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Entre pacientes com diabetes, 63% tem receio de perder a visão, sendo que 41%
afirmam que esse é seu maior medo
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Os dados fazem parte de uma pesquisa IBOPE DTM encomendada pela Bayer
Metade dos brasileiros
tem medo da cegueira. É o que aponta uma pesquisa do IBOPE DTM encomendada pela
Bayer. A pesquisa foi realizada online, com dois mil brasileiros, na faixa
etária de 16 a 65+, de todas as regiões do país. Além disso, foi realizada uma
etapa complementar telefônica para alcançar 315 casos de pacientes com
diabetes. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para dois mil casos e de 6
pontos percentuais para 315 casos, considerando o nível de confiança de 95%.
A Organização Mundial
de Saúde (OMS) estima que entre 60% e 80% dos casos de cegueira são evitáveis
e/ou tratáveis2. A questão é que a falta de conhecimento sobre doenças que
podem ocasionar a perda de visão ainda é uma grande ameaça à saúde ocular, já
que compromete o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Exemplo disso é o
desconhecimento sobre a retinopatia diabética (RD), a principal causa de
cegueira em pessoas com idade entre 20 e 74 anos, de acordo com a Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD)1.
Cerca de metade (54%)
dos participantes da pesquisa IBOPE DTM que responderam ter diabetes, um dos
principais fatores de risco para doenças da retina, nunca ouviram falar na
retinopatia diabética - a porcentagem é de 63% no caso de pacientes que estão
no sistema público de saúde. Com relação ao total de entrevistados, o
desconhecimento sobre RD sobe para 71%.
Apesar disso, 41% dos
pacientes apontaram a perda de visão como seu maior medo. Ou seja: apesar do
conhecimento insuficiente sobre doenças da retina como a RD, há uma noção sobre
os riscos que o diabetes - que já acomete cerca de 12,5 milhões de brasileiros,
segundo o Ministério da Saúde2 - traz para a saúde dos olhos.
Diabetes e cegueira
evitável
"A retinopatia
diabética é geralmente causada pela glicemia mal controlada nos pacientes. Esse
descontrole danifica os vasos sanguíneos da retina, o que estimula o
crescimento desordenado de novos vasos, que podem se romper com facilidade e
fazer com que o sangue vaze para a retina e para a parte interna do olho,
afetando a visão. Na grande maioria dos casos, não existem sintomas na fase
inicial da doença. Já em fases mais avançadas, os sintomas mais comuns são
moscas volantes, borrões, áreas escuras na visão e dificuldade de distinguir
cores", explica o oftalmologista Dr. Emerson Castro, do Hospital Sírio Libanês.
Outros fatores de risco da doença são hipertensão, colesterol alto, consumo de
álcool, tabagismo e gravidez associados ao diabetes, além da apnéia obstrutiva
do sono.
O médico ressalta que
"caso as alterações decorrentes da RD não sejam detectadas a tempo, podem
atingir a área central da retina, a mácula, responsável pela visão de detalhes,
causando o chamado edema macular diabético (EMD), que pode provocar visão
embaçada, baixa da acuidade visual (capacidade do olho para identificar o
contorno e a forma dos objetos), visão distorcida ou dificuldade para
diferenciar cores. O tratamento precoce se faz necessário, pois as alterações,
com o passar do tempo, podem ser irreversíveis, causando a temida perda de
visão".
O EMD afeta, em média,
10% dos pacientes com diabetes tipo 1 e 2 no mundo3. Mais de 90% dos pacientes
com tipo 1 terão algum grau de retinopatia após 20 anos com a doença, enquanto
naqueles com o tipo 2 a porcentagem é de 60%1.
O acompanhamento
médico e diagnóstico precoce são essenciais para o sucesso do tratamento e
prevenção da cegueira. De acordo com a pesquisa, ¼ dos pacientes com diabetes
nunca foram incentivados por seu médico a avaliar a retina. Além disso, apenas
66% disseram já ter realizado algum exame para a verificação de doenças dos
olhos relacionadas ao diabetes - a maioria que deu resposta positiva se
encontra na saúde suplementar (76%).
Para a detecção da RD
e do EMD, existem exames que vão além do popular teste de refração, em que o
paciente tenta enxergar figuras ou letras no fundo da sala. O exame mais
utilizado especificamente para avaliação do fundo do olho com a pupila dilatada
é o mapeamento de retina, mas outros complementam o diagnóstico e também podem
auxiliar no acompanhamento do tratamento. Alguns exemplos são: a angiografia,
que identifica novos vasos, obstruções e outros problemas na retina; a
tomografia de coerência óptica (OCT), que recria uma imagem 3D de estruturas
como retina, vítreo e nervo óptico; a fundoscopia, que por meio de um feixe de
luz no fundo dos olhos torna possível observar várias estruturas, como a
retina; e o Phelcom Eyer, um retinógrafo portátil adaptável ao smartphone, que
traz imagens de alta precisão da retina.
Algumas atitudes
preventivas são a realização de atividades físicas, alimentação saudável,
acompanhamento médico regular e controle do diabetes. Já o tratamento pode ser
feito com laser, injeções antiangiogênicas, medicamentos corticoides e cirurgia
- lembrando que o acompanhamento clínico, ou seja, controle do diabetes,
hipertensão e outras doenças já existentes deve ser concomitante. "Em
alguns casos, a injeção, que interrompe o crescimento de novos vasos sanguíneos
anormais e consequentemente impede o vazamendo de fluido e sangue para dentro
da retina, consegue não só estabilizar a doença, mas também melhorar ou
recuperar a visão que já havia sido perdida", conta o médico.
Envelhecimento: outro
fator de risco importante
O envelhecimento
também pode acarretar doenças da retina que levam à cegueira, como a
degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de perda visual
na terceira idade. A pesquisa da Bayer alerta a população para a
conscientização nesse sentido. Isso porque 74% dos entrevistados disseram que
nunca ouviram falar em DMRI, sendo que desses, 65% tem 55 anos ou mais, faixa
etária mais acometida pelo problema.
A degeneração macular
relacionada à idade é causada pelo envelhecimento e desgaste natural dos
tecidos. A forma mais comum é a seca, provocada por depósitos de resíduo
celular na mácula (área central da retina), e a mais rara e agressiva é a
úmida, que acontece com o surgimento de vasos sanguíneos frágeis, cujo sangue
vaza e se acumula sob a retina, fazendo com que a visão fique embaçada,
escurecida e/ou distorcida. Além da faixa etária acima dos 50 anos, outros
fatores de risco são o tabagismo, sedentarismo, obesidade, olhos claros e
histórico familiar. O tratamento preconizado para a forma úmida é com injeções
de medicamentos antiangiogênicos, com a possibilidade também de indicação de
suplementação com minerais e antioxidantes para a forma seca da doença.
Bayer
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