Material pode ser
usado no tratamento de doenças graves
A medicina regenerativa possui um grande potencial
na cura de doenças. Neste cenário, um dos métodos mais estudados para o
tratamento de diversas patologias tem sido a terapia com células-tronco.
“Congelar as células-tronco é uma forma de prevenção, principalmente para quem
possui histórico de enfermidades graves na família, como câncer e algumas
doenças imunológicas. Vale ressaltar que além de serem compatíveis com o
próprio bebê, o material possui uma chance aumentada de compatibilidade entre
irmãos”, revela Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis
e Hematologista do HC-FMUSP.
Por tratar-se de técnicas especificas, é comum
surgirem diversas dúvidas. Abaixo, o especialista esclarece as principais
questões que permeiam o assunto. Confira
Quais as formas de aplicação de células-tronco?
A terapia celular possibilita duas possíveis formas
de aplicação de células-tronco. Uma delas é o transplante autólogo, no qual as
células do próprio paciente, previamente armazenadas, são utilizadas. Já no
transplante alogênico, as células são provenientes de outro indivíduo. A opção
entre as duas formas de utilização dependerá da doença e da existência de um
material compatível com o doente/receptor.
As células-tronco do sangue do cordão são as mesmas
do dente de leite e do tecido do cordão?
Atualmente há 3 grandes fontes de células-tronco:
sangue de cordão umbilical, tecido de cordão umbilical e a polpa do dente de
leite. “O sangue de cordão umbilical possui uma maior quantidade de
células-tronco do sistema hematopoiético, ou seja, células capazes de regenerar
o tecido sanguíneo e imunológico. Já por sua vez, o tecido de cordão e a polpa
possuem maior quantidade de células-tronco do sistema mesenquimal, que são
capazes de regenerar tecidos epiteliais”, explica o especialista.
Quais são as doenças tratadas com células-tronco?
Segundo a Fundação Parent's Guide to Cord Blood, o
sangue do cordão umbilical vem apresentando importantes resultados clínicos
para o tratamento de diversos tipos de patologias. Dentre as principais estão a
Leucemia, Talassemia e Linfomas. Além disso, muitas doenças encontram-se em
estudo, como Diabetes Tipo 1, doenças neurológicas e, até mesmo, a Aids. A
mesma fundação demonstra a importância e o aumento expressivo na coleta do
tecido do cordão que pode ser realizada imediatamente após a coleta do sangue
do cordão.
Qual a forma de armazenamento?
No Brasil quem opta por armazenar o material em um
Banco Público está doando sangue do cordão umbilical. Este material poderá ser
utilizado por qualquer pessoa que necessitar. A doação corre sob sigilo e a
família não poderá reivindicar, a qualquer tempo, o próprio sangue de cordão
doado. No caso do Banco Privado, somente a família terá acesso às
células-tronco congeladas. “Armazenar no Banco Privado é um ato preventivo.
Este procedimento custa, inicialmente, cerca de R$ 3 mil. Anualmente, também é
cobrada uma taxa de manutenção da estocagem. Obviamente, estes valores podem
variar entre os bancos privados, assim como os custos relacionados a
transporte”, indica Tatsui.
Para que o tratamento seja eficaz, há um prazo de
uso do material?
Não há tempo máximo definido pela literatura. Há
relatos que indicam unidades congeladas há mais de 25 anos que demonstram
viabilidade celular adequada. Isso sugere que, se o processamento e a estocagem
forem realizados adequadamente (mantidos em temperatura inferior a -150 C), a
expectativa é que as células-tronco continuem viáveis por décadas.
Criogênesis
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