As mudanças nas relações de trabalho, o enxugamento das estruturas organizacionais, a incorporação de novas tecnologias e a possibilidade de ser dono do próprio negócio estão entre os motivos pelos quais cada vez mais profissionais deixam os quadros das empresas pela possibilidade de empreender. E, dentre as alternativas viáveis, está atuar como consultor(a) ou assessor(a) organizacional. Contudo, é importante compreender por que uma organização contrata uma consultoria ou um consultor.
Destaco alguns motivos principais. Um deles é para
ajudar o cliente quando ele não sabe fazer (aplicar metodologias para a
resolução de problemas complexos, por exemplo), ou para ajudá-lo com mão de
obra qualificada para operacionalizar o que ele sabe que precisa fazer, mas
“não tem braços” (realizar auditorias na rede de distribuição ou filiais do
cliente, por exemplo).
Há ainda casos em que é preciso ajudar o cliente a
chegar aonde ele (ainda) não sabe que pode chegar, aplicando uma metodologia de
elaboração e desdobramento de planejamento estratégico que seja ambidestra, por
exemplo, focando nos resultados de curto prazo e ainda mirando no que a empresa
quer se tornar daqui há cinco anos. Outro exemplo é no combate a desperdícios
que o cliente não havia detectado, que podem torná-lo mais eficiente e
competitivo.
No entanto, para atuar em consultoria
organizacional, independentemente do tema ou nicho, se faz necessário possuir
as famosas hard e soft kills. As hard skills
são um conjunto de conhecimentos específicos, além de formação ou educação
formal e vasta vivência nos temas que serão objeto da consultoria. Já as soft skills
são diferenciais em termos de habilidades humanas e comportamentais, forte
capacidade de comunicação e de adaptação a novos contextos, setores, segmentos
e culturas de empresas.
Estes dias, um ex-colega de trabalho, que está há
alguns meses no mercado de trabalho buscando recolocação, me confidenciou que
possui muito conhecimento e experiência acumulados em determinado tema, mas
acha que lhe falta coragem para se tornar um consultor. Respondi que até a
prestigiada e experiente atriz brasileira Fernanda Montenegro, revelou sentir
até hoje, antes de entrar em cena, “friozinho na barriga”. Isso denota responsabilidade
e precisamos canalizar esta preocupação para foco no preparo.
De 1999 a 2010, atuei como consultor em paralelo às
minhas atividades de executivo empregado, desde que não houvesse conflito
ético. Atuei também na docência por mais de cinco anos. Desde 2010, somos uma
empresa de consultoria com consultores parceiros para diversos temas. Hoje,
estamos nos transformando em uma consultoria de resultados – queremos ser
vistos pelos nossos clientes como uma consultoria estratégica que lhes ajuda a
conquistar resultados concretos.
Consultoria é assim, temos que evoluir sempre.
Observando minha trajetória até aqui, elaborei na forma de método, um caminho
seguro, o qual resolvi batizar de “A Técnica dos 4 P’s” e que vai
permitir a você e a outros profissionais também mapear suas competências e,
quem sabe, lhe ajudar a dar os primeiros passos em consultoria, com segurança.
O primeiro P é de problema. Mapeie
quais problemas de potenciais clientes que você pode ajudar a resolver com seu
conhecimento, experiência e habilidades. Identificar oportunidades e problemas
a serem resolvidos, alinhados com o que você gosta de fazer, é o primeiro
passo.
O segundo P é perfil.
Autoconhecimento é muito importante. Não nascemos sabendo e completos. Maximize
seus pontos fortes e trate os pontos fracos, incluindo as soft skills.
O terceiro é de preparo. Nos
primeiros treinamentos que eu ministrava aos sábados, eu acordava às 4h30 da
manhã para revisar todo o material e ir mentalizando cada etapa do curso, assim
como falas e dicas importantes que teria que abordar ao longo do treinamento. A
cada vez que fazia isso e a cada novo treinamento, eu conquistava mais
segurança ao passo que os feedbacks positivos também aumentavam.
O quarto é de persistência. Diz
respeito a perseverar, se autoavaliar, não desistir, ouvir feedbacks e melhorar
sempre.
O objetivo de qualquer empresa, e na consultoria
não é diferente, é primeiramente a sobrevivência e, assim que possível, a
criação de valor para as partes interessadas, bem como criar relações de longo
prazo com os clientes. Para que isso seja possível, precisamos construir três
pilares:
Autoridade: conquistamos autoridade a
partir de nossas competências colocadas em prática, as quais se baseiam, como
já mencionamos, em conhecimento, habilidades e experiência. Ao aplicar tais
competências, auxiliamos os clientes a atingir os resultados definidos em cada
projeto em que atuamos. Realizar lives, eventos, escrever artigos
complementa e viabiliza que sejamos indicados para novas oportunidades.
Confiança: a confiança passa pelo item
anterior (realizações) e também por princípios éticos reforçados a cada
projeto. Por exemplo, a confidencialidade – nenhuma informação pode vazar de
projetos sem a anuência dos clientes.
Relacionamento: prezar
pelas interações com clientes, que não se restrinjam a projetos nos quais se
esteja atuando. Realizar reuniões, visitas e contatos periódicos com clientes e
potenciais clientes.
Assim, guiando clientes por caminhos viáveis e
melhores, mapeando e reduzindo riscos, mostrando oportunidades e novos
cenários, a consultoria pode ser a chave para o sucesso tanto para organizações
quanto para profissionais que queiram contribuir e fazer a diferença nas
próximas décadas.
Serviço
FestQuali - Festival de Qualidade e Inovação
Data: 08; 09 e 10 de novembro de 2021
Endereço: Rua Edístio Pondé, 342 - FIEB
– Salvador/Bahia)
Inscrições e informações: www.festquali.com.br
Rafael Mottola Rocha - administrador
de empresas, engenheiro de produção, diretor, consultor e mentor na HORUS
Consultoria e Treinamento.
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