Começou fervendo e esfriou ao longo dos anos! Esta é uma
possibilidade e um padrão relativamente comum, entenda porque isso acontece
O desejo não existe mais, mas não parece que o amor acabou! Porque será que alguns relacionamentos amorosos acabam se tornando amor de irmãos ao longo do tempo? O psicólogo Oswaldo M. Rodrigues Jr, especialista em sexualidade e terapia de casais explica que o amor é um afeto que tem grande importância para os relacionamentos, em especial para a manutenção dos casais e que o sexo é uma atividade que independe de afetos, independe de amor, independe de um casal preexistir. “Muitas pessoas formam casais por afinidades de relacionamento do cotidiano, por desenvolverem afetos e amor, e isso não conduz automaticamente a comportamentos sexuais satisfatórios”, explica.
Vamos entender
Basta um dos dois não saber como conduzir o corpo a uma atividade sexual e teremos os dois insatisfeitos sexualmente, assim ambos podem se amar, sentir que amam, e não saberem como fazer sexo. “Geralmente amor e sexo não caminham juntos, uma parcela dos casais aprende a associar sexo a amor, outros nem desejam que isso ocorra e isso acontece porque fisiologicamente sexo e amor são produzidos por mecanismos diferentes. O amor implica em afetos, enquanto sexo depende de expressão de emoções básicas e mais fortes”, explica o profissional.
Um casal que tem no início de relação a sexualidade mais aflorada pode simplesmente esfriar depois, e esta é uma possibilidade e um padrão relativamente comum. “Uma das razões é associar o prazer com o ainda desconhecido, outra são as mitificações e regras socialmente aprendidas sobre o sexo que desvaloriza a vida sexual num relacionamento de longo prazo”, diz Oswaldo que comenta ainda que alguns homens e mulheres aprendem a associar uma vida sexual quando tem que conquistar, seduzir, envolver a outra pessoa para que faça sexo, e no casamento isso deixa de existir, acabando com o desejo sexual, inviabilizando a vida sexual continuada.
Como reverter o quadro
“A inabilidade do casal, dos dois envolvidos em envolverem-se sexualmente com o correr da idade é um fator especial que merece ser considerado”, fala Oswaldo.
Por isso a terapia de casais ajuda a compreender e superar problemas através do desenvolvimento de novas estratégias para o relacionamento, através das quais um reconhece que interfere no comportamento do outro e produz responsabilidade em ambos na busca dos objetivos fixados, desejados.
“Existem situações em que uma pessoa chega ao consultório relatando uma queixa que implica no casal, mas justifica que a outra pessoa não quer participar, não acredita em psicoterapia, não se considera causa do problema.
Nestas situações teremos que auxiliar esta pessoa
a desenvolver atitudes, comportamentos, expressões emocionais, assertividade,
habilidades sociais, enfim, formas para melhor interagir no casal para atingir
os objetivos que seriam a manutenção do casal”, completa o especialista.
Oswaldo M. Rodrigues
Jr - Psicólogo formado pela UNIMARCO (1984); foi Secretário Geral e
Tesoureiro da WAS – World Association for Sexology (2001-2005); Presidente da
ABEIS – Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual (2003-2005);
dedica-se a tratar de problemas sexuais junto ao InPaSex – Instituto Paulista
de Sexualidade – do qual é fundador e diretor. Autor de mais de 100 artigos
científicos e mais de 35 livros, dentre eles: Parafilias (Ed. Zagodoni) Terapia
da Sexualidade (2 vol., Ed. Zagodoni); editor chefe da Revista Terapia Sexual :
clínica, pesquisa e aspectos psicossociais e co-cordenador do CEPES – Curso de
Qualificação em Psicoterapia Sexual do Instituto Paulista de Sexualidade..
www.oswrod.psc.br
http://www.inpasex.com.br/
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