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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

1 em cada 3 crianças brasileiras está acima do peso



Em 11 de outubro é celebrado no país o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade; objetivo é conscientizar população acerca do problema, considerado epidêmico


Mais de um terço das crianças brasileiras entre cinco e nove anos está acima do peso. Os dados do Ministério da Saúde apontam que o mesmo percentual se aplica aos adolescentes de 12 a 17 anos: 33% apresentam sobrepeso e, destes, 8% são obesos. A questão vai muito além do aspecto físico, possibilitando o desenvolvimento de problemas de saúde sérios, como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial.

Com o objetivo de conscientizar a população acerca do problema, no próximo dia 11 de outubro é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. A questão é considerada um dos maiores problemas de saúde pública do país, superando a desnutrição e ameaçando diminuir a expectativa de vida do país, como um todo. Para a organização Mundial de Saúde (OMS), o sobrepeso infantil está se tornando um problema epidêmico. Recentemente, o órgão disparou um alerta vermelho sobre a questão ao redor do mundo, principalmente em países emergentes como o Brasil.

Causas e desdobramentos – O sedentarismo e a alimentação inadequada são as principais causas da obesidade, tanto entre adultos quanto em crianças. Raquel Resende, endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que existem também causas e síndromes genéticas. “Tumores no eixo do hipotálamo-hipofisário ou distúrbios endócrinos como hipotireoidismo e síndrome de Cushing são responsáveis por, em média, 2% a 5% dos casos de sobrepeso. Os demais – grande maioria – podem ser atribuídos aos maus hábitos.”


O excesso de peso aumenta as chances do desenvolvimento de condições crônicas ainda durante a infância ou adolescência: problemas sérios como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, depressão, problemas respiratórios e outros. Psicologicamente, a obesidade infantil, por modificar a aparência, reflete na autoestima e autoconfiança das crianças e adolescentes.

Mudança de hábitos – A OMS recomenda 300 minutos de atividades físicas por semana – pouco mais de 40 minutos todos os dias. “As crianças precisam gastar calorias, mesmo com o metabolismo mais acelerado", relata a especialista. “A infância e a adolescência são períodos críticos para iniciar ou agravar a obesidade devido ao aumento do tecido adiposo, que ocorre principalmente no sexo feminino. Além disso, existe maior consumo de alimentos com alto teor calórico e, também, devidos às instabilidades emocionais frequentes neste período.”

Outro grande perigo da obesidade, segundo Raquel, está em não colocar limites na alimentação dos filhos. “Manter uma dieta balanceada não significa que a criança ou o adolescente vai sofrer privações, nem mesmo que isso vai provocar um futuro de frustrações com o peso e, portanto, levar à obesidade. Trata-se de uma maneira saudável e eficiente de combater a obesidade.”




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