A campanha Dezembro Laranja tem o objetivo de conscientizar a população sobre os cuidados necessários para o câncer de pele
O verão está chegando e, junto dele, o
calor intenso, convite ao uso de roupas frescas e passeios ao ar livre. O sol é
sinônimo de lazer e diversão, porém o cuidado com a exposição prolongada deve
ser redobrado. Por isso, no último mês do ano a Sociedade Brasileira de
Dermatologia promove o Dezembro Laranja, campanha para conscientizar a
população sobre os riscos do câncer de pele.
Existem basicamente dois tipos
principais de câncer de pele: melanoma e não melanoma. Embora o primeiro
represente apenas 5% do total de casos deste tipo de câncer, segundo o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele é o que tem maior potencial de risco.
O segundo tipo, não melanoma, registra cerca de 180 mil casos notificados todos
os anos no país.
O câncer de pele melanoma, em sua
maioria, aparece em formato de pintas ou manchas. Para identificar uma pinta
suspeita, Dr. Luiz Guilherme Castro, dermatologista do Centro Especializado em
Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, recomenda que as pessoas façam o
autoexame, também conhecido como ABCDE do melanoma da pele, que consiste na
observação de cinco aspectos diferentes que as pintas suspeitas costumam
apresentar:
A - Assimetria: pintas que não são simétricas;
B - Bordas: quando as bordas apresentam
irregularidades em seu formato;
C - Cor: variação da tonalidade das pintas e
mudança de tonalidade de uma pinta já existente;
D - Diâmetro: pintas com diâmetro maior que 5mm;
E - Evolução: pintas que se modificam em qualquer
aspecto (cor, formas, tamanhos e bordas).
O médico explica que é muito comum as
pintas sofrerem modificações ao longo dos anos, porém são inocentes e nem
sempre significam que são cânceres. "As pintas surgem no corpo até por
volta dos 25 anos de idade. Depois elas se estabilizam e, por volta dos 50 anos,
começam a regredir", diz.
Tipos de câncer de pele
O câncer de pele do tipo melanoma,
forma mais grave da doença, não tem necessariamente relação com o sol. Grande
parte dos casos de melanoma cutâneo aparecem em áreas não expostas
cronicamente, como dedos, couro cabeludo, nádegas, etc. Além disso, uma parte
significativa de casos de melanoma tem mais relação com mutações genéticas do
que exposição solar. Os principais fatores de risco para o tumor são: histórico
familiar, ter pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.
Já o câncer do tipo não melanoma está
diretamente ligado ao excesso e falta de cuidado ao tomar sol por longos
períodos. Por isso, é importante ressaltar que, sempre que possível, o horário
ideal de exposição é de manhã cedo ou no final do dia e sempre com proteção,
como bonés que cobrem as orelhas e filtro solar, principalmente para quem tem
pouco cabelo e recebe o sol diretamente nessas áreas.
Exposição ao sol em casa
Com a pandemia da Covid-19, muitas
pessoas passaram a aproveitar o sol de dentro de casa. Neste contexto, algumas
dúvidas surgem, como usar ou não proteção solar em locais fechados. Sobre isso,
o dermatologista, explica: "existem dois tipos de raios ultravioletas, o
UVA e o UVB. O raio tipo B não é capaz de atravessar vidros. É o principal
responsável pelo câncer de pele e, também é quem estimula a síntese da Vitamina
D. Já o raio do tipo A consegue atravessar o vidro, porém, tem pouca influência
no desenvolvimento do câncer de pele. Em relação à luz artificial, a exposição
não tem nenhuma relação com a doença. Portanto, se houver alguma barreira como
uma janela de vidro, não há necessidade do uso de filtro solar para prevenção
do câncer de pele em ambientes fechados."
Vitamina D
Apesar dos riscos da exposição exagerada
ao sol, a Vitamina D é importante para o corpo, principalmente para a saúde
óssea e não deve ser deixada de lado. A população não deve deixar de tomar sol,
mas sempre seguindo todos os cuidados indicados. Entretanto, quando se tratam
das pessoas com alto risco de desenvolver câncer de pele, principalmente com a
pele muito branca, a recomendação é que a exposição solar seja nula.
"Nesses casos, é mais seguro que a suplementação da Vitamina D seja feita
via oral, sob orientação médica", explica o especialista.
"No geral, a exposição ao sol deve
ser feita com muito cuidado e proteção e, em caso do surgimento de pintas
suspeitas, o paciente deve procurar um dermatologista para realização do exame
de mapeamento para um diagnóstico precoce. Se a recomendação médica for a
retirada, o procedimento é simples, com anestesia local e feito geralmente em
consultório", conclui Dr. Luiz Guilherme.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/
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