Para saber se uma criança ou adulto tem o transtorno é necessário a avaliação de especialistas como pediatra, psicólogo ou psiquiatra, que irão detectar a presença de alguns sinais indicativos da doença
A síndrome de Asperger é uma condição psicológica do espectro
autista caracterizada por dificuldades significativas na interação social e na
comunicação não-verbal, além de padrões de comportamento repetitivos e
interesses restritos. Ela é muito mais comum do que se pensa, pois de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial tem
algum tipo de transtorno do espectro autista (TEA). “Ao contrário do autismo, a
síndrome de Asperger não causa dificuldade generalizada de aprendizado, além
disso, é comum que as pessoas diagnosticadas com essa síndrome tenham a
necessidade de criar rotinas fixas”, explica Paulo Nakano, Neurologista do
HSANP.
Segundo o especialista os principais sintomas da síndrome de
Asperger são: introspecção e problemas com habilidades sociais, práticas e
rituais incomuns, dificuldades de comunicação e comportamentos excêntricos e
repetitivos.
· Introspecção e problemas com habilidades sociais - ‘‘As crianças com essa doença geralmente têm dificuldade
para interagir com outras pessoas e muitas vezes comportam-se de forma estranha
em situações sociais. Portadores desse distúrbio geralmente não fazem amigos
facilmente, pois costumam ter insegurança em iniciar e manter uma conversa”,
esclarece.
· Práticas e rituais incomuns - “Pessoas que possuem a síndrome podem desenvolver rituais
que ele ou ela se recuse terminantemente a alterar, como se vestir
obrigatoriamente em uma ordem específica, por exemplo”, informa.
· Dificuldades de comunicação - “Costumam não fazer contato visual ao falar com alguém,
elas podem ter problemas ao usar expressões faciais e ao gesticular, bem como
podem apresentar dificuldade para compreender a linguagem corporal e a
linguagem dentro de um determinado contexto e costumam ser muito literais no uso
da língua”, alerta.
· Comportamentos excêntricos ou repetitivos - “Os pequenos com essa condição podem desenvolver um tipo de
comportamento incomum e singular, que envolve movimentos repetitivos e
estranhos, como, por exemplo, torcer as mãos ou os dedos”, elucida.
O neurologista conta que não existe uma causa exata para
essa doença, apesar de ser parcialmente hereditária, seus mecanismos genéticos
ainda não são conhecidos, pois mesmo com esforço, a neuroimagem ainda não pode
descrever um problema fisiopatológico comum para essa condição. “A síndrome de
Asperger apresenta algumas particularidades, a que mais chama atenção é que se
trata de um transtorno que acomete majoritariamente crianças do sexo masculino.
Além disso, crianças com essa síndrome podem mostrar o desenvolvimento de uma
linguagem típica e, muitas vezes, um vocabulário proporcionalmente superior
para a idade. Entretanto, ao interagir com os outros costumam apresentar uma
comunicação um pouco inadequada ou embaraçosa para o momento”, conta.
Infelizmente, nenhum espectro do transtorno autista
apresenta cura, porém, são variadas as intervenções terapêuticas disponíveis e
a sua introdução o mais precoce possível é fundamental para a conquista de
resultados satisfatórios, as opções de tratamento incluem: treinamento e
educação dos pais; treinamento das habilidades sociais e fonoaudiologia,
terapia comportamental cognitiva (TCC); terapia ocupacional e medicação para
controle de sintomas ou outros transtornos associados, como ansiedade, depressão
etc.
“Quando falamos das doenças de espectro autista, devemos ter
em mente que não se trata de uma condição causada pela forma que a criança foi
criada ou como consequência de problemas decorrentes das experiências de vida,
os pais não são culpados. Por isso é importante um acompanhamento adequado para
que as informações sejam as maiores possíveis”, finaliza o especialista.
HSANP - Hospital referência na Zona Norte da
cidade São Paulo
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