A indicação médica é fundamental para evitar efeitos colaterais graves e avaliar doenças preexistentes
Muitas
pessoas têm costume de utilizar colírios, comprados sem receita médica, sempre
que sentem os olhos ressecados ou vermelhos. Mas, essa atitude pode ter
consequências perigosas, que incluem até aumento de pressão arterial. “O
colírio é um meio de veiculação de uma medicação. Assim como existem diversos
tipos de comprimidos, também existem diversos tipos de colírios para diferentes
doenças. Sem orientação médica adequada, alguns colírios podem ter efeitos
colaterais graves, como desenvolvimento de glaucoma, catarata e de uma crise
hipertensiva. Além disso, existem colírios que são contraindicados para algumas
doenças preexistentes”, ressalta Dra. Ana Paula Canto, oftalmologista da
Clínica Canto.
Um dos colírios que costuma ser muito utilizado indiscriminadamente é o que
possui vasoconstritores em sua composição. Mas, para quem tem hipertensão, esse
tipo de medicamento é contraindicado. “Eles fazem uma vasoconstrição dos vasos
dos olhos, ou seja, tem como efeito deixá-los mais brancos, o que às vezes, é o
atrativo do colírio. Porém, ele pode causar vasoconstrição de vasos sistêmicos,
levando a uma crise hipertensiva arterial, isto é, aumentando muito a pressão
arterial do corpo”, alerta Dra. Ana Paula Canto.
Segundo
a oftalmologista, as doenças preexistentes são um dos fatores que influenciam
na indicação de um colírio pelo oftalmologista “Assim como pessoas com
hipertensão arterial não devem usar colírios com vasoconstritores, quem tem
glaucoma não pode utilizar colírio de corticoide sem acompanhamento do
oftalmologista e, inclusive, alguns colírios para glaucoma são contraindicados
para quem tem asma”, exemplifica.
Cada doença oftalmológica necessita de um colírio específico para o tratamento,
que pode ser antibiótico, antiinflamatório não hormonal, lubrificante,
corticoide, imunossupressores, antialérgicos ou de tratamento para glaucoma e
para quimioterapia ocular. “Somente o oftalmologista pode saber qual é o
colírio indicado em cada caso. Além disso, alguns tratamentos necessitam de um
acompanhamento”, explica Dra. Ana Paula Canto. “Caso uma pessoa utilize
colírios de corticoide sem prescrição e sem acompanhamento, podem ocorrer
glaucoma e catarata. Colírios antibióticos utilizados sem necessidade aumentam
a resistência da bactéria a antibióticos, deixando-a mais ‘forte’ e
dificultando o tratamento ou cura”, salienta.
Em
alguns casos, os colírios podem continuar sendo utilizados pelo paciente sem um
acompanhamento médico frequente. “Os colírios prescritos para a Síndrome do
Olho Seco e as alergias oculares costumam ser um tratamento de uso contínuo.
Mas, para saber qual o colírio correto, sem risco de contraindicações, é
essencial consultar um oftalmologista”, aponta a oftalmologista.
Os
cuidados também valem para as crianças. “No geral, as crianças não devem usar
colírios que contenham corticoide em sua composição, salvo em alguns casos
específicos, desde que prescrito e acompanhado pelo médico”, afirma Dra. Ana
Paula Canto.
A
oftalmologista lembra ainda que é fundamental sempre ficar atento ao prazo de
validade dos colírios. “A validade escrita na embalagem e no rótulo se refere
somente ao produto lacrado. Após aberto, essa validade muda, e pode ser de sete
dias a seis meses. Essas informações sempre devem ser checadas na bula do
colírio”, orienta a oftalmologista.
Clínica Canto
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