Principal
diferença está no número de colaboradores brasileiros considerados
altamente engajados: 38% do total
Ao contrário do que está sendo
observado no mundo, o índice de engajamento dos trabalhadores no Brasil
registrou um crescimento de 8% e fechou 2016 com 77%. Os números são da
consultoria em benefícios e capital humano Aon, que realizou uma pesquisa com
cinco milhões de funcionários em 1 mil empresas de todo o mundo.
No Brasil, a maior diferença está no
número de colaboradores considerados altamente engajados. Em 2016, 38% entraram
nessa categoria, ante 30% em 2015. Além disso, o número de trabalhadores
desengajados também diminuiu. Em 2015, eles correspondiam a 11% do total,
enquanto que em 2016 foram apenas 8%. Da mesma forma, o índice de
colaboradores com engajamento neutro caiu de 20%, em 2015, para 15%, em 2016.
Dessa forma, o País impulsionou uma
melhora no engajamento médio da América Latina, que era de 72% em 2015 e chegou
a 75% em 2016.
Apesar de nem todos os países da região
apresentarem aumento nos níveis de engajamento, todos permaneceram acima da
média global. O México teve queda de engajamento de 4% em 2016 (passando de 79%
para 75%). O pior resultado foi registrado na Venezuela. Com a volatilidade da
economia e as incertezas políticas, o engajamento caiu 11% no país e chegou a
69%.
Os resultados do Brasil e na América
Latina, no entanto, não refletem o que está acontecendo no resto do planeta. Na
média global, o engajamento de colaboradores está em queda. O índice era de 65%
em 2015 e passou para 63% em 2016.
Além disso, apenas 24% dos
trabalhadores no mundo apresentam um alto nível de engajamento. Outros 39%
estão com engajamento moderado. Os demais 37% estão com engajamento neutro ou
desengajados.
Na América do Norte, o engajamento caiu
1%, chegando a 64%. Na Europa, a queda foi de 2%, passando a 58%. Na
região Ásia-Pacífico, a redução foi de 3%, chegando a 62%.
Para o líder global de Prática em
Cultura e Engajamento da Aon, Ken Oehler, a ascensão de movimentos populistas
nos Estados Unidos, Reino Unido e outras regiões está criando angústia nas
empresas, que já antecipam barreiras para contratar trabalhadores imigrantes.
Na União Europeia, o fluxo livre de
trabalho é um princípio fundamental. Qualquer cidadão de um país do bloco pode
procurar emprego em outro país sem a necessidade de nenhum visto especial. Além
disso, suas qualificações são universalmente aceitas na região.
Com as principais economias do mundo se
fechando para o intercâmbio de trabalho, a segurança do emprego está ameaçada
em todo o mundo. “Menos funcionários estão engajados e a tendência é que essa
situação continue nos próximos anos”, acredita Oehler.
Segundo a Aon, o aumento do engajamento
traz benefícios. A pesquisa feita pela companhia revela que o aumento
de 5% no engajamento está diretamente relacionado ao crescimento de 3% do
faturamento no ano seguinte.
“Conforme cai o engajamento, as
empresas devem esperar maior rotatividade, absenteísmo e queda na satisfação de
clientes. Todos estes fatores poderão contribuir fortemente para o baixo
desempenho financeiro”, alerta Ken Oehler.
Em 2016, os fatores que mais impactaram
no engajamento dos trabalhadores foram: recompensas e reconhecimento. “Os
líderes devem levar em consideração que esses fatores refletem a percepção dos
colaboradores. Mesmo que as empresas não consigam realizar mudanças profundas
na remuneração, precisam pensar em ações que abordem esses sentimentos”,
orienta o executivo.
Além disso, uma liderança consistente
continua a ser um dos principais diferenciais para o engajamento dos
colaboradores. “Nesse ambiente de mudanças intensas, a sensibilidade dos
gestores faz toda a diferença. São eles que vão liderar as pessoas e as
organizações para o crescimento”, afirma o líder global de Prática em
Cultura e Engajamento da Aon.
Aon
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