Setembro
marca terceiro pior impacto no ano com -5,23%; Profissional de investimentos
aponta variações com taxas CDI e SELIC
Setembro
foi marcado como o terceiro pior mês para as ações do Ibovespa de 2020. A queda
foi de -5,23%, e adicionalmente também houve um impacto negativo no Tesouro
Selic - considerado o título público mais tradicional, de acordo com a iHUB
Investimentos. “Quanto ao mercado de ações: No primeiro trimestre, ocupam as
duas primeiras posições com números negativos: fevereiro com -8,50% e março com
-30,18%”, comenta, o sócio fundador da iHUB, Paulo Cunha.
Entenda as variações do Tesouro Selic com taxas CDI ou Selic
Os
papéis do Tesouro Selic, no mês de setembro, estavam sendo negociados com
deságio no mercado secundário por falta de compradores interessados no papel.
“Os fundos que investem 100% nesses papéis tiveram um retorno de 0,04% em
setembro, contra 0,18% do CDI, uma diferença considerável”, comenta Cunha.
Outro
ponto a ser destacado é que o mercado aponta que essa distorção deve ser
momentânea, pois o natural é que os papéis voltem a acompanhar as taxas SELIC e
CDI.
“O
pano de fundo dessa movimentação é o receio com a agenda fiscal e de reformas
com o governo. O mercado começa a por no preço que possivelmente os juros não
fiquem mais estacionados em 2% ao ano com a SELIC, por tempo
considerável, assim como se previa no mês de agosto”, completa Cunha.
Títulos pós-fixados
De
maneira geral, os papéis do Tesouro são considerados os mais seguros do
mercado, referente ao risco de calote, principalmente quando falamos do Tesouro
Selic, que é pós-fixado, logo não deve sofrer com a volatilidade do mercado.
“São
considerados títulos pós-fixados todos aqueles que possuem algum tipo de
indexador de rentabilidade, que é calculado posteriormente a aplicação, segundo
condições do mercado. A grande maioria segue os índices da SELIC ou CDI”,
explica Cunha.
Para
ilustrar esse cenário, Paulo Cunha aponta quatro simulações de rendimento para
um ano, considerando 252 dias úteis:
- Poupança: 1,4% - Isento de
imposto de renda para pessoa física;
- Tesouro Selic: 2%
(bruto) e 1,65% (líquido)
- CDB a 140% indexado ao CDI:
2,66% (bruto) e 2,19% (líquido)
- LCI a 109% indexado ao CDI:
2,07% - isento de imposto de renda para pessoa física.
“Esse
levantamento considera papéis possíveis de serem encontrados nas plataformas
das principais corretoras, porém, para vencimentos que podem ser maiores que um
ano, a venda anterior antes do vencimento pode acarretar em perda da
rentabilidade”, explica Paulo Cunha.
Tesouro Selic como reserva de emergência
De
acordo com Cunha, apesar dos resultados de setembro, o Tesouro Selic é
considerado uma reserva de emergência natural, porque possui baixíssimo risco
de calote e também de apresentar retorno negativo no mês a mês, além disso,
possui elevada liquidez para poder reaver os valores, em até um dia, caso
precise do dinheiro.
“Setembro
foi um mês incomum, por ter mostrado contradição sobre os benefícios do Tesouro
Selic, devido à ameaça do cenário de forte aversão a risco e preocupações com
as contas do governo”, explica. Para o portfólio, geralmente, recomenda-se
entre 5% a 30% de investimento nesse tipo de aplicação, completa Cunha.
Paulo Cunha -
sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de
investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em
tempo real. Possui mais de 1,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou
parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a
iHUB e sendo um escritório credenciado a XP Investimentos. Desde então, é
diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e Alphaville,
em São Paulo e Barueri. Também é palestrante e professor sobre investimentos de
cursos em plataformas EAD.
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