Cirurgião
bucomaxilofacial explica em quais situações é importante fazer a sua extração
Os dentes do siso,
também conhecido como "dente do juízo" pela idade que normalmente
erupcionam na cavidade bucal, são os últimos dentes a aparecer na boca, e a sua
extração é uma cirurgia que causa muito receio às pessoas e geram
questionamentos se a remoção é sempre necessária.
De acordo com um
estudo publicado na Revista Surgeon, no Reino Unido, aproximadamente 152 mil
pessoas realizam essa cirurgia, no Brasil não existe um dado exato, mas
seguindo a estimativa desta pesquisa, considerando o número de habitantes
brasileiros, 480 mil pessoas realizam a cirurgia de extração do siso.
A sua principal função
é aumentar a eficiência mastigatória dos alimentos mais sólidos e duros. No
entanto, com as mudanças dos hábitos alimentares, a partir da introdução de
alimentos cozidos e industrializados, que são mais fáceis de serem mastigados,
esses dentes foram perdendo sua função e muitas pessoas nascem inclusive sem
eles.
"60 a 70% da
população são indicados para fazer essa extração, só no consultório onde eu
atuo, são aproximadamente 100 exodontias por mês. Por isso é importante sempre
fazer uma radiografia para verificar se eles realmente não estão presentes,
pois podem estar dentro do osso e às vezes o paciente nem sabe da sua
existência", comenta o cirurgião bucomaxilofacial Dr. Fábio Ricardo Loureiro
Sato.
Quando o siso começam
a nascer, principalmente em pacientes em que os dentes são grandes para uma
arcada dentária pequena, acontece de não ter espaço para eles saírem
completamente e acabam ficando presos dentro da gengiva, e associados com a dificuldade
de higienização por estarem localizados no fundo da boca, podem gerar um
processo inflamatório no local, causando mau hálito, dor e inchaço.
"Esses dentes
também podem estar associados ao aparecimento de cistos e tumores nos
maxilares. Por isso, em muitos casos, a extração dos dentes do siso é
recomendada. Entretanto, se caso o dente consiga erupcionar totalmente e o
paciente consiga manter uma boa higienização, a sua extração não é
obrigatória", explica o Dr. Fábio Sato.
A infecção na região é
causada normalmente por acúmulo de restos alimentares abaixo da gengiva que
recobre o dente, esse problema é chamado de pericoronarite e a principal
preocupação é que ele pode evoluir para situações de maior gravidade, com
infecções que podem inclusive levar a morte.
A idade ideal para a
remoção é entre 16 a 20 anos, quando a raiz não está totalmente formada e o
osso ainda apresenta menor rigidez, o que facilita a extração e evita possíveis
complicações, como fraturas de mandíbula e parestesia, que é uma dormência
persistente após a realização do procedimento cirúrgico por alguma lesão nos
nervos da região.
"Muito da
preocupação que se tinha no passado em relação ao procedimento cirúrgico é
minimizada hoje em dia com a utilização de técnicas avançadas, que melhoram a
recuperação no pós-operatório. Uma cirurgia para extração dos dentes do siso
raramente ultrapassa 1 hora", afirma o cirurgião.
Além disso, ele
complementa que os pacientes podem ser sedados, diminuindo o seu nível de
ansiedade, tanto antes como depois da cirurgia, trazendo muito mais conforto.
Isso possibilita a realização da extração dos quatro dentes do siso em uma
única sessão. Em casos especiais, devido a algumas condições sistêmicas de
saúde ou mesmo risco de fratura da mandíbula, esse procedimento pode ser
realizado em ambiente hospitalar.
Em relação ao
pós-operatório, ele costuma ser bem tranquilo, e depende muito da colaboração
do paciente, respeitando as recomendações do profissional. A maioria das
pessoas que passam por essa cirurgia relata praticamente ausência total de dor
no pós-operatório.
"Para isso, é
recomendado que nos primeiros três dias a dieta seja gelada e pastosa, e que
atividades físicas mais intensas e a exposição ao sol sejam evitadas. Dessa
forma, em poucos dias o paciente se recupera e já pode retornar às suas
atividades normais do cotidiano", finaliza o Dr. Fábio Ricardo Loureiro
Sato.
Dr. Fábio Sato - Formado pela
Odontologia na USP, é mestre e doutor em Cirurgia Bucomaxilofacial. Sua atuação
é principalmente no tratamento da Disfunção Temporomandibular através de
procedimentos minimamente invasivos, Cirurgia Ortognática para Correção das
Deformidades Dentofaciais, além de outros procedimentos como Enxertos Ósseos,
Implantes Dentários e demais relacionados à área.
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