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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Covid-19 x Carnaval: já dá para festejar com os amigos?

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Infectologista explica que estamos em um momento de “segurança média”, mas os números ainda revelam alto risco para a população

 

Com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), na última segunda-feira (21), o Brasil registrou redução no número de mortes por covid-19, com média móvel caindo pelo 12º dia consecutivo. Foram 318 mortes nas últimas 24h, menor número desde 19 de janeiro. Esses dados dão um respiro não só para quem trabalha com cultura e evento, mas também para todos que usufruem deste tipo de lazer, principalmente em época de carnaval, uma das festas que mais movimentam os brasileiros. 

A flexibilização de atividades com aglomeração de público já vem sendo testada em alguns países em diferentes escalas com resultados variados, mas a questão é que a pandemia que vivemos atualmente muda de acordo com o cenário que está inserida: países com maior e menor taxa de vacina; países com pirâmides populacionais diferentes (algumas com mais pessoas velhas e outras com mais pessoas jovens); países com leis mais rigorosas e outras com leis flexíveis, países mais desenvolvidos e outros menos. O infectologista César Carranza explica que, surpreendentemente, não há regra que possa ser seguida e que mostre o caminho de saída para a pandemia.
 

Já é seguro flexibilizar algumas atividades com aglomeração? 

“Infelizmente, uma das coisas que temos certeza acerca desta pandemia é que não podemos ter muita certeza do comportamento dela. Da forma que a pandemia vem se comportando no Brasil, acho que com a importante taxa de vacinação que temos em adultos existe uma ‘segurança média' em flexibilizar algumas atividades, principalmente atividades ao ar livre”, explica o infectologista que também atende no Hospital Anchieta de Brasília. 

Pesquisas iniciais afirmavam que a taxa de contágio seria detida com 60% da população imunizada, depois vieram cálculos em que apresentavam 80%. “O surgimento de novas variantes enfraqueceu essa teoria, e não sabemos se isso pode vir a acontecer novamente. Tem cientistas que afirmam que a variante Ômicron veio a dar o pontapé final para o mundo controlar a pandemia. Mas na minha visão, arriscar em liberar tudo como era antes nestes momentos seria uma opção muito arriscada”, conclui Cesar Carranza. 

Em 2021 a população conteve as comemorações de carnaval, e neste ano, apesar dos governadores locais ainda cancelarem as festas oficiais, os foliões se reunirão em bares ou eventos fechados alegando maior segurança, após o avanço da vacinação contra a covid-19, principalmente em relação às três doses. Agora, a ideia é contenção de danos.
 

Qual seria o momento ideal de flexibilizar? 

O médico explica que devemos passar ainda por uma curva menor de casos e mortes, além de menores taxas de contágio antes de pensar em uma abertura total, mas conclui: “eu pessoalmente desconheço qual o ‘número mágico’ que, após atingido, daria segurança para flexibilizar as nossas atividades em níveis pré-pandemia ou próximo disso, mas acredito que esse número é difícil de calcular visto que existem muitas variáveis a serem consideradas. Temos ainda as variáveis do vírus (transmissibilidade, virulência, capacidade de mutar para escapar das defesas já formadas) e a capacidade de resposta dos sistemas de saúde”.
 

Dicas para minimizar as chances de contaminação em uma festa 

As medidas de proteção continuam as mesmas recomendadas no início da pandemia: vacinação completa, uso de máscara sempre que possível, distanciamento social entre 1 e 2 metros, preferir ambientes ventilados ou ventilar ambientes fechados, assim como o uso de filtros de máscara mais eficientes em ambientes que recirculam o ar. A curva de casos em queda na atualidade reflete a eficácia das vacinas e a cobertura cada vez maior, mas o médico continua com as dicas: “as pessoas com sintomas de gripe devem ficar em casa pelo menos 10 dias, mesmo com sintomas leves. Lembrando que essas medidas podem ser flexibilizadas entre pessoas de convivência próxima”, afirma o infectologista.


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