Exercícios de ioga com a cabeça para baixo
foram associados com um rápido aumento da PIO em pessoas com glaucoma e pessoas
sem a doença
Os
pacientes com glaucoma podem sofrer aumento da pressão ocular como resultado de
várias posições de cabeça para baixo, enquanto praticam ioga, informa um
novo estudo,
publicado na revista PLOS ONE.
O
glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível, nos Estados Unidos, e
pode afetar dramaticamente a qualidade de vida dos pacientes, causando perda
visual de moderada a grave. “Danos ao nervo óptico ocorrem em pacientes com
glaucoma quando a pressão dos fluídos que circulam dentro dos olhos aumenta. A
pressão intraocular elevada (PIO) é o fator de risco mais conhecido para o dano
glaucomatoso e, atualmente, o único fator modificável para o qual o tratamento
tem um efeito comprovado na prevenção ou no retardamento da progressão da
doença”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor
do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
“Embora
todo médico encoraje seus pacientes a adotar um estilo de vida ativo e
saudável, certos tipos de atividades físicas, incluindo flexões e levantamento
de peso, devem ser evitadas por pacientes com glaucoma devido ao risco de
aumento da PIO e de possíveis danos ao nervo óptico. O novo estudo ajuda os
oftamologistas a aconselharem os seus pacientes sobre o risco potencial
associado com várias posições de ioga e outros exercícios que envolvem poses
invertidas”, explica a especialista em glaucoma do IMO, a oftalmologista Márcia Lucia Marques (CRM-SP 110.583).
Em
pesquisas anteriores, estudos e relatos de casos tinham testado apenas a
posição headstand da ioga, que mostrou uma elevação da PIO. No novo
estudo, os pesquisadores contaram com participantes saudáveis, sem doença
ocular, e pacientes com glaucoma, que realizaram uma série
de posições de ioga invertida. Os pesquisadores
mediram a PIO, em cada grupo, na linha de base sentada, por dois minutos
enquanto mantinham a pose, logo após terem executado as poses invertidas e
depois novamente 10 minutos depois de descansarem na posição sentada.
“Os
participantes – com e sem glaucoma – mostraram um aumento da PIO em todas as
quatro posições de ioga invertidas, com um maior aumento de pressão ocorrendo
durante a postura cão olhando para baixo. Quando as medições foram feitas
depois que os participantes retornaram a uma posição sentada e novamente depois
de esperar dez minutos, a pressão, na maioria dos casos, permaneceu
ligeiramente elevada a partir da linha de base”, afirma Márcia Marques.
Como
sabemos que qualquer PIO elevada é o fator de risco mais importante para o
desenvolvimento e a progressão de danos aos nervo óptico, o aumento da PIO,
após a realização de poses de ioga invertidas é uma preocupação para os
pacientes com glaucoma e seus oftalmologistas. “Os pacientes devem ser
aconselhados a compartilhar com seus instrutores de ioga sua doença para
permitir modificações durante a prática de ioga”, destaca a oftalmologista.
A
equipe de pesquisadores enfatiza também a importância de educar os pacientes
com glaucoma sobre todos os riscos e benefícios relacionados aos exercícios
físicos e à visão, bem como quaisquer outros fatores que possam afetar a
progressão do glaucoma, incluindo dieta, estilo de vida e outras co-condições
mórbidas, como o diabetes.
IMO,
Instituto de Moléstias Oculares
Facebook: https://www.facebook.com/imosaudeocular
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