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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Certas posições de ioga podem afetar a pressão ocular em pacientes com glaucoma



Exercícios de ioga com a cabeça para baixo foram associados com um rápido aumento da PIO em pessoas com glaucoma e pessoas sem a  doença
 
 
Os pacientes com glaucoma podem sofrer aumento da pressão ocular como resultado de várias posições de cabeça para baixo, enquanto praticam ioga, informa  um novo estudo, publicado na revista PLOS ONE.

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível, nos Estados Unidos, e pode afetar dramaticamente a qualidade de vida dos pacientes, causando perda visual de moderada a grave. “Danos ao nervo óptico ocorrem em pacientes com glaucoma quando a pressão dos fluídos que circulam dentro dos olhos aumenta. A pressão intraocular elevada (PIO) é o fator de risco mais conhecido para o dano glaucomatoso e, atualmente, o único fator modificável para o qual o tratamento tem um efeito comprovado na prevenção ou no retardamento da progressão da doença”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

“Embora todo médico encoraje seus pacientes a adotar um estilo de vida ativo e saudável, certos tipos de atividades físicas, incluindo flexões e levantamento de peso, devem ser evitadas por pacientes com glaucoma devido ao risco de aumento da PIO e de possíveis danos ao nervo óptico. O novo estudo ajuda os oftamologistas a aconselharem os seus pacientes sobre o risco potencial associado com várias posições de ioga e outros exercícios que envolvem poses invertidas”, explica a especialista em glaucoma do IMO, a oftalmologista Márcia Lucia Marques (CRM-SP 110.583).

Em pesquisas anteriores, estudos e relatos de casos tinham testado apenas a posição headstand da ioga, que mostrou uma elevação da PIO. No novo estudo, os pesquisadores contaram com participantes saudáveis, ​​sem doença ocular, e pacientes com glaucoma, que realizaram uma série de posições de ioga invertida. Os pesquisadores mediram a PIO, em cada grupo, na linha de base sentada, por dois minutos enquanto mantinham a pose, logo após terem executado as poses invertidas e depois novamente 10 minutos depois de descansarem na posição sentada.

“Os participantes – com e sem glaucoma – mostraram um aumento da PIO em todas as quatro posições de ioga invertidas, com um maior aumento de pressão ocorrendo durante a postura cão olhando para baixo. Quando as medições foram feitas depois que os participantes retornaram a uma posição sentada e novamente depois de esperar dez minutos, a pressão, na maioria dos casos, permaneceu ligeiramente elevada a partir da linha de base”, afirma Márcia Marques.

Como sabemos que qualquer PIO elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento e a progressão de danos aos nervo óptico, o aumento da PIO, após a realização de poses de ioga invertidas é uma preocupação para os pacientes com glaucoma e seus oftalmologistas. “Os pacientes devem ser aconselhados a compartilhar com seus instrutores de ioga sua doença para permitir modificações durante a prática de ioga”, destaca a oftalmologista.

A equipe de pesquisadores enfatiza também a importância de educar os pacientes com glaucoma sobre todos os riscos e benefícios relacionados aos exercícios físicos e à visão, bem como quaisquer outros fatores que possam afetar a progressão do glaucoma, incluindo dieta, estilo de vida e outras co-condições mórbidas, como o diabetes.




IMO, Instituto de Moléstias Oculares





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