitê reforça que irá perseverar até que se
consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das
expectativas em torno de suas metas”, ressaltou. Mas o comitê reforçou que
poderá voltar a aumentar a Selic caso a inflação não caia como esperado.
No último dia 7, o Copom manteve a taxa Selic em
13,75% ao ano. Essa foi a terceira vez seguida em que o BC não mexe na taxa,
que permanece nesse nível desde agosto.
Fonte: Diário
do Comércio (dcomercio.com.br)
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