Especialista do Centro Paulista de Oncologia (CPO)
alerta sobre o aumento preocupante de tumores de colo do útero, neoplasia que
mata anualmente cinco mil brasileiras; Diagnóstico precoce pode evitar em 80%
dos casos os riscos de metástases e outras complicações pela doença
Mais comum tipo de infecção sexualmente
trasmissível em todo o mundo, o vírus HPV atinge de forma massiva a população
feminina. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas
entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da
transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5%
dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois
a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.
"Atualmente possuímos uma alta incidência
deste tipo de câncer no Brasil, sendo ele hoje considerado a quarta maior causa
de morte entre as mulheres. Quando tomamos conhecimento do agente causador da
doença, os dados são ainda mais alarmantes, pois 90% das mulheres acometidas
com câncer de colo do útero têm o vírus HPV", revela o Dr. Daniel Gimenes,
oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.
Segundo o médico, esse tipo de infecção genital é
muito frequente, o que pode ocasionar alterações celulares no corpo da mulher,
evoluindo para um tumor maligno. "A neoplasia é considerada um problema de
saúde pública e o Ministério da Saúde desempenha um importante papel no
controle dentro de seu Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, o que inclui a vacinação
contra o HPV", complementa.
Para ele, a prevenção é um dos principais aliados
no combate ao câncer de colo do útero. "A prevenção primária está
diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, ou seja,
para impedir o desenvolvimento do vírus é importante o uso da camisinha durante
a relação sexual, além da vacina contra o vírus, que também é considerado um
método efetivo de prevenção contra o câncer de colo do útero e outras
infecções. A vacina é recomendada geralmente para mulheres que ainda não
iniciaram a vida sexual".
Em complemento à prevenção primária, o médico
destaca os exames periódicos para detecção da doença. "Quando
diagnosticado precocemente é possível que haja uma redução de até 80% de
mortalidade por este câncer. Falar de diagnóstico precoce é sempre importante,
pois considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas
silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição
ainda na fase inicial. O não diagnóstico precoce dificulta a eficácia do
tratamento, por isso sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o
Papanicolau periodicamente", explica Dr. Daniel.
Fique atento aos primeiros sinais
O tumor ocorre quando as células que compõem o colo
uterino sofrem agressões causadas pelo HPV. Os primeiros sinais aparecem por
meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve.
Quando a doença já se encontra em um estágio mais
avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de
sangue, além de dores nas pernas, nas costas, problemas urinários ou intestinais
e até perda de peso sem intenção. "Os sangramentos podem ocorrer durante a
relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período
da menopausa", diz o oncologista.
Quando detectado, os procedimentos para o
tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia. "A
cirurgia consiste na retirada do tumor e, em alguns casos, na retirada do
útero, o que pode impossibilitar a mulher de engravidar. Os tratamentos de
radioterapia e quimioterapia são indicados em estágios mais avançados da
doença", finaliza o Dr. Daniel.
Centro Paulista de Oncologia (CPO) - Grupo
Oncoclínicas
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