Uma das cenas que mais
marcantes do cinema é da atriz Marilyn Monroe em O pecado Mora ao lado, quando
ela se delicia com o vento que sai de um duto do metrô de Manhattan e levanta o
vestido branco eternizado.
Trinta
anos depois, a atriz Kelly LeBrock, em a Dama de
Vermelho, também aproveitou o vento que entrava por baixo do lindo vestido
vermelho.
Que mulher não deu uma sacudida na saia num dia de forte calor?
O forte calor aumenta a
temperatura do órgão genital feminino que é a região mais quente do corpo e
provoca suor e odor. Segundo a Dra. Marisa Patriarca ginecologista e professora
da pós-graduação da UNIFESP, é também nessa época que a mulher deve ter mais
atenção com higiene e cuidados com a saúde íntima.
As praias e as piscinas
ficam mais cheias e que delícia ficar com o biquini molhado. Segundo a Dra
Marisa Patriarca, isso é um perigo à saúde genital feminina porque a calcinha
molhada é um local propício a proliferação de leveduras, como a candidíase, que
podem determinar corrimento e coceiras.
A vagina é um local naturalmente
quente e úmido do corpo, assim, quando a temperatura e umidade aumentam são
fatores que influenciam no aparecimento de infecções constantes.
O corpo funciona em
equilíbrio, e na vagina não é diferente. Aliás, a região vulvovaginal é uma das
regiões do corpo mais propensas a desequilíbrios, que causam desconforto e
coceira.
DICAS DA DRA. MARISA PARA CURTIR O CALOR SEM
COMPROMETER A SAÚDE VAGINAL.
1. Atente-se ao tempo utilizando o mesmo biquíni
molhado. Quanto mais exposta à umidade excessiva, mais a vagina está propensa a
proliferação dos fungos. O uso de secador nas roupas de banho úmidas é uma
ótima opção.
2. Prefira o uso de calcinhas de algodão, elas
permitem maior fluxo de transpiração. As calcinhas de lycra dificultam a troca
de umidade e devem ser evitadas. Procure dormir sem calcinha para diminuir a
proliferação de bactérias que não gostam de oxigênio.
3. Fique atenta quanto ao uso de sabonetes
íntimos. Muitas mulheres se dão bem, para outras, o sabonete íntimo não
funciona bem e pode agravar o caso. De qualquer forma, seu uso excessivo pode
alterar o pH vaginal e a barreira cutânea da genitália externa. Nessas
situações, dê preferência aos sabonetes neutros, de glicerina.
4. A depilação da zona genital está liberada,
mas preste atenção aos limites do seu corpo. A sensibilidade cutânea é
diferente em cada mulher, não há regras, o importante é não se expor à riscos.
Fique atenta a higiêne do local onde você realiza depilação com cera e não faça
se a cera é reutilizável que pode levar a contaminação.
5. Coceiras, corrimento e odor desagradável,
diferente do habitual, podem indicar alteração da flora vaginal e o exame e as
orientações do ginecologista nortearão o tratamento ideal para cada mulher.
E, se depois desses cuidados, o calor pertubar,
Dra. Marisa aconselha as mulheres “sacuda a saia com vontade e deixe o ventinho
arejar. “
Dra. Marisa Teresinha Patriarca - ginecologista
e obstetra. Professora de ginecologia do curso de pós-graduação da Unifesp. Tem
mestrado e doutorado pela Unifesp. É médica assistente, doutora e coordenadora
do Setor Multidisciplinar de Pesquisa em Patologia da pele feminina do
Departamento de Ginecologia da Unifesp. Chefe do Setor de Climatério do
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE)
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