Incubadora
de última geração, inédita na América Latina, permite acompanhar em tempo real,
pelo celular ou por vídeo, o desenvolvimento do embrião; o acesso remoto às
imagens reduz os riscos de danos durante o manuseio externo para análises
microscópicas e também da variação de temperatura ambiente, tornando o
procedimento mais seguro
O relógio biológico de Priscilla Portugal despertou
aos 30 anos. Casada e com uma vida estável, sentiu que era hora de se tornar
mãe. Após dois anos tentando engravidar naturalmente, sua médica sugeriu que
seria melhor investigar. Ao realizar algumas exames, Priscilla descobriu que
tinha poucos óvulos e poderia ter uma menopausa precoce. A solução imediata era
partir para a fertilização in vitro. Se passaram cinco anos com tentativas
frustradas para engravidar. Um dia uma amiga indicou que ela procurasse um
imunologista.
Chateada, Priscilla, que já havia desistido de
engravidar e estava na fila de adoção, decidiu dar mais uma chance ao destino.
Foi atrás do imunologista do RDO Diagnósticos Médicos e, depois de uma bateria
de exames, descobriu que tinha quatro problemas que a impediam de engravidar,
como, por exemplo, trombofilia e endometrite. Após o tratamento de todas as
doenças e, mesmo curada, Priscilla, que tinha poucos óvulos, partiu, novamente,
para a fertilização e conseguiu engravidar. O seu sonho tornou-se realidade e
se chama Raul, que acaba de completar sete meses.
Uma
boa notícia para as mulheres que tentam engravidar mas enfrentam problemas de
infertilidade. Um novo equipamento, inédito na América Latina, está tornando o
processo de fertilização in vitro, conhecido como FIV, mais seguro e com
mais chances de êxito. Trata-se da incubadora Time-Lapse Esco, que
permite a observação contínua dos embriões em tempo real, por celular ou vídeo.
“Com o Time Lapse a observação pode ser feita 24
horas por dia sem necessidade de retirar o embrião da estufa, o que ocorre no
método tradicional. Desta forma, conseguimos selecionar os melhores embriões
para a transferência ao útero no momento mais adequado, aumentando assim as
taxas de sucesso das fertilizações in vitro”, explica Dr. Nilo Frantz, pioneiro
em reprodução assistida no país, que acaba de inaugurar em São Paulo um
avançado centro de medicina reprodutiva, em parceria com o RDO Diagnósticos,
centro especializado em medicina reprodutiva.
Avanços na reprodução humana
As técnicas de reprodução assistida deram um salto
tecnológico e científico nos últimos 10 anos, para proporcionar não somente o
crescimento das taxas de gravidez, a redução do número de abortamentos ou
alongamento do tempo de vida de um embrião no útero, como também tem tornado
cada vez mais possível a possibilidade da mulher com mais de 40 anos gerar um
filho.
Como era antes do
TIME-LAPSE?
Nas incubadoras tradicionais, é
necessário tirar os embriões da estufa, com a temperatura controlada em torno
de 37º, e avaliar o seu desenvolvimento com um microscópio externo. Essa
movimentação gera riscos para o embrião tanto pela variação de temperatura
quanto pelo manuseio durante a análise. Já com o Time-lapse, há mais segurança
no procedimento, pois toda avaliação é feita de forma remota, sem tirar o
embrião da incubadora. “Os embriões ficam todo o tempo de cultivo
laboratorial em um ambiente controlado por computador, que registra seu
desenvolvimento em tempo real, reduzindo o estresse que sofrem com a mudança de
local e a manipulação”, explica a embriologista, Dra. Claudia Rocha.
“Esta
nova geração de incubadora permite uma seleção rigorosa dos melhores embriões
para fertilização. Conseguimos estudar se as células estão evoluindo no prazo
adequado, que não deve ser superior a 5 dias”, destaca Dr.Frantz.
Rastreamento
e importância do diagnóstico antes da FIV
Para
um casal ser bem sucedido na FIV é necessário uma investigação das causas
imunológicas, infecciosas, anatômicas e embrionárias. Foi este diferencial do
RDO Diagnósticos que motivou a parceria com o Dr Nilo Frantz. “Esta
investigação prévia é essencial para obter êxito na fertilização e nesse
aspecto o RDO possui uma equipe altamente capacitada e todos recursos
tecnológicos para identificar e tratar problemas de grande incidência como
trombofilias, endometriose, entre outros, que podem causar aborto espontâneo.
“Ao
identificarmos o problema, tratamos a causa para posteriormente realizarmos a
FIV com maior segurança. Nós que lidamos com
reprodução assistida não estamos aqui em busca da cor dos olhos, do formato do
rosto ou algo parecido. Estamos em busca dos bebês sem alterações cromossômicas.
Estamos lutando em prol da vida humana. Com a evolução das técnicas e com o
aperfeiçoamento dos profissionais, melhoramos as taxas de gravidez, reduzimos o
número de perdas gestacionais (abortamentos antes de 20 semanas), sempre em
busca do melhor embrião”, enfatiza o Dr. Frantz.
Novas
perspectivas para a FIV
Nos
países europeus, a taxa de gravidez bem-sucedida por transferência de embriões
é de aproximadamente 36% para a injeção de fertilização in vitro. Atualmente o
Brasil não fica atrás nos resultados. “As taxas de gravidez giram em torno dos
45 e 55% em pacientes até 35 anos. Entre 36 – 38 anos estas taxas tendem a
diminuir para 35% e 40%, e acima dos 40 anos as taxas tendem a diminuir mais
ainda chegando na casa dos 5 a 15% na melhor das expectativas. Contudo alguns
avanços tecnológicos e metodológicos melhoram estas chances para pacientes
acima dos 40 anos”, esclarece Dr. Frantz.
A fertilização
A técnica começa com a estimulação da ovulação na
mulher através de hormônios por um período que pode ser de oito a 12 dias. Os
óvulos maduros são retirados e depois fecundados por um espermatozoide fora do
organismo, em laboratório.
Na fertilização in vitro clássica, os óvulos
ficam 24 horas em meio de cultura com espermatozoides à espera de serem
fecundados naturalmente. “Já a injeção intracitoplasmática de espermatozoides
envolve a injeção de um único espermatozoide diretamente no óvulo. Esta técnica
foi desenvolvida no início dos anos 90 como um tratamento para a infertilidade
masculina, mas agora é a forma mais praticada. A partir deste momento formam-se
os embriões. Alguns dias depois, o especialista em reprodução avalia quantos
desses embriões se desenvolveram para serem implantados no útero da paciente e
possivelmente gerar um bebê”, afirma Dr. Frantz.
Dr.
Nilo Frantz - pioneiro no exercício da Medicina Fetal e responsável
pelo nascimento do primeiro bebê com o auxílio da técnica de Maturação in vitro
no Brasil, é formado pela UFRGS e lecionou por muitos anos na universidade.
Integrou a primeira instituição do Rio Grande do Sul voltada para a área de fertilização
e criou o serviço de reprodução humana no Hospital Moinhos de Vento.
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