Técnica
psicoterapêutica consiste em análise do histórico familiar; método já é adotada
pelos tribunais para solução de conflitos
A constelação sistêmica familiar é uma técnica
psicoterapêutica cujo objetivo é analisar o histórico do grupo para entender
quais fatores estão impedindo a evolução pessoal. O processo mostra que para
alguém viver com paz e fluidez, é necessário estar de acordo com três ordens:
pertencimento, hierarquia e equilíbrio. Estas, por sua vez, são adaptadas
conforme a filosofia de vida individual.
O método – conhecido também como constelação
familiar - foi desenvolvido pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger que,
embora não se defina como o criador das constelações, foi o primeiro a
perceber, de modo empírico, as influências entre membros de uma família. “Ele
percebeu que há um campo que influencia a todos que participam de um mesmo
sistema, independente se a convivência é direta ou não entre os integrantes,
como, por exemplo, um bisavô e seu bisneto, que não se conheceram”, explica
Gisa Azeredo, coach e terapeuta comportamental.
Em relação à aplicação da técnica, que é utilizada
em diversos casos como depressão, luto mal elaborado, doenças e vícios, por
exemplo. A profissional assinala que as dinâmicas envolvidas em determinada
questão são demonstradas por meio de um campo, que está diretamente ligado ao
inconsciente da pessoa. “O campo deixa claro a quais situações o indivíduo está
preso e, após esta identificação, é preciso introduzir uma série de
ressignificações na vida como um todo”, pontua.
“Muitas vezes, a pessoa mantém, na superfície, a
postura de negação em relação a história pessoal, mas não é possível escolher
se o que aconteceu na trajetória familiar pode ser deixado de lado”, assegura a
terapeuta comportamental. “Para viver em harmonia com este processo, é
necessário aceitar o histórico familiar e compreender que não é possível mudar
o que já aconteceu”, completa.
Gisa exemplifica o processo a partir da experiência
pessoal: “Eu namorei por oito anos, mas, depois disso, tive relacionamentos que
duraram pouco. A minha constelação sistêmica mostrou que, por 30 anos, vivi no
meio do relacionamento dos meus pais, me posicionando como igual a eles porque
meu pai não me via, apenas tinha olhos para minha mãe, ou seja, eu queria ser
vista. Então, notei que eu estava procurando meu pai nos meus relacionamentos.
Com isso, me coloquei no lugar de filha e reorganizei meu sistema familiar com
amor e sem culpas”.
Fora do âmbito pessoal, os tribunais estão adotando
a técnica para soluções de conflitos familiares, a exemplo de divórcios,
alienação parental, adoção e pensão alimentícia. Embora não haja estudo sobre o
assunto, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) afirma que a utilização da
constelação familiar está aumentando o índice de conciliações em processos
judiciais.
No Brasil, 16 estados possuem histórico de acordos
selados após o emprego do método, segundo publicação do CNJ em maio de 2018.
Além de resolver os litígios, os juízes que adotam a constelação sistêmica
defendem que a técnica permite que os próprios envolvidos entendam a situação,
buscando a pacificação e solução do conflito.
Gisa
Azeredo - Formada em Practitioner em PNL (Programação
Neurolinguística), Coach, Análise Quântica e Constelação Familiar, Gisa Azeredo
trabalha, desde 2008, com o objetivo melhorar a vida das pessoas por meio do
desenvolvimento pessoal, fazendo com que elas encontrem o caminho para a
realização de objetivos mantendo as emoções e as questões comportamentais em
equilíbrio. Acreditando que as pessoas podem ter uma vida melhor fazendo o que
realmente gostam, a profissional se dedica a treinamentos e coaching pessoal e
empresarial, uma vez que tem vivência no ambiente corporativo na área
administrativa e comercial, como a Petrobrás, onde trabalhou por seis anos.
Além disso, Gisa também é palestrante e terapeuta comportamental.
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