Um estudo recente apontou que
80% dos pacientes com esse tipo de câncer são ou já foram fumantes. O consumo
de bebida alcoólica é associado a 50% dos diagnósticos
Abril é o mês de conscientização e prevenção ao
câncer de cabeça e pescoço, tipo da doença que atinge 41 mil de brasileiros
por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço (SBCCP). De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, oito em
cada dez diagnósticos têm a ver com o cigarro: a pessoa é ou já
foi fumante. A pesquisa menciona ainda que o consumo de bebida
alcoólica está presente em 50% dos casos positivos.
Janaína Jabur, média oncologista da Aliança
Instituto de Oncologia, explica que esse tipo de câncer engloba os tumores da
cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe e, portanto, os sintomas
vão depender do local acometido. "Normalmente, o paciente sente alguma
área endurecida ou uma ferida persistente, dolorosa e sangrante, que prejudica
a fala e/ou a alimentação", destaca. A especialista complementa
"outros sinais incluem aumento de ínguas no pescoço, dor na garganta, no
ouvido ou na cabeça".
Dra Janaina esclarece que a doença tem tratamento e
apresenta grandes chances de cura. Ela pontua que a depender do local do tumor,
o paciente pode ser submetido à cirurgia ou radioterapia exclusivos e/ou
acompanhado de quimioterapia ou drogas biológicas. "Em casos avançados,
onde há presença de metástases, lançamos mão de tratamento com quimioterapia e
mais recentemente, imunoterapia", comenta.
A médica afirma que não existem exames de
rastreamento para esse tipo de câncer. "A prevenção é o melhor
caminho", ressalta a especialista. Para a oncologista, a principal medida
para a prevenção do tumor é o controle dos fatores de risco, como a interrupção
do tabagismo e consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Outro fator de risco importante é a infecção pelo
papilomavírus humano, o HPV, mesmo que causa câncer de colo de útero, canal
anal, pênis, vagina e vulva e é transmitido por via sexual. Portanto,
recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais como forma de
reduzir o risco de infeção por este vírus. "A vacinação contra o HPV para
meninas e meninos, que é fornecida pelo Sistema Único de Saúde, também deve ser
fomentada", finaliza Dra Janaina.
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