Especialista explica como deve ser o cálculo para saber o dia em que o teste tem mais chances de estar correto
Quem está tentando engravidar sabe bem
o que uma menstruação atrasada pode significar. Ao menor sinal de atraso,
geralmente, a primeira coisa que a tentante pensa é: “vou fazer o teste de
farmácia”. Entretanto, é necessário saber o dia ideal para fazer o teste, pois
se realizado muito no início, ele pode dar um resultado comumente chamado de
“falso negativo”.
Segundo a especialista em reprodução
assistida, Cláudia Navarro, é comum que mulheres que iniciaram ciclos de
reprodução assistida, ou mesmo as que ainda não buscaram ajuda médica, tenham
sempre um teste de farmácia em casa. “O desejo de engravidar é grande, então
fazer esses testes, em alguns casos, chega a ser algo frequente”, comenta a
médica.
Então, qual o dia ideal?
Cláudia explica que o dia ideal para que o resultado tenha maior
chance de estar correto vai depender de algumas variáveis. E alerta: “Ansiedade
não combina com resultado positivo”. Além disso, é preciso conhecer o passo a
passo de uma gravidez.
Normalmente, as mulheres ovulam por
volta de 14 dias antes do fim do ciclo (quando chega a menstruação),
independente da duração desse ciclo. Essa ovulação dá sinais, como
sensibilidade nas mamas, maior desejo sexual e aumento de muco vaginal. Esse
dia é o dia ideal para a relação sexual.
“O óvulo vai viver por cerca de 24
horas e é nesse período que ele deve ser fertilizado”, orienta a médica.
Considerando que houve relação sexual e o óvulo foi fecundado, esse óvulo
fertilizado vai se mover pelas trompas de Falópio em direção ao útero e se
implantar após cerca de 6 a 12 dias. “Nesse processo, as células passam por
aquela conhecida multiplicação que dará origem ao embrião e ao trofoblasto, que
posteriormente se transformará em placenta”, explica.
“Então, só depois disso é que o
organismo começará a produzir o HCG, hormônio que é detectado nos exames
de gravidez”, diz. “É por isso que, em casos de Inseminação Intra Uterina
(IIU), por exemplo, nós recomendamos a realização do teste após cerca de
duas semanas do procedimento”, lembra Cláudia Navarro. “Já na Fertilização
in Vitro (FIV), como transferimos o embrião em um estágio mais
avançado, o resultado poderá se positivar mais cedo. É importante seguir
as orientações do seu médico sobre a época ideal de realizar o exame”, comenta.
Tem que aguardar!
Em resumo, é necessário memorizar o dia
da relação sexual (observando se estava no período fértil) e aguardar cerca
de 14 dias, no mínimo, para realizar o teste. “Apesar disso, se a mulher
tiver um ciclo desregulado por algum motivo, como acontece com portadoras de
Síndrome dos Ovários Policísticos, é possível fazer um cálculo errado”,
pondera.
Por isso, nesses casos, muitos médicos
orientam que as pacientes o realizem com cerca de 14 dias após a provável
ovulação. “A gente entende que a ansiedade é grande, mas antes de ser
possível detectar o HCG, o teste dará negativo e pode ser motivo de uma
frustração desnecessária”, diz.
E quando os testes se tornam rotina?
A especialista lembra que se a mulher
conhece bem o seu corpo e sempre faz o cálculo correto, a chance de gravidez é
alta. “Mas se ela está há mais de um ano fazendo isso e os testes de gravidez
negativos se repetem todo mês, é hora de buscar um especialista médico”,
alerta.
Segundo Cláudia, diversos fatores podem
dificultar a gravidez e indicar infertilidade. Assim, mesmo que a mulher esteja
fazendo tudo corretamente, ela não irá engravidar sem ajuda de um especialista.
“Questões hormonais podem atrapalhar a ovulação, bem como doenças, fator idade
e condições anteriores podem dificultar a gravidez. Inclusive o parceiro deve
realizar um espermograma para observar possíveis alterações”, lembra.
Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.
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