Pandemia já causou
mais de meio milhão de mortos no Brasil e pauta é fundamental no ambiente
corporativo; Zenklub criou Guia Prático para Saúde Mental e Pós-Pandemia para
ajudar colaboradores e empresas
Com mais de meio milhão de mortos por covid-19 no
Brasil, não há como deixar de falar em luto no ambiente corporativo. São muitas
as pessoas que estão lidando com perdas de amigos e familiares – estima-se que
um em cada oito brasileiros tenha passado por isso na pandemia -, e esse estado
emocional afeta as pessoas de diferentes formas e em todas as áreas da vida,
inclusive no trabalho, de acordo com Monique Luz, psicóloga do Zenklub formada pela Escola Bahiana de
Medicina e Saúde Pública e pós-graduada tanto em Psicologia Analítica quanto em
Hospitalar.
“O luto é um processo natural, porém vivenciado de
uma forma individual, cada um vai lidar da sua própria maneira, dependendo do
contexto. Na pandemia, em particular, vem de uma forma muito diferente, uma vez
que os rituais aos quais estamos acostumados não estão acontecendo, a despedida
muitas vezes é realizada a distância”, explica.
Segundo a especialista, deve-se falar sobre o
assunto com o funcionário, respeitando sempre a permissão da pessoa enlutada.
“O acolhimento é fundamental, escutar, tentar entender o que a pessoa está
passando, não desviar de uma conversa. O gestor, nesse momento, precisa ter a
sensibilidade de perceber a situação, e atuar como um porta-voz da equipe,
promovendo reuniões, ainda que remotas, para falar sobre o tema de uma maneira
aberta. Precisa entender também que o luto de um colaborador afeta toda a
equipe e pode haver uma mudança de desempenho, mas que é um período
específico”.
O que a empresa pode fazer em caso de luto do
colaborador?
A empresa pode considerar financiar um
acompanhamento psicológico, principalmente se pensarmos que, na situação atual,
esse tipo de serviço está mais acessível. A depender do tamanho da empresa, a
promoção de palestras, grupos de apoio e ações que, inclusive, possam ser
estendidas para a família, são propostas interessantes.
Para além disso, a antecipação das férias e
diminuição das atividades também podem ser estratégias a serem adotadas. “Tudo
isso faz com que a pessoa que está passando pelo luto entenda que existem
aliados ali, que é um espaço seguro”, comenta Monique. “É importante também que
tais ações passem a fazer parte da cultura da empresa e possam ser postas em
prática sempre que for necessário.
E quando o chefe é quem está de luto?
Muito se fala sobre a atuação das lideranças para
com seus colaboradores, e é claro que isso é muito importante, mas é preciso
olhar também para essa pessoa que está em um cargo de gestão e que também
precisa ser cuidada. “O chefe é uma figura essencial e um modelo para os demais
funcionários, então a sua saúde mental impacta diretamente a produtividade”,
afirma Monique.
Se o próprio chefe perdeu alguém próximo e está de
luto, a questão também não pode ser ignorada. “Assim como os demais
colaboradores, o gestor também é uma pessoa que precisa vivenciar seu processo
de luto e, para que isso aconteça, é necessário um diálogo aberto com a sua
equipe e o RH da empresa, demonstrando sua própria vulnerabilidade nesse
momento”, diz Monique. A partir daí, segundo ela, cabe à empresa reorganizar o
fluxo de trabalho para que exista uma reorganização do setor nas questões
práticas, seja delegando as tarefas, e, se necessário, adiantando dias de
férias.
A cartilha completa pode ser baixada no link: http://www.zenklub.com.br/setembro-amarelo/.
Zenklub
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