O rastreamento da doença é recomendado
para pessoas com mais de 45 anos; detecção em estágio inicial é fundamental
para eficácia do tratamento
Todos os anos, pelo menos 50 mil brasileiros são diagnosticados com câncer colorretal, de acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para ampliar o conhecimento da população sobre o tumor, que é o segundo tipo mais incidente no país, responsável por 10% das neoplasias, 27 de março foi eleito o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal.
Para diagnosticar o câncer ainda em estágio inicial, quando se apresenta como pólipo, é indicada a realização da colonoscopia a partir dos 45 anos, caso não haja histórico da doença na família. Quando um pólipo é diagnosticado, o tratamento é realizado durante o próprio exame. “Neste caso, o paciente precisa repetir o procedimento em um intervalo mais curto, a ser definido de acordo com o tipo de pólipo. Se nenhuma alteração for encontrada, a colonoscopia só deve ser realizada novamente depois de 10 anos. De maneira geral, não há idade limite para a realização da avaliação, pois o diagnóstico é fortemente observado em pessoas com mais de 65 anos”, esclarece a oncologista do Hcor, Dra. Lucíola de Barros.
Para entender a necessidade de realização da colonoscopia
antes da idade geral, a médica explica que existem alguns sintomas que podem
ajudar a identificar a doença em um estágio mais inicial. “A pessoa deve ficar
atenta se há uma mudança no hábito intestinal, se dores abdominais são
recorrentes e, principalmente, se as fezes contêm sangue. Isso não significa
que todas as pessoas que possuem esses sintomas terão câncer colorretal, mas
sinalizam que há algo errado”.
Em casos mais avançados, o melhor tratamento para o tumor
é a cirurgia, pois é o único considerado como curativo (dependendo do tamanho,
localização e extensão do câncer). Para pacientes que possuem alto índice de
recorrência, também pode ser indicada a quimioterapia pós-cirúrgica, ou
quimioterapia adjuvante, a fim de combater quaisquer células cancerígenas
remanescentes ou que não podem ser visualizadas pelos exames de imagem.
A especialista ressalta, no entanto, que “o maior fator
de risco para o surgimento desse câncer tem relação com os hábitos individuais
e pouco tem a ver com a hereditariedade, como se pensa. Por isso, diminuir a
ingestão de álcool e de produtos industrializados e praticar atividade física
reduzem as chances de desenvolver câncer colorretal”.
Impactos da pandemia
Em 2020, o Hcor registrou uma queda de mais de 30% na
realização de colonoscopia, comparado a 2019. “Essa redução tem um grande
impacto no prognóstico da doença. Ainda que o câncer colorretal tenha um
crescimento muito lento, quanto antes for detectado, maiores são as chances de
o tratamento ser efetivo”, explica.
No ano passado, no entanto, o número voltou a crescer. “Com a melhora da situação epidemiológica da COVID-19, as pessoas retomaram os cuidados com a saúde. O Hcor encerrou 2021 com um aumento de 58% no número de exames de rastreamento realizados, em comparação a 2020. O crescimento deve se manter este ano, uma vez que o número de colonoscopias realizadas no primeiro bimestre já é maior do que o do mesmo período de anos anteriores”, finaliza a especialista.
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