Técnica foi
publicado no Journal of Cataract and Refractive Surgery, revista científica de
cirurgia de catarata mais importante do mundo
Setenta milhões de
pessoas no mundo sofrem com o deslocamento da lente utilizada na cirurgia de
catarata. É como se praticamente todos os moradores da região Sudeste do Brasil
tivessem essa complicação grave, que pode causar a perda de visão das
pessoas.
De acordo com o
oftalmologista Carlos Figueiredo, responsável pelos departamentos de Catarata e
Iris do D’Olhos Hospital Dia, em Rio Preto, o deslocamento da lente costuma acontecer
em pacientes que apresentam síndrome pseudoexfoliação do cristalino, que atinge
70 milhões de pessoas no mundo.
“Trata-se do
depósito de fibras anormais nas estruturas dos olhos, comum em pessoas com mais
de 60 anos e que é diagnosticado durante exames clínicos”, explica o
oftalmologista.
Quando a pessoa
com síndrome pseudoexfoliação do cristalino passa por uma cirurgia de
catarata, ela desenvolve a síndrome de contração capsular em alguns casos.
“Isso é a contração da cápsula do cristalino, onde alojamos a lente durante a
cirurgia de catarata. Com a contração, a lente fica solta e ocorre o
deslocamento. Todo esse processo acontece de forma silenciosa e o paciente só
percebe quando perde a visão”, destaca Carlos.
Atualmente, os
oftalmologistas utilizam várias medidas para evitar a contração e,
consequentemente, o deslocamento da lente. Uma delas é o anel endocapsular,
mesmo assim a complicação pode não ser resolvida e o paciente precisa passar
por nova cirurgia para troca da lente, segundo o oftalmologista.
“Diante desse
cenário, decidimos estudar a melhor saída para prevenir a complicação, ou seja,
a síndrome pseudoexfoliação do cristalino e, por isso, propomos a aspiração das
células epitelias anteriores do crsialino, que são elas que provocam a
contração capsular”, afirma Carlos.
Para chegar nessa
solução, de 2009 a 2016, os oftalmologistas Carlos, Gabriel e Júlia Figueiredo
estudaram nove pacientes, sendo 3 homens e 6 mulheres, com idades entre 63 e 85
anos. Todos com catarata e que apresentavam a síndrome pseudoexfoliação do
cristalino.
O estudo foi
publicado Journal of Cataract and Refractive Surgery, revista científica de
cirurgia de catarata mais importante do mundo, e a técnica pode ser aplicada
por outros oftalmologistas, impactando a vida de outras 70 milhões pessoas no
mundo. A atualização de técnicas oftalmológicas com a apresentação de soluções
para a qualidade visual das pessoas é um dos objetivos do corpo clínico do
D’Olhos Hospital Dia, em Rio Preto, no qual os três médicos fazem parte.
Catarata
A catarata é uma doença
caracterizada pelo comprometimento do cristalino do olho, o que leva à perda
progressiva da visão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata
é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente
a população idosa. Os principais sintomas são: aumento da sensibilidade à luz,
alteração da visão das cores e diminuição da visão. A visita periódica ao
especialista permite o diagnóstico precoce e a escolha assertiva da cirurgia,
já que esse é o único tratamento para a doença.
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