Não é raro que familiares ou cuidadores de pacientes com Alzheimer apresentem quadros de depressão e ansiedade iStock |
Diagnóstico impacta a qualidade de vida, mas também altera de forma profunda a rotina doméstica; evolução da doença pode levar pacientes e familiares ao desenvolvimento de transtornos de humor
Por ser uma doença neurodegenerativa, não existe
cura para o Alzheimer. O cenário ideal une o diagnóstico precoce ao uso de
medicamentos para desacelerar a evolução do quadro e, consequentemente, fazer
com que o paciente não atinja ou adie ao máximo a chegada à fase grave da doença
– quando ocorre a perda acentuada de memória e a piora motora progressiva. Mas
além das alterações físicas, o Alzheimer tem relação direta com o bem-estar
psicológico da pessoa e de todas os que participam do cuidado. Muitas vezes, o
diagnóstico vem acompanhado de outro problema crítico: a depressão.
Segundo a neurologista do Hospital Santa Cruz, Dra.
Ana Carolina Dalmônico (CRM-PR 23.693, RQE 137), na fase moderada da Doença de
Alzheimer, é comum o surgimento de transtornos de humor, como depressão e
ansiedade. “O que pode levar a um falso diagnóstico de demência. É muito
importante que esses transtornos sejam identificados e tratados corretamente,
para não haver confusão diagnóstica”, enfatiza. Justamente por isso, os médicos
costumam associar à medicação própria para o Alzheimer, alguns remédios
auxiliares para melhora do humor e da qualidade do sono do paciente.
Mas não é apenas quem tem a doença que precisa de
atenção. A confirmação também costuma ter um impacto significativo na rotina
doméstica e na qualidade de vida dos acompanhantes. “É muito comum o surgimento
de sintomas depressivos nos familiares e cuidadores de pacientes com Alzheimer
devido à sobrecarga emocional e física”, completa Dra. Ana Carolina. Ainda
conforme a neurologista, é importante procurar auxílio, seja psiquiátrico ou
psicoterapêutico, logo no início dos sintomas, para evitar agravamento de saúde
e o surgimento de complicações ainda mais profundas para a situação familiar.
Estágios da Doença de Alzheimer
- Inicial: caracterizada por alterações
de memória e desorientação em tempo e espaço;
- Moderada: surgem as dificuldades
para falar, coordenar alguns movimentos e realizar tarefas da vida diária,
sendo que, nesta fase, também costumam ocorrer alterações do sono;
- Grave: piora motora progressiva com
acometimento de memória de maneira acentuada, levando o paciente à completa
dependência para realização de atividades como alimentação e higiene.
Hospital
Santa Cruz
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