O médico e especialista em emagrecimento, Rodrigo Bomeny, destaca que conferir os números na balança não é o único modo de observar se a dieta está surtindo efeito
Quando se começa uma dieta, um dos pontos que mais que
traz ansiedade é a apuração do resultado. São os quilos a menos na balança que
irão dizer se a nova prática alimentar e o novo estilo de vida estão realmente
funcionando. Sem dúvida, mas não somente. O médico endocrinologista,
especialista em emagrecimento, Rodrigo Bomeny, elenca a seguir diferentes
formas para analisar e avaliar o progresso durante o processo de emagrecimento.
As explicações fazem parte do Você+, método de acompanhamento multidisciplinar
desenvolvido por Bomeny que foca no desenvolvimento de 5 Níveis considerados
essenciais para a mudança do estilo de vida e emagrecimento.
Como dito, primeira maneira de avaliar o resultado
do processo de emagrecimento é através da medição de peso. “É uma medida fácil,
barata, rápida e que depende somente da balança, que pode ser a da sua casa
mesmo”, diz o médico endocrinologista. Este critério apresenta algumas
desvantagens, segundo Bomeny, tais como não oferecer uma análise da composição
corporal, ou seja, não há uma distinção relativa ao que do peso medido é
músculo ou gordura. “Deve-se levar em conta que a água constitui mais de 60% do
corpo humano”, relata.
Além disso, a medição de peso na balança pode
variar muito de um dia para o outro ou até no mesmo dia. “Por isso tome muito
cuidado ao se pesar todos os dias. Pequenas variações (perda ou ganho de peso)
podem significar simplesmente ser uma variação de líquido no corpo”, alerta o
médico.
A segunda maneira é o Índice de Massa Corpóreo
(IMC), que é obtido dividindo o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao
quadrado. Quanto maior o IMC, maior o sobrepeso e o grau de obesidade do
indivíduo. Conforme Bomeny, por também levar em consideração o peso, este
critério apresenta as mesmas limitações da medição via balança.
Do mesmo modo, o IMC não oferece a análise da
composição corporal. Segundo o médico endocrinologista, uma pessoa pode ser
considerada com sobrepeso através desse critério apresentando uma maior
quantidade de músculos e não necessariamente de gordura. Já alguém com índice
normal pode ter uma quantidade maior de gordura do que deveria.
Para quem utiliza esses dois jeitos de avaliar o
progresso do emagrecimento e está com dúvidas sobre com qual frequência deve
subir na balança para aferir o peso, Bomeny oferece algumas ponderações. De
acordo com o especialista em emagrecimento, se a pessoa se sente mais segura e
confiante se pesando todos os dias, ela deve fazê-lo. Por outro lado, se a
pessoa é muito ansiosa, recomenda-se estipular um prazo mais longo entre cada
medição. “Quando se inicia um processo de emagrecimento, algumas pessoas criam
muito expectativa, acreditando que perderão muito peso rapidamente e, na
maioria das vezes, não é o que acontece” explica.
Agora, quando já se obteve o resultado esperado,
subir na balança com maior frequência é benéfico para a manutenção do peso.
Neste caso, Bomeny recomenda que a pessoa estabeleça um peso sentinela, no qual
a tolerância seja apenas de dois quilos para cima. O ultrapassamento desse
valor é sinal para que a dieta se torne mais restritiva novamente.
O terceiro modo é através da bioimpedância.
Diferentemente dos outros dois métodos, a bioimpedância avaliar a composição
corporal do indivíduo. Conforme o especialista, isso é efeito por correntes
elétricas de baixa intensidade, que, medindo as distintas resistências de cada
tecido, conseguem estimar a porcentagem de músculo, osso, gordura e líquido
presentes no corpo.
Apesar de ser rápida e não invasiva, a
bioimpedância não é muito precisa. Segundo Bomeny, existem vários fatores que
podem interferir no resultado, como: temperatura do ambiente, hidratação, ciclo
menstrual (pode causar retenção de líquido); e ingestão de alimentos e prática
de atividade física logo antes da medição. “Se a pessoa calcular a
bioimpedância todo os dias, por exemplo, há a possibilidade de apresentar uma
variação de 10% entre os resultados”, diz o médico endocrinologista, explicando
que, assim como a medição na balança, as variações neste método ocorrem do
acúmulo ou perda de líquido e não necessariamente de gordura.
A quarta maneira é através da mensuração das pregas
cutâneas, por meio de um adipômetro, com o tamanho da dobra refletindo a
quantidade de gordura subcutânea. Segundo Bomeny, apesar de rápido, barato,
simples e de baixo custo, também é um expediente pouco preciso, que depende
muito da destreza do avaliador. “Se for executado por uma pessoa
experiente, assemelha-se com a bioimpedância, nas limitações e benefícios”,
afirma.
O quinto modo é o mais preciso. Trata-se da
Densitometria de Corpo Inteiro - DEXA, único método que avalia diretamente
todos os compartimentos corporais (ossos, músculos, água e gordura), sem
inferir dados a partir da medida de apenas um compartimento. “Contudo, é também
o mais caro, pois não faz parte da cobertura dos convênios médicos”, relata Bomeny.
A sexta e última forma de avaliar o progresso do
seu emagrecimento é através de fotos comparativas. Apesar de não científica é
um modo de extremo valor, de acordo com o especialista em emagrecimento.
Primeiramente, porque é uma análise da realidade. “Visualmente é possível notar
a diferença, se a roupa está mais larga se a barriga diminuiu, por exemplo”,
diz. A análise das fotos serve também como motivação.
Ao utilizar esse método é preciso tomar alguns
cuidados em relação às roupas que estiver trajando, o ângulo da tomada de foto,
a incidência de luz e o horário, este em razão de maior ou menor retenção de
líquidos. De acordo com Bomeny, qualquer disparidade entre as fotografias pode
interferir na qualidade da comparação, mascarando o resultado do processo de
emagrecimento. “Deve-se evitar ainda tirar fotos todos os dias e até
semanalmente, porque as mudanças no corpo demoram para acontecer”, afirma.
Além de guiar-se pelas informações visuais, seja de
qualquer espécie medição, seja de fotos comparativas, o médico endocrinologista
sugere que se preste atenção ao que está sentindo. “Aqui, vale observar o que o
emagrecimento está causando física e emocionalmente, como facilidade para se
locomover, maior sensação de bem-estar, melhoria no sono, menos dor no corpo
etc.”, diz. O mesmo vale para o que as pessoas estão dizendo a você. “Elogios e
mensagens de aprovação de amigos, marido, esposa, familiares despertarão a
certeza de que você está no caminho certo”, destaca.
Rodrigo Bomeny - Especialista
em emagrecimento, graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP),
com residência em clínica médica e em endocrinologia e metabologia pela mesma
instituição de ensino.
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