Substâncias aderem ao organismo
com risco mínimo de rejeição
O polimetilmetacrilato (PMMA), também conhecido como metacril ou bioplastia, ganhou novamente, as manchetes dos noticiários. Mais uma morte aconteceu, por conta da má aplicação do produto, pois embora ele seja perigoso, muitas mulheres ainda o utilizam na busca pelo corpo perfeito. Muito utilizado para preenchimento corporal, o PMMA já provocou deformidades e complicações em cerca de 17 mil pacientes de todo o país, segundo uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
O metacril é um produto sintético, composto por
microesferas de acrílico, similar ao plástico, aplicado por meio de cânulas,
com anestesia local. Além de ser usado como modelador para glúteos e coxas, o
metacril tem sido aplicado no rosto para o preenchimento de rugas.
“É um corpo estranho e pode causar reações, além
de nódulos e deformidades. O maior problema é para extrair o produto, no caso
de complicações, pois também precisa retirar o tecido sadio em volta. É como se
tentasse tirar algo que estivesse colado. No rosto, ele é contra indicado. Para
o preenchimento nessa área, recomendamos o ácido hialurônico”, explica o
cirurgião plástico Fernando Bianco.
O ácido hialurônico é um ativo produzido
naturalmente pelo corpo, que possui propriedades estimulantes do colágeno. É
uma molécula capaz de reter alta quantidade de água, mantendo a pele hidratada,
firme e lisa. Por ser uma substância do próprio organismo, os riscos de
rejeição são menores.
Já para o corpo, os cirurgiões apostam no enxerto
de gordura, que é retirada de uma região por lipoaspiração e depois
centrifugada, separando o óleo e o sangue da gordura e das células-tronco.
Depois disso, as células-tronco e a gordura são reaplicadas no local que se
deseja preencher. O procedimento é feito dentro de um centro cirúrgico, com
pós-operatório de 40 dias.
“Quando há complicações, pelo menos duas
cirurgias terão que ser feitas para minimizar o problema, sem contar que a
região não volta a ser como era antes. Ainda existem casos de infecções graves
ou reações alérgicas, que irão precisar de tratamento com corticoides para o
resto da vida”, ressalta Bianco.
O PMMA não é absorvido pelo organismo.
Geralmente, a infecção acontece como uma tentativa do corpo em retirar a
substância estranha. O paciente deve sempre se consultar com um cirurgião
plástico de sua preferência. É possível pesquisar no site da SBPC se o médico é
especialista. Por fim, é importante que, antes de qualquer procedimento, o
paciente forneça seu histórico médico detalhado.
“O paciente deve ser alertado dos perigos. A
segurança para o paciente é a escolha do profissional, que por sua ética, vai
usar produtos com literatura mais embasada. Isso traz segurança ao paciente,
pois ele será atendido por um profissional, que adotará os procedimentos mais
seguros”, finaliza.
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