Neurologista do HCor
dá dicas para diminuir o risco de AVC
Controlar a
hipertensão, diabetes, colesterol e cessar o tabagismo são algumas iniciativas
que reduzem expressivamente o surgimento da doença
Quando o
assunto é Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença que leva a óbito mais de 100
mil pessoas por ano no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, cada
segundo faz toda a diferença. Estima-se que neste ano a incidência será de 18
milhões de casos no mundo. Já em 2030 serão 23 milhões. Cerca de 50% dos
sobreviventes ficam com sequelas graves. O problema pode surgir em qualquer
idade, embora a maioria dos casos ocorra após os 40 anos. Por isso reconhecer e
tratar o AVC são grandes desafios atuais no país e no mundo.
De acordo
com o neurologista do HCor, Dr. José Renato Bauab, é possível prevenir um AVC,
já que a maioria dos fatores de risco para o quadro clínico pode ser evitado
facilmente. “É possível reduzir os riscos da doença por meio do tratamento
adequado da hipertensão, diabetes, colesterol, doenças cardíacas e do
tabagismo”, orienta Dr. Bauab.
Em 80% dos
casos, o AVC é isquêmico (quando há o entupimento de um vaso sanguíneo),
causado pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria do
cérebro - o que causa a falta de circulação vascular na região. Já o AVC
hemorrágico ocorre em 20% dos casos, e acontece quando se rompe um vaso no
cérebro (este tipo de AVC está mais ligado a quadros de hipertensão arterial).
Como reconhecer o AVC: alteração de equilíbrio, coordenação e
modo de andar, confusão, alteração
da fala e visão, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente, tontura,
perda de consciência seguida ou não de paralisia em um lado do corpo.
Em alguns
casos, o AVC pode ser prevenido. Mas, para isso, é importante conhecer os
fatores de risco que aumentam as chances do paciente sofrer um acidente
vascular cerebral isquêmico ou um acidente vascular cerebral hemorrágico. “O
sedentarismo, a má alimentação, obesidade, tabagismo, uso de drogas e excesso de
bebidas alcoólicas, bem como as altas taxas de colesterol no sangue, diabetes,
pressão alta e doenças cardíacas, são considerados fatores de risco e hábitos
de vida que aumentam as chances de ocorrer um AVC”, aconselha Dr. Bauab.
Dicas do neurologista do HCor para
diminuir o risco de AVC:
Cuidado
com o colesterol: é
imprescindível reduzir a quantidade de alimentos ricos de LDL (conhecida como
gordura ruim, e que se deposita nos vasos sanguíneos). Em alguns casos, a dieta
não é o bastante para reduzir os níveis dessas substâncias, sendo necessário o
uso de medicamentos.
Controle
o peso: mantenha
o peso saudável para a sua idade e altura e evite o acúmulo de excesso de
gordura no corpo. “Procure um médico para saber qual é o seu peso ideal e o que
fazer para eliminar o excesso de gordura”, explica.
Controle
a pressão arterial: além
do consumo de frutas, verduras e legumes e ter uma dieta balanceada, uma boa
forma de reduzir a pressão arterial é a prática de atividade física. “Porém
antes de iniciar qualquer tipo de exercício, é fundamental passar por uma
avaliação médica”, diz
Não
fume e não use drogas: diversos
estudos mostram que o tabaco aumenta consideravelmente as chances de um
acidente vascular cerebral. E as drogas ilícitas, como a cocaína, alteram drasticamente
o fluxo sanguíneo no organismo, o que pode provocar um AVC.
Cuidado com os anticoncepcionais: alguns tratamentos anticoncepcionais
podem favorecer o surgimento de AVC, principalmente em mulheres fumantes, com
hipertensão arterial, ou que sofram de enxaqueca. “É importante consultar um
médico para que ele avalie o caso e discuta com a paciente o melhor método para
não engravidar”, esclarece Dr. Bauab.
Tratamentos
para o AVC:
AVC
isquêmico: o
tratamento consiste em desobstruir o vaso cerebral afetado para normalizar a
circulação cerebral. Quanto mais rápido for iniciado, maiores as chances de
salvar os neurônios que estão em sofrimento - o que diminui muito - ou até
evita as sequelas do AVC.
AVC
hemorrágico: o
tratamento cirúrgico pode ser necessário para conter a hemorragia. Depois de
estabilizada a situação, o tratamento se concentra na prevenção de um novo
derrame e na recuperação das funções afetadas.
Para o
neurologista do HCor, as áreas do cérebro afetadas pelo AVC podem se
reconstituir aos poucos se receberem os estímulos certos. “Por isso, os
programas de reabilitação são muito importantes. Eles ajudam o paciente a
retomar as atividades diárias e funções que ficaram comprometidas. Caso
apresente algum sintoma de derrame ou sinta dúvida sobre o assunto, não deixe
de procurar um médico. Ele poderá pedir exames e avaliar o seu caso, além de
orientar sobre como evitar um derrame”, finaliza Dr. Bauab.
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