Pesquisa
revela quais pontos a juventude gostaria de mudar em seu corpo
Padrões de aparência e de comportamento sempre foram ditados pela
sociedade e por tendências da moda. Porém, nos dias de hoje, as mídias e redes
sociais fortalecem ainda mais esse movimento. Com isso, a necessidade de
pertencimento gera a busca constante por patamares muitas vezes inatingíveis.
Pensando nisso, o Nube - Núcleo
Brasileiro de Estágios realizou o seguinte estudo: “Qual
dessas características você gostaria de alterar?”. O resultado apontou a vontade
por mudanças desde o visual, até o gênero.
Dentre as alternativas, a vencedora foi o “peso”, apontada por 39,04%,
ou 1.094 pessoas. Ao todo, 2.802 jovens, entre 15 e 28 anos, deram sua opinião.
Para a analista de treinamento, Jéssica Alves, isso ocorre pois quem não atinge
o “modelo ideal” é pressionado a fazer dieta, com o falso discurso da
preocupação com a saúde. “É claro, ter uma alimentação equilibrada e incorporar
a prática de atividades físicas no dia a dia são ações primordiais para
garantir o nosso bom funcionamento como um todo. No entanto, sobrepeso não
necessariamente é indicativo de falta de vitalidade”, explica. Para ela, quem
estimula a gordofobia deve repensar a prática, pois gera sentimentos horríveis
em quem ataca. “Já quem sofre com a situação, tem de acolher seu corpo,
dialogar com entes e colegas dispostos a ouvir e excluir os comentários
negativos”, enfatiza.
O levantamento ocorreu em todo o Brasil, entre os dias 13 e 24 de maio.
Assim, como segunda colocada, a opção “os dentes” obteve 18,24% (511). A
indicação revela a necessidade de uma geração preocupada em ter o sorriso
perfeito para as selfies constantes e postagens nas redes sociais. “Logo,
existe a pressão de se manter apresentável. Por isso, uma boa higiene diminuirá
o risco de desenvolver problemas bucais e dentários. Como nunca, usar fio
dental e escovar a arcada diariamente são práticas imprescindíveis, tanto
quanto ter refeições nutritivas ou se exercitar”, comenta a especialista.
Na sequência, 16,20% (454) disseram: “minha idade”. Esse tipo de
insatisfação, infelizmente, é uma constante. Quando jovem, deseja-se a
maturidade e sabedoria dos mais velhos. Assim como quanto mais experiente se
fica, maiores são os anseios em torno do vigor da mocidade. “Essa utopia
prevalece por não existir uma faixa etária perfeita, mas sim ideais criados por
outros e incorporados por nós como se fossem o certo”, defende Jéssica. Assim,
para lidar com a situação é preciso conscientizar-se de cada etapa ter suas
vantagens e desvantagens. “Viver é um movimento constante de aprendizado e de
evolução e isso é progresso”, pontua.
Já para 15,45% (433) a transformação ocorreria na “altura”. Há também
quem seria mais incisivo e mudaria seu “rosto”. Essa foi a escolha de 8,74%
(245) dos votantes. Porém, associar um cunho negativo a esses fatores é outra
forma de preconceito. Afinal, as piadas e bullying sobre o visual são reflexos de
valores discriminatórios enraizados e não dizem nada sobre quem de fato se é.
“O mais importante é reconhecer a relevância do ser humano enquanto indivíduo,
pela somatória de diversos valores, os quais vão muito além da aparência”,
avalia. Portanto, é fundamental ter consciência disso e, assim, cada um deve
reconhecer suas potencialidades e singularidades.
Por fim, 2,32% (65) trocariam de “gênero”. Essa é uma decisão muito
significativa, por possibilitar ao indivíduo uma vida autêntica. No entanto,
pode ser uma jornada difícil, agravada quando não há apoio dos mais próximos.
“Para quem pensa nesse caminho, é imprescindível procurar acompanhamento médico
e psicológico. Se automedicar é extremamente arriscado e diversos hospitais
públicos são habilitados para prestar esse suporte”, ressalta a analista. Fora
isso, para lidar com o julgamento de quem estiver ao redor, o aconselhável é
utilizar o diálogo e buscar apoio em grupos de quem já passou por esse
processo. “Com toda certeza, essa parcela não está sozinha e nem precisa viver
uma mudança dessa sem suporte. Para quem convive com essas pessoas, é
fundamental não reprimir a escolha e dar autonomia para cada um viver sua
condição”, afirma.
Autoaceitação significa entender suas qualidades e defeitos, se
conhecer. “Portanto, vale para todos se incentivarem a alcançar objetivos e
eliminarem comparações, pois somos únicos e não devemos seguir padrões. Então,
o conselho é se escutar mais, identificar os gostos e não ir em busca,
necessariamente, daquilo ditado como correto”, estimula. Afinal, ninguém é
perfeito. Logo, abraçar as imperfeições e ser a sua melhor versão, com
autorrespeito e responsabilidade é o caminho mais adequado.
Fonte: Jéssica Alves, analista de treinamento do Nube.
www.nube.com.br
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