A doença pode ter como única solução
a eutanásia do seu melhor amigo e está em alta outra vez no Brasil
O nome é
estranho, mas a doença é uma velha conhecida nas clínicas veterinárias.
Machucados que demoram demais para sarar e incômodo nos olhos podem indicar que
o seu pet entrou para as estatísticas desse problema.
Há duas
principais preocupações em relação a leishmaniose: a primeira é que ela pode
ser fatal para o seu cão se não for controlada a tempo e a segunda é que ela é
uma zoonose, ou seja, ataca animais e seres humanos.
A doença está
sendo muito abordada ultimamente. São cerca de 400 mil novos casos da forma
visceral – a mais grave – todos os anos entre humanos de acordo com a
Organização Mundial da Saúde, e entre 1990 e 2016 a incidência aumentou 52,9%
no Brasil, segundo estudo desenvolvido pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
Para os tutores
de pets, a doença foi assustadora por muito tempo, porque o diagnóstico era
sinônimo de eutanásia, já que a doença não tinha um tratamento autorizado pelo
Ministério da Saúde.
O ministério
justificava sua determinação esclarecendo que uma tentativa de tratamento em
cães poderia selecionar os parasitas resistentes, tornando a doença ainda mais
grave em longo prazo inclusive para os humanos.
Esse cenário
felizmente mudou em 2016, quando um tratamento que combina antibióticos,
suplementos e vitaminas passou a ser autorizado pelo governo e tem se mostrado
bem-sucedido nos cuidados com os infectados pela doença.
Mesmo assim, a
prevenção dessa doença continua sendo de extrema importante, principalmente
porque o diagnóstico é complexo e muitas vezes os sintomas demoram a aparecer,
sendo tarde demais para salvar a vida canina.
Transmissão
A leishmaniose é
uma doença que se desenvolve a partir da picada de um mosquito palha (chamado
de mosquito pólvora ou birigui em algumas regiões do país) infectado pelo
protozoário Leishmania.
A transmissão se
dá da seguinte forma: o mosquito infectado pica o cachorro, que pode
desenvolver a doença ou não, mas passa a ser hospedeiro do parasita. Se outro
mosquito o picar, também ficará infectado e poderá transmitir a doença para
outros animais de estimação ou seres humanos.
Sintomas
e diagnóstico
A Leishmaniose
pode ser uma doença silenciosa. O seu cachorro pode ser um hospedeiro do
parasita por meses ou anos e não apresentar nenhum sintoma de infecção.
Quando o
problema finalmente se desenvolve, ele pode ser fatal.
Portanto, é
preciso ficar atento aos sinais da doença. Se você notar um ou mais dos
sintomas abaixo, leve seu animal para um veterinário de confiança:
Feridas que
demoram para cicatrizar: machucados são normais em cães, principalmente aqueles
que vivem em ambiente externo. Mas se esses ferimentos demorarem muito para
sarar ou nunca sararem de fato, pode ser um sinal de alerta.
Unhas crescendo
excessivamente: a produção excessiva de queratina é característica da doença, fazendo
com que as unhas cresçam muito e que a pele nas patas fique grosseira.
Problemas
oculares: incômodo nos olhos, piscadas excessivas e secreções nessa região são
sintomas da doença. Cerca de 80% dos cães infectados pela leishmaniose
apresentam problemas nos olhos.
Pelagem opaca:
pelos quebradiços e mudanças na coloração podem ocorrer em decorrência da
doença.
Perda de peso:
os animais doentes podem sofrer alterações em órgãos internos - como
crescimento do fígado - que colaboram para a redução do apetite. Eles também
podem apresentar sinais se anemia, como olhos amarelados.
Para saber se
seu pet está ou não com leishmaniose, é necessário consultar um veterinário. Só
esse profissional poderá diagnosticar a doença a partir de exames específicos em
seu pet, como coleta de sangue e testes sorológicos.
Tratamento
A leishmaniose é
uma daquelas doenças não tem cura, mas tem um tratamento eficiente para
garantir o controle, a saúde e a qualidade de vida do animal.
Após receber o
diagnóstico, o cão recebe uma combinação de medicamentos que promove a cura
clínica e epidemiológica. Ou seja, o cão continuará hospedando o parasita, mas
não é mais um transmissor da doença, nem mesmo se for picado por um mosquito.
Esse tratamento,
porém, é caro, demorado e exige muito cuidado e acompanhamento veterinário.
Devido a esse acesso restrito, muitos animais ainda são sacrificados após a
confirmação da doença.
Além disso, os
cães que estão em tratamento podem receber suportes paliativos para evitar o
mau funcionamento de órgãos como o fígado.
Prevenção
Existe uma
vacina para a leishmaniose que pode ser administrada em filhotes acima dos 4
meses de idade. É a medida mais eficaz para prevenir o seu amigo de ser
infectado pelo protozoário causador da doença.
A boa notícia é
que, a fim de evitar a zoonose, em 2018 o governo aprovou uma campanha anual da
vacinação, tornando-a obrigatória e gratuita para todos os pets.
Para auxiliar a
reduzir o risco, você deve prevenir a proliferação de mosquitos no local onde
vive.
O mosquito
transmissor gosta de lugares com matéria bastante orgânica e abafados, como
pilhas de entulho. Por isso, promova uma limpeza na casa, principalmente nos
locais onde os animais de estimação têm acesso.
Se a sua região
está sofrendo com um surto da doença, é possível utilizar repelentes para
manter os transmissores longe. Só utilize produtos próprios para pets
encontradas em lojas especializadas. Os repelentes comuns vão causar alergias
no seu cão.
Se mesmo
adotando todas as medidas preventivas você notar os sintomas da leishmaniose,
consulte imediatamente um veterinário SP para salvar a vida do seu
cachorro e evitar que a doença se espalhe.
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