Pesquisa
mostra que os tratamentos interrompem
a
taxa de declínio cognitivo em até 75%
Usar um aparelho auditivo ou
passar por uma cirurgia de catarata pode prevenir a demência, sugerem dois
importantes estudos. O declínio cognitivo, que afeta tanto a memória, quanto as
habilidades de raciocínio, é retardado depois que a audição e a visão do
paciente melhoram.
A taxa de declínio é
reduzida pela metade, após a cirurgia de catarata, e é reduzida em 75%, após a
adoção de aparelhos auditivos, segundo os cientistas.
Pesquisadores da
Universidade de Manchester, que lideraram os estudos, classificaram os
resultados como "promissores", à medida que a batalha pela cura da
demência continua. Acreditam que manter a visão e a audição deixa a pessoa
fisicamente ativa e socialmente envolvida, reduzindo o risco da doença.
A pesquisa
sobre cirurgia de catarata - que avaliou os participantes entre 2002 e 2014 -
foi publicada na revista PLOS One, e comparou as respostas da pesquisa de 2.068
pessoas que foram submetidas à cirurgia de catarata na Inglaterra, com 3.636
pessoas que não fizeram o procedimento.
O estudo
sobre aparelhos auditivos - que acompanhou os participantes, entre 1996 e 2014,
foi publicado no Journal of the America Geriatrics Society. Foi
realizado usando dados de 2.040 participantes.
Ambas as pesquisas avaliaram
o declínio cognitivo, testando as memórias dos participantes. Eles foram
convidados a recordar imediatamente 10 palavras e depois novamente, no final da
sessão. Os cientistas compararam as taxas de declínio, antes e depois, da
cirurgia de catarata, e, antes e depois, do início do uso dos
aparelhos auditivos.
“A idade é um dos fatores
mais importantes implicados no declínio cognitivo. Mas os dois estudos revelam
que as intervenções auditivas e visuais podem atrasá-lo e talvez prevenir
alguns casos de demência”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor
do IMO, Instituto de Moléstias Oculares, especialista em retina.
Os estudos enfatizam o quão
importante é superar as barreiras que impedem as pessoas de ter acesso aos
aparelhos auditivos e às cirurgias visuais. “Não se sabe ao certo o porquê os
problemas auditivos e visuais têm impacto no declínio cognitivo, mas o
isolamento, o estigma e a falta de atividade física ligada aos problemas
auditivos e visuais podem ter algo a ver com isso”, explica Centurion.
Há muitas barreiras a serem
superadas para a manutenção da saúde e da independência na terceira idade. O
importante é reconhecer que a perda auditiva e visual são problemas de saúde
significativos, e, que, se ignorados podem levar ao isolamento, demência e a
problemas de saúde mental.
O acompanhamento médico
apropriado é fundamental para que o idoso possa se comunicar melhor, permanecer
no trabalho e continuar tendo uma vida ativa. “Corrigir problemas de visão e
audição pode ajudar a abrir um mundo, que antes era fechado, e a reduzir o
isolamento e a solidão que esses problemas podem trazer”, defende o diretor do
IMO.
IMO-Instituto
de Moléstias Oculares
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