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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Catarata: estudo apresenta solução para complicação que atinge 70 milhões de pessoas


Técnica foi publicado no Journal of Cataract and Refractive Surgery, revista científica de cirurgia de catarata mais importante do mundo 


Setenta milhões de pessoas no mundo sofrem com o deslocamento da lente utilizada na cirurgia de catarata. É como se praticamente todos os moradores da região Sudeste do Brasil tivessem essa complicação grave, que pode causar a perda de visão das pessoas. 

De acordo com o oftalmologista Carlos Figueiredo, responsável pelos departamentos de Catarata e Iris do D’Olhos Hospital Dia, em Rio Preto, o deslocamento da lente costuma acontecer em pacientes que apresentam síndrome pseudoexfoliação do cristalino, que atinge 70 milhões de pessoas no mundo. 

“Trata-se do depósito de fibras anormais nas estruturas dos olhos, comum em pessoas com mais de 60 anos e que é diagnosticado durante exames clínicos”, explica o oftalmologista.

Quando a pessoa com  síndrome pseudoexfoliação do cristalino passa por uma cirurgia de catarata, ela desenvolve a síndrome de contração capsular em alguns casos. “Isso é a contração da cápsula do cristalino, onde alojamos a lente durante a cirurgia de catarata. Com a contração, a lente fica solta e ocorre o deslocamento. Todo esse processo acontece de forma silenciosa e o paciente só percebe quando perde a visão”, destaca Carlos. 

Atualmente, os oftalmologistas utilizam várias medidas para evitar a contração e, consequentemente, o deslocamento da lente. Uma delas é o anel endocapsular, mesmo assim a complicação pode não ser resolvida e o paciente precisa passar por nova cirurgia para troca da lente, segundo o oftalmologista. 

“Diante desse cenário, decidimos estudar a melhor saída para prevenir a complicação, ou seja, a síndrome pseudoexfoliação do cristalino e, por isso, propomos a aspiração das células epitelias anteriores do crsialino, que são elas que provocam a contração capsular”, afirma Carlos. 

Para chegar nessa solução, de 2009 a 2016, os oftalmologistas Carlos, Gabriel e Júlia Figueiredo estudaram nove pacientes, sendo 3 homens e 6 mulheres, com idades entre 63 e 85 anos. Todos com catarata e que apresentavam a síndrome pseudoexfoliação do cristalino. 

O estudo foi publicado Journal of Cataract and Refractive Surgery, revista científica de cirurgia de catarata mais importante do mundo, e a técnica pode ser aplicada por outros oftalmologistas, impactando a vida de outras 70 milhões pessoas no mundo. A atualização de técnicas oftalmológicas com a apresentação de soluções para a qualidade visual das pessoas é um dos objetivos do corpo clínico do D’Olhos Hospital Dia, em Rio Preto, no qual os três médicos fazem parte. 


Catarata

A catarata é uma doença caracterizada pelo comprometimento do cristalino do olho, o que leva à perda progressiva da visão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa. Os principais sintomas são: aumento da sensibilidade à luz, alteração da visão das cores e diminuição da visão. A visita periódica ao especialista permite o diagnóstico precoce e a escolha assertiva da cirurgia, já que esse é o único tratamento para a doença.


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