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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Doenças do Home Office

 

10 de Outubro Dia Mundial da Saúde Mental

Depressão,  transtornos de ansiedade e bournout  tem aumentando no home office e acomete mais as mulheres


Depois de mais de 6 meses do início da quarenta vivemos o reflexo do isolamento social, provocado pela crise epidemiologia, econômica e social profunda sem precedentes – e dificilmente alguém sairá ileso dos impactos. Resultado: aumento de diagnósticos de depressão, estresse, esgotamento mental, pânico, transtornos de ansiedade. Além das dores na coluna, tendinites, agravamento de problemas circulatórios (varizes), obesidade e o próprio sedentarismo pode vir agravar a saúde como um todo.

A Dra. Edwiges Parra, psicóloga, instrutora de Mindfulness MBCT-D, especialista em Recursos Humanos, nos últimos meses vivenciou o aumento por ajuda no seu consultório, com queixas de medo, ansiedade, depressão e  muitas dores físicas, excesso de telas causadas pela pressão do trabalho e isso leva a um espiral de exaustão mental  e  o isolamento e/ou distanciamento acabam sendo agentes de gatilhos emocionais.

De acordo com os trabalhos desenvolvidos pela Dra. Parra em empresas, o público feminino vem apresentado aumentados níveis de estresse, na tentativa de equilibrar a vida pessoal (afazeres domésticos, cuidados com os filhos e relação conjugal) e vida profissional. Os líderes relatam sobrecarga de trabalho, maior esforço e mais tempo dedicado a realizar as tarefas da empresa. E a geração Z (nascidos após 1997) demonstra mais tédio, desânimo e insegurança com o futuro, o que é representado pelo impacto financeiro e ameaça ao desemprego.

“O medo pode se tornar um problema quando é excessivo, frequente ou quando surge em situações nas quais a maior parte das pessoas não o manifestaria. Nessas situações, ele pode se tornar exagerado ou irracional e, até patológico (desequilibrado), transformando-se em um transtorno de ansiedade ou uma ansiedade aguda, explica Parra.

Segundo a psicóloga os agentes estressores como desemprego, mudanças bruscas de condições financeiras, medo, excesso de telas, e jornadas extensivas de trabalho estão mexendo com o bem-estar mental acarretando:

Síndrome de Burnout - Causado pelo excesso de trabalho. Trata-se do estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, que resulta do acúmulo excessivo em situações de trabalho emocionalmente exigentes e principalmente estressantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.


Transtorno de ansiedade - pode surgir como uma angústia e desencadear para crise de pânico ou depressão e interferem na vida da pessoa a ponto de paralisar a realização de tarefas e interações e relacionamentos. Provocam sintomas como sudorese, medo, aumento da frequência cardíaca e tremores.


O que as pessoas podem fazer para manter a boa saúde mental no home office:

Estratégias funcionais e adaptativas:

  • Exercícios de Relaxamento
  • Distração temporária durantes as crises
  • Exercício Físico
  • Conectar emoções e valores maiores
  • Substituir uma emoção por outra agradável ou apropriada.
  • Consciência plena (Mindfulness)
  • Aceitação
  • Atividades prazerosas
  • Momentos íntimos compartilhados
  • Alimentar-se de bons nutrientes

Adotar uma psicologia do estilo de vida que considere a respiração, consciência, movimento e a transcendência (senso de valor e propósito de vida) como norteadores integrados para uma  vida com melhor longevidade, produtividade e bem-estar.


O que as empresas podem fazer para ajudar seus colaboradores:

É recomendável que empresas adotem medidas preventivas e de apoio para o próximo ciclo que vamos enfrentar, (a quarta onda), que exigirá adaptabilidade para a retomada aos postos de trabalho.


Medidas básicas que podem ser adotadas:

  • Pesquisa Interna de monitoramento do nível de estresse
  • Webinars ministrados por profissionais da saúde debatendo temas de saúde mental para todos os funcionários (esta é uma boa forma de psicoeducação)
  • Webinars voltados especificamente para líderes para discutir temas específicos de gestão e explicitar a importância do autocuidado.
  • Rodas de conversas internas (com a devida segurança)
  • Programas de meditação Mindfulness
  • Incentivo a terapia online (para prevenção e apoio)
  • Protocolos de intervenção nos casos em que houver um prejuízo ao bem-estar mental do colaborador.

 


Fonte: Dra. Edwiges Parra Psicóloga Organizacional, Terapeuta Cognitiva-Comportamental, Instrutora de Mindfulness MBCT-D e Colunista Você RH


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