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Infectologista explica que estamos em um momento de “segurança média”, mas os números ainda revelam alto risco para a população
Com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), na última segunda-feira (21), o Brasil registrou redução no número de mortes por covid-19, com média móvel caindo pelo 12º dia consecutivo. Foram 318 mortes nas últimas 24h, menor número desde 19 de janeiro. Esses dados dão um respiro não só para quem trabalha com cultura e evento, mas também para todos que usufruem deste tipo de lazer, principalmente em época de carnaval, uma das festas que mais movimentam os brasileiros.
A flexibilização de atividades com aglomeração de público já vem
sendo testada em alguns países em diferentes escalas com resultados variados,
mas a questão é que a pandemia que vivemos atualmente muda de acordo com o
cenário que está inserida: países com maior e menor taxa de vacina; países com
pirâmides populacionais diferentes (algumas com mais pessoas velhas e outras
com mais pessoas jovens); países com leis mais rigorosas e outras com leis
flexíveis, países mais desenvolvidos e outros menos. O infectologista César
Carranza explica que, surpreendentemente, não há regra que possa ser seguida e
que mostre o caminho de saída para a pandemia.
Já é seguro flexibilizar algumas atividades com aglomeração?
“Infelizmente, uma das coisas que temos certeza acerca desta pandemia é que não podemos ter muita certeza do comportamento dela. Da forma que a pandemia vem se comportando no Brasil, acho que com a importante taxa de vacinação que temos em adultos existe uma ‘segurança média' em flexibilizar algumas atividades, principalmente atividades ao ar livre”, explica o infectologista que também atende no Hospital Anchieta de Brasília.
Pesquisas iniciais afirmavam que a taxa de contágio seria detida
com 60% da população imunizada, depois vieram cálculos em que apresentavam 80%.
“O surgimento de novas variantes enfraqueceu essa teoria, e não sabemos se isso
pode vir a acontecer novamente. Tem cientistas que afirmam que a variante
Ômicron veio a dar o pontapé final para o mundo controlar a pandemia. Mas na
minha visão, arriscar em liberar tudo como era antes nestes momentos seria uma
opção muito arriscada”, conclui Cesar Carranza.
Em 2021 a população conteve as comemorações de carnaval, e neste
ano, apesar dos governadores locais ainda cancelarem as festas oficiais, os
foliões se reunirão em bares ou eventos fechados alegando maior segurança, após
o avanço da vacinação contra a covid-19, principalmente em relação às três
doses. Agora, a ideia é contenção de danos.
Qual seria o momento ideal de flexibilizar?
O médico explica que devemos passar ainda por uma curva menor de
casos e mortes, além de menores taxas de contágio antes de pensar em uma
abertura total, mas conclui: “eu pessoalmente desconheço qual o ‘número mágico’
que, após atingido, daria segurança para flexibilizar as nossas atividades em
níveis pré-pandemia ou próximo disso, mas acredito que esse número é difícil de
calcular visto que existem muitas variáveis a serem consideradas. Temos ainda
as variáveis do vírus (transmissibilidade, virulência, capacidade de mutar para
escapar das defesas já formadas) e a capacidade de resposta dos sistemas de
saúde”.
Dicas para minimizar as chances de contaminação em uma festa
As medidas de proteção continuam as mesmas recomendadas no início
da pandemia: vacinação completa, uso de máscara sempre que possível,
distanciamento social entre 1 e 2 metros, preferir ambientes ventilados ou
ventilar ambientes fechados, assim como o uso de filtros de máscara mais
eficientes em ambientes que recirculam o ar. A curva de casos em queda na
atualidade reflete a eficácia das vacinas e a cobertura cada vez maior, mas o
médico continua com as dicas: “as pessoas com sintomas de gripe devem ficar em
casa pelo menos 10 dias, mesmo com sintomas leves. Lembrando que essas medidas
podem ser flexibilizadas entre pessoas de convivência próxima”, afirma o
infectologista.
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