A
busca constante pela felicidade é um tema sempre atual e de extrema
importância, embora os elementos para o seu alcance ainda sejam nebulosos e
relativos, de acordo com a perspectiva individual. Para alguns, a felicidade
está nas pequenas coisas da vida; para outros, ela está na conquista de um
determinado cargo profissional. Mas por que estamos sempre em busca da felicidade?
Como ela se traduz? E por que a ausência de felicidade se reflete tanto em
nossos hábitos alimentares?
A
Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente o Relatório da
Felicidade, que leva em conta variáveis como Produto Interno Bruto, assistência
social e expectativa de vida de cada país para determinar em que países do
mundo as pessoas são mais felizes. Neste ano, o Brasil perdeu quatro posições,
passando do 28º lugar para o 32º em relação à última edição. Países como
Noruega, Dinamarca e Finlândia ocupam os primeiros lugares do ranking há anos.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu e enfatizou a felicidade como um
fator importante dentro do conceito de saúde mental, relacionado ao equilíbrio
entre o estado emocional positivo – que gera sentimentos de bem-estar, prazer,
percepção de sucesso e compreensão coerente e lúcida do mundo – e o estado
emocional negativo – relacionado à tristeza, ao medo, à raiva ou ao nojo.
Apesar
de não haver uma receita para alcançar a felicidade plena, é possível
considerar algumas lições importantes, como permitir-se “ser” humano e sentir
todas as emoções da vida, aprender a lidar com o estresse, e permanecer ativo
por meio de atividades físicas e cotidianas que possam gerar prazer. Investir
em relações afetivas e praticar a gratidão também são atitudes que promovem um
maior bem-estar.
Outro
fator fundamental para a promoção e a manutenção da felicidade está relacionado
a um padrão alimentar saudável e equilibrado, sem privações ou restrições, mas
com oferta de todos os grupos alimentares, que permita a qualquer indivíduo
estar bem nutrido. Uma alimentação balanceada é um dos caminhos para a
satisfação
pessoal, a sensação de bem-estar e a disposição, que
tende a manter de forma duradoura a vitalidade e um sistema imunológico
equilibrado.
É
imprescindível destacar que nenhum alimento sozinho é capaz de proporcionar
alegria. Porém, corresponder a sinais emitidos pelo cérebro, como os de fome,
vontade e até de memórias afetivas (como o bolo de chocolate ou o arroz e
feijão da avó) são, sim, capazes de influenciar no aumento momentâneo de
prazer, promovendo a sensação de felicidade.
Independentemente
de qualquer atitude em especial, é importante priorizar o planejamento dessas
condutas para que haja constância na escolha de hábitos de vida saudável. As
estratégias fundamentais para manter o bem-estar consistem em atitudes
rotineiras e equilibradas, sempre em consonância com hábitos alimentares
balanceados. Essa harmonia pode ajudar uma pessoa a atingir a felicidade.
Bianca
Naves - nutricionista especialista em Nutrição em Cardiologia
e Nutrição Esportiva pela USP. Sócia proprietária da Clínica NutriOffice em SP,
também é colaboradora do programa jornalístico “Hoje em Dia” transmitido pela
Record.
REFERÊNCIAS:
MARTINEZ, D; MACHADO, C;
COSTA, A. C. P. Felicidade e Gratidão. In:
GÓIS, A. F. T. et al. Médicos
na Cozinha. Ed. dos Editores. São Paulo, 2019.
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