Técnica de
modelagem corporal e facial utiliza implantes sintéticos e é um alerta para
quem busca resultados instantâneos
Atraindo cada vez mais mulheres com a proposta de
resultados instantâneos, a bioplastia, também conhecida como plástica sem
bisturi, é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de
preenchimento, como o polimetilmetacrilato (PMMA), no intuito de remodelar
áreas da face e do corpo.
Desde 2006, o Conselho Federal de Medicina vem
alertando toda a sociedade médica sobre problemas com o uso do PMMA, que é um
material sintético, já que não existem estudos de longo prazo dos seus efeitos
no corpo humano.
“O polimetilmetacrilato só pode ser utilizado em
casos específicos e em pequenas quantidades”, alerta Pedro Lozano, cirurgião
plástico integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Devido à
baixa qualidade do produto existente no mercado nacional, a Anvisa também
proibiu o uso de diversas marcas da substância, havendo, porém, poucas opções
que são permitidas e que atendem as recomendações da agência nacional.
Composto por microesferas de um material muito
parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após
sua aplicação. Muito procurado por não ser absorvido pelo corpo, pode causar
reações imprevisíveis a longo prazo.
A substância endurece dentro do local aplicado como
um “cimento”, podendo causar complicações pela rejeição do organismo com
sequelas irreversíveis. Como explica o doutor, “uma vez injetado, o PMMA não
pode ser retirado, muito diferente de uma prótese de silicone, que pode ser
removida a qualquer momento ou a aplicação do ácido hialurônico, preenchimento
de maior segurança”.
A bioplastia com PMMA nos glúteos, por exemplo, é
feita com a aplicação de injeção intramuscular para que o líquido se espalhe na
área e tenha aderência aos músculos. Aí que está o risco, pois nessa região
existem muitos vasos sanguíneos, que se atingidos pela substância pode causar
trombose, levando a uma embolia pulmonar e até à morte.
Alternativas melhores
“Definitivamente a bioplastia não é o processo mais
seguro para se dar volume a qualquer parte do corpo. Este procedimento se
popularizou nos últimos tempos principalmente pelo baixo custo se comparado a
cirurgias plásticas mais seguras e convencionais”, conta Dr. Lozano.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
recomenda o PMMA apenas em plásticas reparadoras, como em pacientes com AIDS
com lipoatrofia facial, que causa a perda da gordura do rosto. De qualquer
forma, o médico especialista deve ter extremo controle na quantidade aplicada.
“As próteses de silicone e a lipoescultura com a
enxertia da gordura retirada transferida diretamente para os glúteos ou outra
região que se deseja conquistar maior volume são as cirurgias mais indicadas”,
explica o doutor.
O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto
do silicone, principalmente para pacientes que buscam a técnica para aplicação
nos glúteos, coxas e panturrilhas, porque a dose utilizada nessas regiões é
muito maior do que de um simples preenchimento.
Cuidados necessários para um procedimento seguro
É importante ressaltar que para qualquer
procedimento invasivo de preenchimento o paciente deve sempre procurar um
profissional habilitado e ser avaliado clinicamente. Uma das maneiras de
constatar a veracidade e integridade do cirurgião plástico é pesquisar pelo
médico diretamente na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, onde é
possível conferir se ele está registrado no estado onde a pessoa fará o
procedimento.
Além disso, é bom prestar atenção no tipo de
divulgação que os profissionais fazem de seu trabalho. Publicações com fotos de
“antes e depois” e número de seguidores nas redes sociais não são parâmetros
para avaliar um profissional, além de tais publicações serem consideradas
antiéticas.
A estrutura do local onde será feito o atendimento
também deve ser analisada. O procedimento nunca deve ser feito fora de
consultório e ambiente hospitalar, além de ser indispensável o alvará da
Prefeitura e da Vigilância Sanitária.
Pedro Lozano - Membro da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, possui graduação em Medicina pela Faculdade de
Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista (UNESP),Residência
(Especialização) em Cirurgia Geral: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP,
Botucatu, Residência Médica (Especialização) em Cirurgia Plástica pela
Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Título de Especialista em Cirurgia
Plástica: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP, é Professor de
Habilidades Cirúrgicas da Universidade Cidade de São Paulo – (UNICID). Diretor
e responsável técnico da Clínica Vix – Medicina & Saúde, o cirurgião preza
pelo bem-estar e satisfação de seus pacientes, para isso utiliza as técnicas
mais adequadas a cada caso – realizando assim, intervenções estéticas com segurança
e precisão. Entre os hospitais de atuação estão o Hospital Israelita Albert
Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital São Luiz e Hospital Santa
Catarina – todos na cidade de São Paulo.
CRM-SP: 111.967
RQE: 44244
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