Instituições públicas e privadas já
desenvolvem campanhas que promovem a cidadania nas escolas. Profissionais
comentam sobre a importância de discutir o combate à violência contra a mulher
No dia 26 de março, a Câmara Legislativa do DF
aprovou em segundo turno o Projeto de Lei n° 233/2019, que agora seguirá para
sanção do Governador. A proposta determina que as escolas públicas do DF
apresentem noções básicas sobre a Lei Maria da Penha. O conteúdo deverá ser
abordado de modo transversal aos conteúdos comuns. Em Brasília, ações com
iniciativas que abordam a conscientização já são realidade entre alunos de
diversas faixas etárias.
De acordo com o autor do PL, o deputado distrital
Fábio Felix, o objetivo é promover a conscientização de crianças e adolescentes
acerca da violência doméstica e familiar. O projeto estabelece ainda a formação
continuada de docentes, gestores, orientadores e psicólogos que atuam na área
de educação e que poderão trabalhar com o tema.
"Ao levar o conteúdo da Lei Maria da Penha
para as escolas, o que se busca é trabalhar a formação de uma nova consciência
com os jovens, conscientizá-los contra a prática da violência doméstica e
familiar contra a mulher, com a finalidade de desconstruir a cultura de
violência existente no Brasil", destaca a advogada Talita Matias,
especialista em Direito Penal do escritório Alcoforado Advogados Associados.
Projetos como esse que têm por objetivo promover a
cidadania nas escolas já são comuns no DF. No Colégio Objetivo de Brasília, por
exemplo, os gestores educacionais criaram uma proposta de combate ao bullying,
em que os estudantes participam de rodas de conversa e discutem temas voltados
às várias formas de violência e constrangimento no ambiente escolar.
De acordo com Keila Espíndola, orientadora
educacional e psicopedagoga do Colégio Objetivo, o ensino da Lei Maria da Penha
nas escolas promove autorreflexão e os estudantes passam a entender quem eles
são, como são e a pessoa que eles querem se tornar como cidadãos. A educadora
destaca que por causa do grande número de casos de violência doméstica e
familiar contra a mulher, é necessário difundir a cultura da informação e
conscientização.
"A partir do momento que
o aluno tem propriedade desse conhecimento, ele pode muitas vezes levar
informação para famílias que não tiveram acesso. Isso faz muita diferença na
formação do caráter, na construção desse cidadão. Os alunos aprendem a criar um
mundo diferente, e os filhos de opressores passam também a ensinar aos pais
aquilo que viram como reflexão na escola", analisa a orientadora.
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