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Quem assistiu ao programa “Mais Você” no dia 6 de
outubro, percebeu que as imagens da abertura e do encerramento foram capturadas
a partir de um drone, que voou em linha vertical diretamente do jardim da casa
da apresentadora Ana Maria Braga, em São Paulo.
Com as devidas autorizações, controlado por um
piloto remoto, o drone oferece opções que não seriam possíveis naturalmente a
um cinegrafista e nem se as imagens fossem capturadas de um helicóptero, que
não poderia realizar a mesma manobra por causa das normas de segurança para voos
em áreas residenciais.
Os equipamentos tornaram-se diferenciais no
mercado. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Brasil tem
30.428 aparelhos cadastrados com finalidade profissional até setembro de 2020.
O uso para trabalho ainda não é a maioria: dos 78.304 cadastrados, 47.876 são
para atividades recreativas. Apenas 4.943 dos drones estão vinculados a pessoas
jurídicas; 59.225 dos 64.168 proprietários são pessoas físicas.
Ou seja, há espaço e várias áreas de atuação:
segurança, inspeções técnicas, agronegócio, mapeamento de canteiros de obras,
lavoura, levantamento topográfico, fotografia, uso militar, filmagens
jornalísticas ou de eventos e delivery.
No entanto, não basta ter o equipamento para voar.
O cadastramento do drone junto à Anac requer estudo e cumprimento da
legislação, estar cadastrado como piloto de drone no
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), entender o mercado e planejar
o atendimento que pretende oferecer.
Legislação
Para a operação civil de aeronaves não tripuladas,
os drones, devem ser cumpridas normas da Anac, do Decea e da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel). Todas acompanham as diretrizes da Organização
Internacional da Aviação Civil (Oaci).
Os dois tipos – aeromodelos ou aeronaves
remotamente pilotadas – só podem ser utilizados em áreas com no mínimo 30
metros horizontais de distância de outras pessoas. Cada piloto remoto deve
controlar um equipamento por vez.
Considerando bateria e eventual carga, equipamentos
com peso máximo de decolagem de até 250 gramas não precisam ser cadastrados
junto à Anac. Já os operados até 400 pés acima do nível do solo devem ser
cadastrados. Pilotos remotos drones classe 1 (mais de 25kg, de maior porte) e classe
2 (menos de 25 kg), que pretendam voar além de 400 pés acima do nível do solo,
devem possuir licença e habilitação válida emitida pela Anac.
Para controlar drones que voam acima dos 400 pés, a
idade mínima é de 18 anos e o piloto remoto deve ser aprovado no teste de
conhecimento e de demonstração de como usar o aparelho para obter licença,
habilitação e o Certificado de Aeronavegabilidade Especial de RPA (Caer). É
responsabilidade do operador tomar as providências necessárias para a voo
seguro da aeronave, assim como conhecer e cumprir os regulamentos das
autoridades competentes.
Se o objetivo é uma atuação profissional, o drone
deve estar homologado na Anatel, registrado na Anac e o piloto inscrito no
Decea, onde deve solicitar autorização toda vez que for trabalhar.
Modelos e equipamentos
Primeiro, o interessado em comprar um drone já deve
ter definida a área onde pretende atuar. Isso é importante para filtrar entre
as possibilidades existentes aquelas que trazem as funcionalidades necessárias
e estão dentro no orçamento.
Em segundo lugar, pesquisar. Há uma grande variação
de preços, com aparelhos custando de menos de R$ 1 mil até R$ 100 mil. Cada um
possui especificações de tempo e estabilidade de voo, altitude e velocidade
alcançadas, qualidade da captura e opções de ângulos da imagem, peso e tamanho,
GPS, tempo de duração da bateria, espaço para cartão de memória, possibilidades
de manobras variadas, qualidade de sinal e se é de fácil transporte.
Na etapa de levantamento e de comparação de
informações sobre os modelos, a pessoa pode buscar avaliações de outros
proprietários sobre as experiências que tiveram, vantagens e desvantagens que
perceberam no uso.
Além do próprio drone, o comprador deverá adquirir
itens complementares, como baterias adicionais, tablets e um computador para
processar a imagem e demais itens fundamentais para a execução do trabalho.
Cursos e especializações necessárias
Para ter a capacitação adequada e desenvolver as
habilidades para se destacar no mercado, a opção é fazer um curso de drone. Além de
aprender as normas para a pilotagem em segurança para si e para os outros, o
aluno também é instruído sobre o funcionamento e a manutenção do equipamento.
Dependendo da área em que for trabalhar, a pessoa
pode buscar um aprimoramento mais específico, por exemplo, sobre filmagens ou
captura de imagens para georreferenciamento ou topografia. Ou, então, cursos
sobre softwares de processamento e tratamento das imagens ou de iluminação para
os sets.
Neste processo, muitas horas de treino vão garantir
que o profissional adquira experiências com diferentes demandas, cenários e
necessidades do serviço. E mesmo quando possuir um portfólio sólido e estiver
no mercado, deve permanecer atento a novidades que exijam reciclagem ou novo
potencial a ser explorado.
Como entrar e atuar na área
É um nicho que abarca tanto estreantes quanto
profissionais que querem incluir o trabalho com drones em sua cartela de
serviços. Nos dois casos, é necessário planejamento e organização. Como se deve
investir em equipamentos, acessórios e cursos, todos esses custos precisam ser
previstas e avaliados.
Conhecer e entender a área em que se pretende atuar
ajuda a elencar o que é mais solicitado pelos clientes. Procurar atender com
qualidade, valorizando o próprio serviço perante é um diferencial frente à
concorrência.
Outro ponto importante: assim como há ramo para o
piloto de drone, há oportunidades para nas áreas da assistência técnica e
formação de profissionais, como cursos de formação de pilotos. Além disso,
diante da demanda de alguns setores específicos, pode-se optar em ser um
operador de aeronave remotamente controlada vinculado a uma empresa em vez de
atuar de forma autônoma.
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