Próximo ao dia de prevenção e combate à hipertensão
(26 de abril), Dr. Augusto Scalabrini Neto, professor da USP e do corpo clínico
do Hospital Sírio Libanês apresenta as dicas para evitar a doença
A hipertensão é uma doença que atinge muitos
brasileiros, sem nenhuma distinção. Apesar de ter diversas causas, algumas não
podem ser evitadas, como a questão de genética, sexo, idade e até mesmo etnia.
Cardiologista e professor da USP, o especialista Augusto Scalabrini Neto aponta
que o ideal é se manter atento e fazer exames de rotina para saber se há ou não
chances de ter o problema ao longo da vida.
A doença, que age danificando o coração e o sistema
arterial, faz com que o sangue seja bombeado com mais força pelas artérias, que
estão mais contraídas, gerando resistência cardiovascular. "A pressão
arterial está diretamente ligada com o bombeamento de sangue no coração e por
isso pode causar complicações em vários órgãos do corpo, como o próprio
coração, rins, olhos e o cérebro", explica o professor da USP.
No entanto esses sintomas costumam aparecer apenas
em estágio avançado da condição, fazendo com que as pessoas não percebam que há
um problema, o que agrava ainda mais a situação.
Para saber se há ou não alguma complicação, o
primeiro passo é realizar o exame de pressão. Algumas pessoas recebem um
diagnóstico inexato por não estarem habituados com a medição. Por isso, para
medir a pressão arterial de forma correta é necessário estar calmo, não ter
feito esforço físico ou ingerido alimentos ou bebidas alcoólicas nos últimos
minutos. Até mesmo cruzar as pernas ou falar pode influenciar e gerar um
resultado errôneo do exame.
Cerca de 35% da população brasileira é hipertensa e
a doença pode surgir como consequência de sedentarismo, obesidade, estresse e
excessos de sal, álcool e tabagismo. "As chances de desenvolver
hipertensão aumentam ainda mais se houver uma combinação desses fatores, que
separados já são um perigo para saúde do coração e todos os órgãos do corpo são
afetados direta ou indiretamente", comenta.
Além dos tratamentos medicamentosos, a principal
maneira para controlar a hipertensão é a mudança de estilo de vida. "As
mudanças podem ser feitas gradualmente, mas a doença é um resultado da forma
como as pessoas vivem, por isso é importante começar o tratamento o mais cedo
possível", recomenda Dr. Augusto.
Para as pessoas acima do peso, é importante saber
que cada quilo perdido ajuda a diminuir essa fragilidade. A dieta passa a levar
um pouco menos de sal, gorduras e processados. O hipertenso deve optar por
alimentos cozidos ou grelhados, além de temperos naturais. Começar a praticar
exercícios físicos também é um grande auxílio nesse processo. Por outro lado, é
importante estar atento com o psicológico, problemas do cotidiano podem fazer
com que o estresse e o nervosismo sejam algo normal, mas administrar
contratempos com tranquilidade melhora a vida em todos os setores.
Augusto
Scalabrini Neto - cardiologista,
é graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É Professor
Adjunto e Coordenador de Ensino do Departamento de Emergências Clínicas na
mesma Universidade, Coordenador Geral e Didático do Laboratório de Habilidades
e Simulação da Faculdade de Ciências Médicas Minas Gerais e Docente Invitado da
Universidad Finis Terrae em Santiago, Chile. Coordena vários projetos de
investigação nacionais e internacionais em Educação Médica e Simulação. Augusto
Scalabrini Neto é fundador e Ex Presidente Reeleito da ABRASSIM (Associação
Brasileira de Simulação em Saúde), e fundador e Presidente Passado da FLASIC
(Federación Latino Americana de Simulación Clínica). Foi o primeiro
latino-americano a ser indicado Presidente do International Meeting for
Simulation in Healthcare. É membro efetivo do Comitee for Simulation da AMEE
(Association for Medical Education in Europe) e membro da comissão julgadora do
Prêmio Aspire, modalidade Simulação, da AMEE. É médico do Corpo Clínico e
Vice-Presidente da COREME (Comissão de Residência Médica) do Hospital Sírio
Libanês e supervisor do Programa de Residência Médica em Cardiologia do
Hospital Sírio Libanês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário