A tecnologia também reduz a
recorrência das crises da blefarite
A IRPL® (Intense
Regulated Pulsed Light), mais conhecida como luz intensa pulsada,
se mostra cada vez mais importante para o controle das doenças palpebrais, como
a blefarite. Um estudo publicado no Journal
of Ophthalmology apontou
que a tecnologia é segura e eficaz para reduzir a inflamação nas pálpebras, bem
como diminui a frequência das crises.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista e Chefe do Serviço de Plástica Ocular
da Santa Casa de São Paulo, a introdução da luz pulsada no
tratamento da blefarite e das doenças relacionadas às glândulas de Meibômio,
foi disruptiva.
“Os tratamentos convencionais como o uso de anti-inflamatórios tópicos e/ou
antibióticos e a higiene das pálpebras não são capazes de fornecer um alívio
completo e de longo prazo para os sintomas, bem como não reduzem a recorrência
das crises”.
“Já a luz pulsada tem se mostrado um tratamento muito eficaz para os pacientes,
principalmente para aqueles que não respondem aos tratamentos convencionais.
Portanto, os estudos corroboram o que temos visto na prática clínica”, diz Dra.
Tatiana.
Sintomas são piores pela manhã
O processo inflamatório envolvido na blefarite altera a secreção das glândulas
de Meibômio, o que prejudica a lubrificação dos olhos, agravando a inflamação
da superfície ocular. Os sintomas costumam ser mais intensos pela manhã
Olhos inchados, coceira, vermelhidão no globo ocular e nas pálpebras,
sensibilidade à luz (fotofobia), ardência, perda de cílios e formação de
crostas nas bordas das pálpebras, que podem, literalmente, “grudar” os olhos,
são sintomas mais comuns da blefarite e da meibonite.
Da pele para os olhos
A luz intensa pulsada tem sido amplamente utilizada na dermatologia para o
tratamento de várias doenças da pele. E foi justamente a observação dos efeitos
da tecnologia que permitiu expandi-la para a área oftalmológica. Como?
Os médicos perceberam que a terapia com a luz pulsada feita para tratar algumas
doenças de pele tinham como efeito secundário a melhora dos sintomas do olho
seco.
A partir dessa observação, foram realizados estudos clínicos para analisar se
isso se confirmava em pacientes com blefarite, meibonite e ceroconjuntivite
sicca (olho seco).
“Os resultados foram muito animadores. A luz intensa pulsada se mostrou segura,
eficaz e bem tolerada, com raras reações adversas. O tratamento é aplicado em
três sessões, com resultados que podem durar até três anos, dependendo da
severidade da doença.
“As manifestações clínicas da blefarite são bem variadas. A doença pode evoluir
para uma ceratoconjuntivite, inflamação da córnea e da conjuntivite. Caso haja
uma piora dessa condição, é possível ocorrer uma infiltração corneana,
ulceração e, eventualmente, formação de cicatriz com consequente perda de
visão”, alerta Dra. Tatiana.
Por dentro da tecnologia
A luz intensa pulsada é uma energia luminosa. Na hora da aplicação, essa luz se
transforma em calor (energia térmica). O calor vai permitir a coagulação e
ablação (cauterização) dos capilares. Com isso, há redução dos fatores
inflamatórios.
Outro efeito crucial da energia térmica é a redução dos ácaros e bactérias
envolvidos na blefarite e na meibonite, como o Demodex brevis e a
Bacillus
oleronius, potenciais mediadores dessas condições.
Por último, o efeito térmico da luz intensa pulsada ajuda a desentupir as
glândulas de Meibômio, pois acaba amolecendo a secreção acumulada. E isso
também ajuda a melhorar o filme lacrimal.
A luz intensa pulsada para tratamento da blefarite, meibonite e suas
complicações é realizada por meio de três sessões, com intervalos de 15 e 30
dias. Cada aplicação dura em torno de 3 a 5 minutos e só pode ser feito por um
oftalmologista treinado para a utilização do equipamento.
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