Tumor maligno
possui alta associação com a infecção pelo vírus do papiloma humano. Fique
atento aos primeiros sinais e aos fatores que influenciam o seu aparecimento
precoce
O tumor orofaríngeo – localizado atrás da boca e
que inclui a base da língua, céu da boca, amídalas e paredes laterais – é um
dos tumores mais incidentes entre os jovens brasileiros de até 40 anos de
idade. "E, infelizmente, o HPV possui alta associação com este cenário
precoce, em conjunto com outros fatores como o tabagismo e o etilismo",
alerta Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – Grupo
Oncoclínicas.
O número de casos relacionados à infecção pelo
vírus vem aumentando em homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional do
Câncer (Inca) e a sua transmissão ocorre por meio da prática sexual sem
proteção, em especial por intermédio do sexo oral. "O que acontece é que o
risco de desenvolver o tumor maligno entre os jovens é muito grande pela
liberdade sexual adquirida nos últimos anos", explica o médico. "Além
disso, o vírus atinge de forma massiva a população feminina. Em média, 75% das
brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo
que o ápice da transmissão do vírus acontece na faixa dos 25 anos",
acrescenta.
Primeiros sinais
Os primeiros sinais do tumor orofaríngeo podem
aparecer por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias,
além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também
de dor para mastigar ou engolir. "Estes fatores, ligados ao aparecimento
de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível
diagnóstico com associação ao HPV. Portanto, é muito importante que seja
acompanhado de perto por um especialista". Outros sintomas podem estar
relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou
esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na
cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.
Atenção aos fatores
Tabagismo: Segundo o oncologista, o
câncer de cabeça e pescoço apresenta maior incidência entre os jovens e pouco
mais de um terço é causado por maus hábitos. "O principal e o mais
importante de ser combatido é o tabagismo", revela Dr. Andrey.
Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour, sendo incentivado
até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus cigarros, o
que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O uso frequente do
cigarro também é responsável pelo aparecimento do tumor na cabeça e pescoço. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pacientes
diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas.
Álcool: Houve um tempo em que o
cigarro era liberado nos restaurantes e até em sala de aula. Hoje, isso não é
mais permitido. Contudo, o uso do tabaco persiste e, na maioria das vezes, vem
acompanhando de bebidas alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de
câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20
vezes mais risco de desenvolver a doença. O álcool pode agir como um solvente e
facilitar a penetração de carcinógenos nos tecidos-alvos. Além disso, aumenta o
índice de quebras no material genético e a peroxidação de lipídios e,
consequentemente, a produção de radicais livres. Vários estudos epidemiológicos
demonstram que o consumo combinado de álcool e fumo constitui o principal fator
de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.
Infecções Virais: A geração
de jovens e adultos com menos de 40 anos preza e valoriza muito a liberdade
sexual. Trata-se de um grupo que nasceu após o "boom" do HIV e,
apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente
transmissíveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus
humano – conhecido como HPV. "Além disso, a hepatite B e C
também são fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço, são infecções
virais que podem ser transmitidas em relações sexuais não seguras. Vale lembrar
sempre da importância do uso de preservativos para a preservação da
saúde", finaliza o médico.
Grupo Oncoclínicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário