Diagnóstico precoce e o tratamento correto eliminam a transmissão da
doença
A hanseníase é uma doença milenar, o
seu histórico é antigo. Mas você sabia que o Brasil é o único país do mundo que
utiliza esse termo para se referir à infecção? A explicação para isso é o
grande estigma que a doença carrega. Isso porque, antigamente, os indivíduos
que tinham hanseníase eram enviados aos chamados leprosários ou excluídos da sociedade,
pois a enfermidade era vinculada a símbolos negativos como pecado, castigo
divino ou impureza, sendo confundida com doenças venéreas. Por medo do contágio
e por não haver cura na época, os enfermos eram proibidos de entrar em igrejas,
por exemplo, e tinham que usar vestimentas especiais. O microrganismo causador
da hanseníase foi identificado somente em 1873, pelo norueguês Armauer Hansen,
que deu origem ao nome da doença. Com essa descoberta, alguns mitos foram
derrubados. No entanto, o preconceito existe até hoje, sendo uma das principais
dificuldades que os pacientes enfrentam. A boa notícia é que, atualmente, a
doença tem cura e o tratamento é 100% eficaz, se feito corretamente. Segundo a
coordenadora-geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da
Saúde, Carmelita Ribeiro Filha, os brasileiros devem ficar atentos a alguns
sinais que podem ajudar a identificar a infecção.
“O sinais e sintomas, hoje, realmente
são muito mais leves do que no passado, onde as pessoas eram diagnosticadas já
quando estavam totalmente deformadas, hoje é diferente. Atualmente, o serviço
de saúde sabe diagnosticar a hanseníase, temos profissionais nas Unidades
Básicas de Saúde capazes de identificar a doença, temos o tratamento gratuito
nas unidades do país inteiro. Tem cura, o tratamento é gratuito no SUS e os
pacientes têm acesso garantido.”
O mais indicado é ficar atento ao
início dos sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento correto eliminam a
transmissão da doença. O hansenólogo da Coordenação de Controle da Hanseníase
do Pará, Carlos Cruz, lembra que, na dúvida, a dica principal é se dirigir a
uma Unidade Básica de Saúde o quanto antes.
“A melhor prevenção na verdade seria
o diagnóstico precoce, naquela fase de manchas, onde os nervos não foram afetados.
Para isso, é preciso que examine todas as pessoas que convivem com o doente.
Com essa medida, a gente consegue diagnosticar a hanseníase em fase inicial,
evitando que ela evolua para as incapacidades físicas. Além disso, uma outra
medida que é realizada nestas pessoas que convivem com o doente é fazer o BCG.
O BCG é uma vacina que é usada para prevenir a tuberculose, mas que também é
usado na hanseníase, para aumentar a resistência das pessoas. E essas pessoas,
uma vez vacinadas, elas se adoecerem, contrairão sempre uma forma mais leve da
doença. Não impede de adoecer, mas faz com que a pessoa adoeça de uma forma
mais leve da hanseníase.”
Por isso, o importante é ficar atento
aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a
perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade
Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores
as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível
gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para
mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase.
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