A
IMPORTÂNCIA DE REALIZAR O PROCEDIMENTO
Rico em
células-tronco, o sangue do cordão umbilical pode ser usado no tratamento de
doenças graves
Nos
últimos anos, o campo da medicina regenerativa tem crescido de forma
significativa. Um exemplo claro é a utilização do sangue presente no cordão
umbilical para o tratamento de mais de 80 doenças graves. Apesar do sucesso da
técnica ser comprovado há pelo menos 30 anos, no Brasil, mais de 90% dos
cordões são descartados, o que representa a perda de milhões de células capazes
de gerar todos os tipos de tecidos e órgãos do corpo.
De acordo
com Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do
Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, o sangue do
cordão umbilical, assim como a medula óssea, é rico em células-tronco, que podem originar diversos tipos de tecidos. “As
células-tronco são células “mães”, capazes de criar os componentes principais
do sangue humano e do sistema imunológico do corpo. A partir dessas células,
formam-se glóbulos vermelhos, que levam o oxigênio aos tecidos; glóbulos
brancos, que combatem infecções; e plaquetas, que atuam na coagulação”, afirma.
O
especialista ainda explica que a coleta deve ser incluída nos preparativos que
antecedem a chegada do bebê. “A retirada do sangue do cordão umbilical deve ser
realizada imediatamente após o parto. Depois, as células-tronco são separadas
em um laboratório e podem ser armazenadas por muitos anos em tanques
refrigerados com nitrogênio, a uma temperatura próxima de -190°C”, diz Tatsui.
“o procedimento é rápido, leva em torno de cinco minutos, é indolor e não
apresenta nenhum risco para a mãe ou para o bebê”, complementa.
Dentre as
principais doenças para as quais as células-tronco tem se mostrado benéficas,
estão a Leucemia, Talassemia e Linfomas. Atualmente, há mais de uma
centena de doenças que poderão ser tratadas com este material. “A
expectativa é que pesquisas também comprovem a eficiência do material no
controle de Diabetes Tipo 1, AIDS, AVC, enfarte e até lesões na coluna e
doenças degenerativas (como mal de Alzheimer e mal de Parkinson), além de
problemas pulmonares”, avalia.
Como
funciona o armazenamento no Brasil - Atualmente existem dois sistemas de armazenamento de sangue de cordão
umbilical no país: o público e o privado. No
caso de doação para o sistema público, a unidade fica armazenada em
um dos bancos públicos da rede BrasilCord para ser usado em pesquisas ou à
espera de um paciente compatível, habitualmente portador de uma doença
hematológica grave. “Vale ressaltar que a
partir do momento que doa as células-tronco do cordão umbilical para um Banco
Público, você não terá mais acesso a elas e, caso alguém da família apresente
algum tipo de doença que possa ser tratada por meio de células-tronco, ele
ficará na fila de espera até encontrar um doador compatível”.
No caso da
contratação do serviço por meio do sistema privado, o armazenamento
é pago, ficando assim, o material genético disponível para uso exclusivo do
próprio bebê ou da família. “Quem armazena
nos Bancos Privados tem acesso imediato ao material genético armazenado, ao
contrário dos Bancos Públicos, em que é preciso aguardar por uma
compatibilidade em uma fila de espera. Além disso, o sistema
privado apoia o tratamento de mais de diversas doenças, dentre elas anemias, doenças do metabolismo, osteoporose,
linfomas, mieloma e deficiências imunológicas, enquanto os bancos públicos
direcionam o material, na maioria das vezes, apenas para o tratamento de casos
de leucemia”, explica o especialista.
Criogênesis
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