Elaine Lopes,
psicóloga graduada pela Universidade Católica de Santos e também especialista
em transtornos alimentares e obesidade, fala sobre as características dos
diferentes tipos de distúrbios e como eles podem afetar o cotidiano
A maneira com que o indivíduo se relaciona com seu
próprio corpo e com sua mente é um fator que, na maioria das vezes, define como
ele irá lidar com as diversas áreas de sua vida. Quando sente dificuldade em
encarar suas angústias ou, até mesmo, pequenas questões do dia-a-dia, pode
optar por descarregar suas frustrações na maneira como se alimenta. Por isso, é
extremamente importante ficar atento às mudanças bruscas nos hábitos
alimentares daqueles que estão próximos, pois podem ser um indicativo de que
esteja sofrendo de algum distúrbio.
Os transtornos alimentares possuem características
diferentes, mas todos podem trazer consequências que afetam o desenvolvimento
pessoal, social e profissional, pois fazem com que a pessoa se preocupe
exacerbadamente com sua imagem e isso passa a ser sua prioridade. Assim, passam
a se sentir culpadas quando se alimentam ou se tornam fixadas em determinado
tipo de alimentação. Além disso, existe também quem sofre de compulsão por
comer, onde se perde o controle sobre o que é consumido e tem a sensação de
insatisfação constante.
A bulimia, por exemplo, é caracterizada pela
necessidade de expulsar do organismo aquilo que se considera excessivo e que
pode prejudicar a manutenção do físico e o emagrecimento. Nesse processo de
expurgo comumente são utilizados laxantes, indução de vômito ou, até mesmo,
prática de exercícios em excesso. “A pessoa bulímica geralmente possui um
pensamento perfeccionista e extremamente autocrítico e o ato de se alimentar
está carregado de emoções com as quais ele não sabe lidar”, explica Elaine
Lopes. Muitas vezes o indivíduo também sente vergonha de admitir o que come e é
muito comum que ele esconda a comida. Outro fator preocupante é o sentimento de
culpa que o invade após esses episódios podendo levá-lo, em casos extremos, ao
suicídio.
Já a anorexia se caracteriza, principalmente, pelo
temor intenso de adquirir peso. Nesse caso, há a recusa de manter o peso mínimo
considerado saudável para sua idade e altura. Existe a rejeição de ingerir
alimentos, pois acredita que já está acima do peso. De acordo com Elaine, as
exigências e a cultura da beleza que se estabelecem atualmente em nossa
sociedade fazem com que a pessoa desenvolva uma imagem distorcida de si. “Ela
passa a se enxergar de uma maneira totalmente diferente do que realmente é.
Desta forma, começa a buscar alternativas para chegar àquela forma física que
acredita ser a ideal e deixa de se alimentar de forma saudável”, ressalta.
Mas também existem aqueles que se tornam obcecados
em alimentação saudável e sofrem da chamada ortorexia. Essa condição ainda não
é reconhecida pelos manuais diagnósticos e estáticos de transtornos mentais e
consiste na busca excessiva por hábitos alimentares saudáveis. “Por
demonstrarem uma preocupação demasiada em consumir apenas alimentos saudáveis,
os ortoréxicos acabam excluindo alguns grupos de seu cardápio, sem fazer a
substituição adequada. Desta forma, ficam suscetíveis a diversas enfermidades”,
alerta a psicóloga.
Assim como a falta de alimentação ou obsessão por
alimentos saudáveis, a compulsão por comida também é um transtorno que deve ser
tratado de forma adequada. “Esse distúrbio pode ser identificado quando se
observa a perda do controle sobre o que é consumido, comer sem limites,
mastigar e engolir rápido e esconder seus hábitos alimentares. Todos esses
comportamentos, em sua maior parte, são acompanhados da culpa, pois existe a
consciência de que não há necessidade de comer tanto”, afirma Elaine. Além
disso, a compulsão pode ser o gatilho para desencadear outros transtornos como
anorexia e bulimia nervosa. “É preciso o auxílio da psicoterapia para
identificar o que causa essa compulsão e tratá-la, para que não evolua”.
Ainda segundo a psicóloga, geralmente é possível
evitar os primeiros indícios de transtornos alimentares ainda na infância.
“Nessa fase a criança sofre a influência direta dos pais, na sua criação e
desenvolvimento. Por isso é fundamental cultivar a ideia de corpo saudável e
bonito, independente da silhueta e do peso”, orienta. Desta forma, existe a
possibilidade de impedir que a situação se agrave e evolua para um quadro de
distúrbios mais severos.
É importante ressaltar que, para se classificar um
transtorno alimentar, é necessário que haja a distorção da imagem corporal, ou
seja: a forma que a pessoa se vê não corresponder a forma que ela de fato é. E
ao observar sinais de que o problema já existe, é preciso procurar sempre um
profissional para obter um diagnóstico exato e iniciar um tratamento, quando
necessário. “A psicoterapia pode ser necessária para auxiliar a pessoa a lidar
com as questões que desencadeiam esses distúrbios, algumas vezes deve ser
aliada à psiquiatria e também ao acompanhamento de um nutricionista, que trará
orientação sobre a maneira correta de se alimentar”, finaliza Elaine.
Elaine
Lopes - psicóloga,
especialista em transtornos alimentares e obesidade, possui formação em Master
Practitioner em PNL e Coach Sistêmico. Atualmente é sócia-proprietária e
responsável pela divisão de saúde e bem-estar da Soar Desenvolvimento Humano. Emagreceu
28 quilos em um ano e utiliza as técnicas e ferramentas de Programação
Neurolinguística (PNL) e Coaching que aplicou em seu processo de
emagrecimento no curso Viva Leve, auxiliando pessoas a emagrecer e a ter maior
qualidade de vida. Compartilha dicas de saúde e bem-estar em seu blog http://www.emagrecadedentroparafora.com.br
e nas redes sociais: Instagram @emagrecadedentroparafora
Soar
Desenvolvimento Humano
Nenhum comentário:
Postar um comentário